segunda-feira, 30 de junho de 2014

...

Tento sempre escapar aos "temas do dia" quando os mesmos são feitos de dores. Recuso-me a escrever sobre as dores dos outros. Recuso-me a tomá-las como minhas. Recuso imaginar-me eu mesma a sentir aquilo ou em determinada situação. Recuso-me, por vezes, até a falar do assunto, "Nem quero pensar" é a expressão que costumo usar. Cada pessoa vive as suas próprias dores de forma diferente, cada pessoa encara o futuro e as ausências à sua maneira, mas penso que em caso de dor extrema todos temos algum em comum, não há nada que alguém nos possa dizer ou escrever que atenue o que estamos a sentir, não é por uma pessoa ou um milhão delas estarem solidárias connosco que nos vai doer menos ou que vamos superar aquilo que é impensável superar. O silêncio de um abraço é o que posso dar aos meus que precisam. O silêncio é o que posso dar a quem sei doer e precisa de respeito.

Vida de Blogger é muito difícil...

Imaginem-me na passada sexta-feira de manhã a lembrar-me da fotografia que publiquei no post abaixo. Imaginem-me com o texto que queria escrever a chegar-me à velocidade da luz em pequenas fracções. Imaginem o frenesim de não ter a fotografia comigo, de ter de a procurar, de a ter na casa dos meus pais. Calhou de já ter combinado o almoço na casa deles, caso contrário teria que me deslocar lá propositadamente. Mas entre ter a ideia e a hora de almoço parecia demasiado tempo. Imaginem-me a procurar a fotografia entre muitos álbuns com centenas de fotografias cada, que a minha mãe guarda religiosamente. Imaginem-me a ter que disfarçar o que estava a procurar porque se dissesse à minha mãe que queria aquela fotografia específica teria que explicar-lhe de seguida que o fim da busca seria para colocar a fotografia na internet com o objectivo de ridicularizar não só a mim como a uma roupa que ela escolheu com todo o amor, carinho e vaidade há 30 anos atrás. Imaginem-me a vir para o escritório rapidamente para fazer o scanner da fotografia e finalmente publicar o post. Imaginem-me a rir às gargalhadas com a minha própria fotografia e com a situação em si de cada vez que me lembrava de maximizar a página do blog. A sério, vida de blogger é mesmo muito difícil.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Plagiaram o meu outfit. E agora?

Hoje é um dia triste, muito triste, plagiarem-me assim o macacão? Como é possível? Como é que estas pessoas são capazes? Verem-me com uma peça única, linda, delicada e comprarem uma imitação barata? Não posso. Não admito. Nunca, em toda a minha blogo carreira fui tão ofendida. Quero justiça. Deixo aqui a prova que esta conjugação de cores fui eu que inventei e que este macacão já é meu pelo menos desde 1984.

Cúmulo da distracção

Em vez de reencaminhar, responder a um e-mail que eu própria enviei. Enviar um e-mail para mim própria. Pedir relatório de entrega. Receber o e-mail que eu própria enviei. Confirmar que sim, que o recebi. Receber a confirmação que eu própria recebi o e-mail que enviei a mim mesma. 

Socorro!!! Estou a precisar de férias...

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Ambições

Viver do blog nunca seria uma ambição para mim, jamais seria capaz de escrever aquilo que os outros querem ler em vez de escrever aquilo que sinto ou penso, não seria capaz de me associar a marcas ou fazer publicidades. Ambição para mim seria viver de ler e pedalar. Por isso deixava os números e os papéis, dos quais ando demasiado cansada. Passar os meus dias a ler livros e a andar de bicicleta (nunca a competir) faria de mim completamente livre.

Estou com um súbito problema de produtividade


Não sei o que me está a passar pela cabeça, mas não deve ser normal...

Passei ao lado de uma grande blogo carreira como fashionista

Um destes dias recebi um relógio de presente e lembrei-me de vários que tenho parados há anos, ao final do dia fiz uma selecção daqueles que queria voltar a usar e coloquei-os num local de destaque, junto do relógio novo. Já nem me lembrava de andar com um relógio mas ontem já usei um e hoje estou a usar outro, só não me perguntem é as horas porque depois de tanto tempo parados as pilhas já se lhes acabaram há muito e seria um bocado chato eu, com um relógio no pulso, ter de ir ver as horas ao telemóvel para vos responder. De resto, ando ainda mais estilosa estes dias, só não se atrevam a perguntar que horas são.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Coisas muito minhas

Não foi a primeira vez que cheguei triste a Santiago, é a quinta vez que lá chego vinda dOs Caminhos e para dizer a verdade já cheguei lá triste mais vezes do que as que deveria. Obviamente que as anteriores foram tristezas que me fizeram aprender muito e que me fizeram perceber que há pessoas que não podemos manter na nossa vida, pelo menos da maneira como queríamos, foram (portanto) tristezas passageiras. Desta vez foi diferente, estava mesmo muito feliz a alguns km de Santiago mas encontramos (inesperadamente) a ponte onde aconteceu o acidente de comboio o ano passado, paramos todos em silêncio e observamos o local e as homenagens que por lá vivem, fiquei triste, muito triste. Todas as tragédias são penosas, mas esta marcou-me particularmente, talvez pela ligação que tenho a Santiago, talvez porque poucos dias depois também eu ia viajar de comboio até Saint Jean Pied de Port para fazer O meu Caminho vinda de lá. O certo é que ao passar no local me senti triste e assim permaneci até chegar à catedral, depois passou-me, decidi que um dia volto a fazer este mesmo Caminho e que quando acontecer levo comigo desde casa um objecto meu, para também eu deixar por lá a minha homenagem.

A minha mãe não é loira, o meu pai também não é loiro, herdei estas madeixas da avó Joana (só para que conste)

Mãe da Loira: - Já sabes o que vais usar no baptizado do João Pedro?
Loira: - Talvez compre um macacão, se vir um giro. (As fashion devem ter outro nome para isto, mas para mim é um macacão).
Mãe da Loira: - Um macacão? Porque não compras antes um vestido? Ou levas um dos que tens?
Loira: - Por causa das minhas pernas.
Mãe da Loira: - Por ainda não estarem bronzeadas?
Loira: (Olha para o céu e abana a cabeça negativamente como que a pedir ajuda divina)
Pai da Loira: (Encolhe os ombros e faz um cara de quem tem de explicar sempre tudo) - Porque tem as pernas todas fodidas de andar no meio do mato!?!?
Mãe da Loira: - Ah...

Ser fashion é tão complicado...

terça-feira, 24 de junho de 2014

Antes que seja amanhã

Houve um tempo em que sonhei pintar o céu de rosa choque só para te poder oferecer todo o azul que ele possui. 

Estes dias são só mimos. Depois da gatinha gaitinha recebo isto:

Não há coisa melhor do que receber uma encomenda cheia de detalhes pensados em nós, cheia de mimo, de amizade, de cumplicidade e de paixões em comum. Só conheço uma pessoa com essa capacidade, cada encomenda que me chega vinda dela é tão linda e com tantos detalhes que guardo tudo numa gaveta cá de casa, não tenho coragem de me desfazer das caixas, dos papéis de embrulho, dos envelopes, de nenhum pormenor. Mas comecei mal o post, há sem dúvida coisa melhor do que receber uma prenda assim, é um dia, por uma simples casualidade do destino ter conhecido pessoas que estão longe, mas que têm tanto em comum que do longe se faz perto e com as quais é tão bom partilhar.


Como disse ainda ontem, as pessoas são sem dúvida o mais importante. E como disse um destes dias, a distância não pode separar aquilo que os pedais uniram. Hoje estou particularmente feliz.

E o cheiro? Adoro o cheiro dos livros.

Uma das minhas grandes paixões é a leitura, adoro livros e adoro ler. Os dias terminam melhor se acompanhados daquelas páginas que nos fazem sonhar, viver histórias e conhecer locais e pessoas na nossa imaginação e no nosso coração. Acontece-me às vezes de andar numa correria de um lado para o outro, de ter tanta coisa para fazer e de não conseguir ler nada naquele dia, às vezes acontece-me isso sucessivamente e quando dou por mim já passou uma semana ou duas, ou um mês. Chegam as saudades que me fazem organizar e arranjar tempo para voltar a ler e com isso voltar a sonhar, aconteceu-me isso estes dias, voltei a pegar num livro e percebi que com eles sou muito mais feliz.

Também tenho aquela coisa do "objecto de desejo"

Não é que lhe fosse dar muito uso, confesso que tenho imenso medo de pedalar na estrada, passa por mim um carro com mais velocidade ou um camião e eu até tremo, se buzinam fico para morrer, basta vir um bocado de vento que eu fico logo em pânico e se me aparece um cão furioso fico logo a imaginar que me vai bater na roda e que me vai mandar para a outra faixa de rodagem e que se por acaso está a passar um carro nessa altura me passa por cima da cabeça. Eu sei, estou a ser dramática mas já apanhei tantos sustos na estrada com a minha bicicleta de montanha que tem pneus largos, logo muito mais estabilidade e segurança, que tenho sérias dúvidas de que conseguiria pedalar numa roda fina destinada ao alcatrão. Obviamente que isto é uma pancada que me deu, talvez numa das quedas tenha batido com a cabeça numa pedra e tenha ficado assim porque eu nunca posso andar só no monte, para me deslocar até lá e para fazer treinos ou viagens de longa distância preciso sempre de utilizar a estrada, por isso, se um camião tiver de me passar a ferro tanto o poderá fazer numa bicicleta de estrada como na minha BTT. Mas além disso não gosto de pedalar na estrada por outro motivo, não me divirto, não conseguimos conversar ou trocar impressões com os que nos acompanham, não há o "subi aquela pedra", "desci pelo buraco", o "vou voltar lá atrás para tentar subir outra vez", o "ia dar um tralho que não queiras saber", não há a emoção e a alegria que há nas montanhas e só se consegue respirar o fumo dos carros. Talvez por tudo isto eu seja um bicho do mato e quando alguém me diz que pedalar no monte é muito mais perigoso e que por isso mesmo anda na estrada eu rio e digo que prefiro dar 3 pinotes no monte do que lamber o alcatrão. Ainda assim e porque gaja que é gaja, ou blogger que se digne tem de ter um objecto de desejo o meu é este, vão ser produzidas apenas 21 em todo o mundo e custam a módica quantia de 8.999,00 €.


A sério, ficava linda na minha garagem. Quer dizer, encostada na parede da cozinha, junto às outras.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Eu tenho uma gatinha que também é uma gaitinha, ai pois é... ai pois é...

Junto com a dedicatória "Uma prenda para a chefa que além de competente é uma gata" veio o presente dos meus rapazes, os quatro que me acompanharam no último Caminho de Santiago. A partir de agora se ouvirem uma buzina vinda de uma bicicleta cor-de-rosa comandada por uma loira desviem-se que sou eu. E depois disto posso dizer que pedalar é óptimo para o corpo e para a mente, é óptimo para conhecer novos locais, é óptimo para passear e fazer turismo, é óptimo para nos divertir e para mais um milhão de coisas que poderia enumerar aqui e agora, mas as pessoas são sem dúvida o mais importante, as pessoas que pedalar trouxe para a minha vida e que de outra forma provavelmente nunca chegaria a conhecer.


A minha gatinha que também é uma gaitinha é tão linda que só me apetece dar-lhe beijinhos.

Fim-de-semana desportivo:

O Rui Costa venceu a volta à Suiça. O Tiago Machado venceu a volta à Eslovénia. Aposto que não ouviram falar de nenhum deles nas notícias. E aposto que até sabem a que horas o Cristiano Ronaldo fez xixi. 

sábado, 21 de junho de 2014

Capítulo XI, página 64

"Nunca, como nessa ocasião, vi tão claramente que cem manuais sobre a arte do amor não equivalem a um único beijo, nem cem discursos sobre o amor a um único gesto de carinho."

O regresso do Jovem Príncipe
A. G. Roemmers

Capítulo IX, página 56

"Porque preferimos muitas vezes a pessoa que nos desilude àquela que nos dá uma ilusão?"

O regresso do Jovem Príncipe
A. G. Roemmers

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Capítulo I, página 16

"É espantoso como assumimos facilmente que os outros vão na mesma direcção do que nós."

O regresso do Jovem Príncipe
A. G. Roemmers

Dúvidas... a vida de uma Loira ao pedal é repleta de dúvidas...

Amanhã um grupo de amigos vai organizar um passeio de BTT com direito a arraial no final. No domingo um grupo de amigos vai organizar um passeio de BTT com direito a churrascada no final. Andamos cansados, com muito trabalho e sem tempo para relaxar, tínhamos falado em descansar no fim-de-semana, mas depois... e se fôssemos no sábado? É só uma tarde e depois sempre nos divertíamos no arraial... e no domingo? O passeio do ano passado foi tão fixe... Vamos no sábado? Vamos no domingo? Temos que decidir para confirmar a presença. E um amigo telefonou para saber se não queríamos ir fazer aquela volta de cento e tal km que andamos a programar há uns tempos. Uma Loira nem sabe o que fazer. Conclusão: Vamos no sábado ao passeio e ao arraial, vamos no domingo ao passeio e à churrascada, tentamos marcar para o sábado seguinte a voltinha de cento e tal km que queremos muito fazer. Alguém falou em descansar? Dúvidas... a vida de uma Loira ao pedal é repleta de dúvidas... achavam que era só escolher as meias para levar?

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Eu ainda sou do tempo...

Em que tínhamos que combinar bem o dia e a hora do próximo encontro. Em que ninguém virava costas sem saber todos os pormenores, quando, onde e a hora exacta. Em que não havia o "depois diz qualquer coisa", a mensagem de última hora "estou cinco minutos atrasada", o "dá-me um toque quando chegares". Em que só era possível comprar nas lojas e se pagava em dinheiro. Em que na televisão só havia dois canais para escolher. Em que se escreviam cartas à mão e era assim que tínhamos notícias da família e dos amigos que estavam longe. Em que corríamos para casa para telefonar a alguém ou que esperávamos ansiosamente em casa que o telefone fixo tocasse. Em que a roupa só secava cá fora, ao sol. Em que o leite se aquecia no fogão e só era possível ligar o fogão com um fósforo. Em que os amigos eram aqueles que encontrávamos na rua, na escola, nas férias e se lhes perdia o rasto facilmente. Em que as pessoas conversavam pessoalmente e tinham sempre tempo para tudo. Em que se ouvia uma cassete num walkman (que saudades de ouvir o Rui Veloso cantar que não há estrelas no céu através do meu walkman cor-de-rosa). Em que se escreviam pensamentos num diário com as páginas coloridas e a cheirar a fruta. Em que se tiravam fotografias que só podíamos ver quando o rolo de 24 ou 36 estivesse completo e estivessem prontas no fotógrafo. Eu ainda sou do tempo parece-me tão distante apesar de ser ainda muito recente. Talvez ainda me demore algum tempo, talvez o tempo passe muito depressa até eu chegar ao tempo em que no meu tempo é que era bom.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Blog pessoal, às vezes humorístico e quase sempre bicicletário

O meu blog é acima de tudo pessoal, acontece-me que um das minhas grandes paixões é uma bicicleta e tudo o que vem através dela e acontece-me também de ser essa parte da minha vida que em determinadas alturas mais me inspira a escrever. Ler sobre bicicletas e sobre viagens a pedalar pode ser uma seca para quem vem cá parar e não tem interesse nenhum sobre o assunto, mas isso nunca me importou muito, do blog não espero visitas, não espero seguidores, não espero comentários, só espero que ele esteja sempre disponível, com espaços em branco para eu preencher com pedaços meus, coisa que não me parece muito difícil. Ainda assim, por causa do blog e da bicicleta, ou por causa de escrever sobre a bicicleta no blog surgiu a Susana que encontrou o meu blog por acaso na altura em que estava a dar as primeiras pedaladas e que teve a excelente ideia de me enviar um e-mail, ainda que indirectamente com ela surgiu a Joana (um dia conto-vos a história). E depois a minha Didi também começou a pedalar e a trocar e-mails comigo e a deixar-me muito feliz. Um dia fui reconhecida no meio do monte por alguém que lia o meu blog e também pedala por aí Um destes dias a Maria fez questão de me contar que o marido também foi a Santiago de bicicleta mais ou menos na mesma altura que eu, mas parece que ele não viu por lá nenhuma loira de bicicleta cor-de-rosa. De tempos a tempos recebo e-mails a fazer-me perguntas técnicas sobre bicicletas, a pedir-me conselhos ou a contar-me experiências sobre as suas vidas ao pedal, (não são centenas, mas são alguns e deixam-me muito feliz). Vejo, por comentários a posts que consigo ajudar algumas pessoas que estão a começar a pedalar e um destes dias alguém me disse que só depois de me começar a ler é que começou a compreender o marido, que também tem esta mesma paixão pelos pedais mas que não se sabe expressar tão bem ao ponto de a conseguir explicar. Há dias em que vale mesmo a pena ter um blog e gente atrás de um ecrã qualquer por aí, gente que não são visitas, nem números, gente que são pessoas.

Devemos sempre voltar aos locais onde fomos infelizes

Em 2010 fim O Caminho de Santiago por Chaves, o mesmo que fiz há uns dias atrás, desta vez acrescentei-lhe ainda a última etapa até Finisterra. Em 2010 foi o terror, só via subidas impossíveis, estava cansada, os meus joelhos traíram-me, mal conseguia pedalar, por pouco não conseguia chegar a Santiago, fiz o primeiro dia debaixo de uma tempestade e o segundo e terceiro em sofrimento. É certo que em 2010 não tinha metade da preparação e da experiência que tenho agora, mas para os meus colegas de viagem aquilo também não foi nada fácil, tanto que a maioria jura que aquele Caminho é para nunca mais e ainda me chamaram de maluca por repetir. Desta vez as subidas eram técnicas e difíceis, mas possíveis, tanto que fiz a maior parte delas em cima da bicicleta, desta vez não havia dores, não havia sofrimento, só prazer em pedalar e diversão, desta vez, ainda com o acréscimo da última etapa cheguei ao meu destino bem e no dia seguinte poderia continuar a pedalar sem qualquer problema, caso o meu destino fosse ainda mais longe. Por isso digo que devemos sempre voltar aos locais onde fomos infelizes (no meu caso "infeliz" não no sentido literal da palavra, apesar do sofrimento fui muito feliz por lá, apesar de tudo consegui), só ao repetir experiências negativas é que podemos tirar partido delas e perceber a evolução que tivemos desde a última vez. Só ao repetir experiências podemos ver o mundo com outros olhos e perceber o quanto aprendemos desde a última vez. 

terça-feira, 17 de junho de 2014

E por falar em futebol (post capaz de chocar os mais sensíveis)

No início do ano estive num evento organizado pelo grupo Santander Totta no qual foram apresentadas às empresas participantes novas perspectivas de investimento no Brasil e soluções de negócios internacionais, enquanto nos falava o responsável do internacional Desk do Santander Brasil e nos explicava as previsões em baixa das empresas Brasileiras em 2014 por culpa do Mundial, porque o país parava com os jogos, porque ninguém trabalhava eu pensava comigo mesma que tipo de gente é esta, que pode estar a morrer à fome mas ainda assim pára tudo para ver um jogo de futebol. Ontem, na empresa onde trabalho fui a única que fiquei a trabalhar na hora do jogo, o despertador tem tocado sempre demasiado cedo e eu tenho adormecido sempre demasiado tarde, tenho o trabalho muito atrasado e achei que duas horas seria tempo desperdiçado, mas fui a única, na firma não ficou ninguém, nas instalações dos clientes não estava ninguém, nas instalações dos fornecedores não estava ninguém. Ontem apercebi-me que somos o mesmo tipo de gente que mentalmente critiquei há uns meses atrás, podem existir casas onde não há o que comer, podem estar empresas em dificuldades financeiras mas pára tudo, o importante é que se veja o jogo de futebol.

E sim, também queria muito que Portugal ganhasse. E sim, também fiquei triste e desiludida com a humilhação que sofremos. Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Notícia de última hora: Loira também faz previsões sobre os resultados do Mundial

Estou aqui num sítio muito jeitoso para o efeito desejado, vou vendar os olhos, montar a bicicleta, encaixar os sapatos nos pedais e começar a pedalar. Se cair para a direita no próximo jogo ganha a equipa de Portugal, se cair para a esquerda ganha a equipa dos Estados Unidos. Se resultar faço previsões para todos os jogos, até ao fim do Mundial (ainda vou ficar milionária com isto).


Parece-vos bem ou parece-vos uma ideia de camelo?

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Perdi uma boa oportunidade para brilhar (ainda mais)

Desde que comecei a andar de bicicleta já fiz descidas absolutamente fantásticas, uma delas repeti-a semana passada, a uns 20 km de Finisterra, são uns bons 3 ou 4 km a descer pedra. Quando a estava a descer, a certa altura passei por um grupo grande de caminhantes que se desviaram para o lado e me aplaudiram, eu continuei a descer e ouvi um deles a gritar cá de cima que só uma Italiana era capaz daquilo, continuei a descer e não disse nada, fiquei desiludida mas não disse nada, mais porque se me desconcentrasse era bem capaz de dar uma grande queda do que por outro motivo qualquer. Quando terminei a descida e estava cá em baixo fiquei triste comigo mesma, por não ter parado e gritado que era Portuguesa, por não os ter feito perceber que não são só os outros que são capazes daquilo, por não parar, dizer-lhes, respirar, voltar a concentrar-me e continuar a descer as pedras pela parte mais difícil, segura de que nada me poderia derrubar e orgulhosa por saberem um pouco mais da minha identidade, da minha nacionalidade. 

Bogo constatação

Há dias em que me apetece escrever de manhã, à tarde e à noite, tivesse eu tempo e publicava dezenas de posts, as ideias surgem-me a mil à hora e apetece-me escrever sobre tudo. Há dias em que nem sequer me lembro que tenho um Blog.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Autonomia total

Há quem não tenha coragem para isso, para se fazer a uma viagem de mochila às costas, sem lugares marcados para pernoitar e sem qualquer tipo de assistência. Parece-me que há quem tenha uma espécie de bloqueador no cérebro, só de pensar nisso acaba qualquer hipótese se sequer continuar a planear o que quer que seja. E se acontece alguma coisa? E se não encontramos onde dormir? E se alguém se magoa? E se nos perdemos? E se a bicicleta avaria? E o peso extra que levamos nas mochilas ou nos alforges? E se chove? E se... e se... e se... Eu sou o oposto, se pudesse percorria o mundo inteiro assim, a pedalar, de alforges pesados e mochila às costas, com apenas o essencial na bagagem e o coração cheio de sonhos. Se pudesse percorria o mundo inteiro assim, a movimentar-me só com a minha energia e a minha convicção de que sou capaz de tudo. E se acontece alguma coisa, resolve-se. E se não encontramos onde dormir, estendemos o saco cama por aí. E se alguém se magoa, arranjamos forma de o transportar a um hospital. E se nos perdemos, procuramos solução para um novo caminho, um novo destino. E se a bicicleta avaria, reparamo-la ou arranjamos forma de chegar a alguém que o consiga fazer. E o peso extra nos alforges e nas mochilas, é óptimo para a nossa preparação. E se chove, a roupa há-de secar. Para mim essa é a sensação mor de liberdade, autonomia total.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Locais mágicos

Enquanto percorri O Caminho Francês encontrei lugares verdadeiramente mágicos, cheios de objectos que representam pessoas, vidas, histórias, felicidades e tristezas, cada um desses locais me marcou, consigo ainda lembrar-me de algumas mensagens deixadas por lá e consigo ainda inventar histórias de vida para cada um desses objectos e dessas pessoas que por lá os deixaram. Neste Caminho, já a chegar a Ourense encontramos um bar onde todas as paredes e o tecto estão cobertos pelas conchas (vieiras) que são um dos símbolos dos Caminhos de Santiago. Na entrada podem ler-se algumas notícias sobre o dono daquele local e ver algumas fotografias dele em locais míticos que reconheci de imediato. Pelo que li um Senhor com 75 anos e milhares de km percorridos a pé pelos Caminhos. Cada pessoa que entra no seu mundo tão especial, naquelas paredes mágicas tem uma concha à sua disposição para assinar, datar e deixar por lá, no meio de mais uns milhares de conchas, de histórias e de vidas. Um dia hei-de lá voltar, talvez para procurar a concha que lá deixei agora, talvez para deixar por lá uma outra, talvez para inventar histórias de vida para cada uma daquelas conchas.




quarta-feira, 11 de junho de 2014

Acaso achavam que a Pipoca Arrumadinha se tinha esquecido de mim nisso dos poemas?

 «Quilómetros percorridos»

Do alto da bicicleta,
Nunca deixa de escrever,
Nem precisa de caderneta,
Todos no blog gostam de a ler.
Nem a sua cor de cabelo,
Lhe tira a distinção,
Nem precisa de um castelo,
Apenas de descrição.
Quilómetros percorridos,
Com meias e ténis dos bons,
Aceita os desafios,
Quaisquer que sejam os tons.
Nunca deixe de escrever,
Nós gostamos de comentar,
Continue a saber viver,
Na alegria de pedalar.

Silleda - Santiago - Negreira / Negreira - Finisterra também já estão

Ontem à tarde cheguei mais uma vez ao Km 0 do Caminho, 4 dias e cerca de 350 Km depois posso dizer que quando planeei esta viagem e de cada vez que pensei nela nunca achei que pudesse correr tão bem. Como sempre trago comigo um sabor agridoce, se por um lado foi tão bom por outro durou pouco tempo, quero sempre mais. A companhia e a diversão foram, sem dúvida, os pontos altos desta viagem. Talvez um destes dias vos conta mais, hoje estou somente muito feliz.

domingo, 8 de junho de 2014

Chaves - Ourense / Ourense - Silleda já estão.

Tenho passado dias espectaculares, bastante chuva, subidas que nunca mais acabam, descidas alucinantes, trilhos do melhor, diversão ao máximo. A repetição deste Caminho está a fazer-me muito feliz. Um destes dias sou capaz de vos contar tudo, agora é tempo de rir e pedalar.  

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Mais uma vez O Caminho

Se tudo nos correr bem nos próximos dias será a quinta vez que chego a Santiago de Compostela vinda do Caminho e a segunda vez que chego ao cabo Finisterra. De todas as vezes que percorri O Caminho aprendi algumas coisas sobre ele. Nem tudo é maravilhoso e lindo, O Caminho é muitas vezes difícil de fazer, é preciso suportar algum, por vezes muito sofrimento e muitas dores de corpo e de alma, é preciso aprender a continuar apesar e acima de tudo. Uns vão a pé, outros a cavalo e outros de bicicleta, há até quem faça O Caminho de carro, parando nos mesmos sítios dos peregrinos e vivendo com eles sensações que não são capazes no conforto da sua viagem. Há quem faça O Caminho de uma só vez, há quem o vá fazendo aos poucos, retomando a viagem no local exacto onde a deixou da última vez. Cada um escolhe onde quer começar O seu Caminho, qual O Caminho que quer percorrer e por quanto tempo. Os motivos para fazer O Caminho será a única coisa que não vos sei explicar, cada um terá o seu, uns vão por desporto, para testar capacidades físicas, uns vão por fé, pelo espírito, pela mente, por promessa, por convicção, por companheirismo, por amizade, pela equipa, por amor, alguns não saberão sequer porque O fazem. Todos os anos há milhares de pessoas a percorrer os vários Caminhos e a chegar ao seu destino, independentemente de como o fazem, de quantos dias demoraram, qual fazem, porque o fazem e o que passaram para lá chegar, quando estamos ali, naqueles minutos em que finalmente chegamos, na Praça do Obradoiro, frente à imponente catedral e no meio de tanta gente, tantas histórias, tantas vidas, tantos países, tantas lágrimas ou sorrisos, tantas emoções, ali, naquele instante, somos todos iguais.



O Meu Caminho começa já daqui a pouco, tendo Internet sou capaz de vos dar notícias. Desejem-me Bon Caminõ.

Atrás das setas amarelas

Possivelmente já todos encontraram setas amarelas em locais que passam habitualmente ou em locais que visitaram esporadicamente. Grande parte das pessoas que se cruza com estas setas amarelas não sabe o seu significado, por ali passa O Caminho de Santiago. Há Caminhos traçados por toda a Europa até Santiago de Compostela e é através destas setas que se chega a Santiago. Se por acaso não sabiam fiquem atentos, quando virem uma destas setas se seguirem a sua indicação até à próxima seta e depois até à próxima e até à próxima chegarão a Santiago. Uma das coisas que mais gosto é isso, seguir as setas, por isso quando vou fazer O Caminho não quero saber de trilhos gravados no GPS, para mim é só seguir as setas amarelas. 


E está quase, amanhã bem cedo procuro a primeira seta e faço-me ao Caminho, sempre atrás delas, das setas amarelas de que tanto gosto.

World Naked Bike Ride

A mensagem da World Naked Bike Ride foca-se em salvar o Planeta diminuindo a poluição atmosférica e promovendo a bicicleta como meio de transporte. Anualmente milhares de pessoas saem à rua a pedalar todos nus ou com menos roupa possível, na World Naked Bike Ride enfrentamos o trânsito com os nossos corpos nus, como a melhor maneira de defender a nossa dignidade e expondo a vulnerabilidade que os ciclistas e os peões enfrentam nas ruas, assim como as consequências negativas que enfrentamos devido à dependência do petróleo e outras formas de energia não renováveis. Em algumas cidades do mundo o grande dia será já este sábado, dia 07/06, noutras, como é o exemplo de Lisboa será no sábado seguinte, dia 14/06.


Apesar desta minha grande paixão pela bicicleta não poderei participar, aqui onde eu moro já acham que sou maluca por ir de bicicleta para o monte com os homens, imaginem se eu saísse à rua toda nua, além disso tenho sérias dúvidas de que alguém por aqui alinhasse comigo. Por um lado seria um evento muito giro, eu nua e sozinha a protestar a favor das bicicletas, por outro lado era capaz de chocar os mais sensíveis. Quanto a vocês, se quiserem participar não se esqueçam dos capacetes, dêem o corpo ao manifesto, mas com as ideias sempre protegidas. 



(Obviamente que a imagem foi retirada da Internet, é bom avisar não vá pensarem que isto é o meu jardim)

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Que blogo dia tão cansativo...

Espero que amanhã volte tudo ao normal e me deixem sossegada, aqui no meu departamento.


Mas... mas... mas...

Então andam todos a publicar as fotos das meias na blogosfera? Mas... então não sabem que essa é a minha área? Anda uma Loira há anos nisto e ninguém repara e agora fazem um movimento e ninguém me avisa? A área das meias é minha, estão a ouvir? Não se metam comigo.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Ser radical não compensa

Numa bela manhã de BTT, já a caminho de casa, os meus colegas começaram a dividir-se, os que iam pela esquerda subiram ao alto de um loteamento, os que iam pela direita pararam cá em baixo para ver o espectáculo. Aparentemente já conheciam o local e já todos sabiam a opção a tomar, eu nunca tinha passado por lá e quando me disseram que era para descer lá virei para a esquerda. Chegados lá em cima os meus colegas começam a descer as escadas, um a um, enquanto os que estavam cá em baixo aplaudiam e incentivavam com gritos. Depois de todos os rapazes descerem coloquei-me a jeito para descer também, cá em baixo estavam todos prontos a aplaudir ou a ver uma bela de uma queda, se fosse hoje, só pela audiência era bem capaz de bloquear e voltar para trás mas naquela altura andava louca e lá me atirei ao abismo. Acho que fui mesmo radical, deve ter sido o feito da minha vida, tive que subir um degrau e em seguida descer dois lanços de escadas, cada um com umas vinte escadas, o que quer dizer que desci umas quarenta escadas de bicicleta. Escusado será dizer-vos que quando cheguei cá em baixo, já de pés e pneus no chão me sentia a super mulher, olhava para as escadas e ainda não acreditava que tinha descido aquilo, o meu corpo tremia de emoção e o meu coração batia a mil à hora, possivelmente os outros estavam a elogiar-me mas só me lembro do Zé, o Zé que me chama de grande maluca e do qual eu esperava elogios reforçados diz-me "As tuas bochechas abanavam todas". E foi isto, uma loira manda-se por umas escadas abaixo, não hesita por um segundo, controla a bicicleta e não cai, uma loira faz a coisa mais radical de uma vida e "As tuas bochechas abanavam todas". A sério, uma loira não merece. Ser radical não compensa.

Querido São Pedro,

não sei se és tu que mandas nesta merda de tempo ou não mas como dizem que sim dirijo-me a ti. Serve este post para te dizer que Saramago disse que é preciso ver com sol os sítios onde anteriormente a chuva caía. Espero que saibas ler e interpretar isto como deve de ser, é que tenho um Caminho para fazer, é a segunda vez que o faço e já o vi com chuva, granizo, trovoada, nevoeiro, vento e frio, muito frio, agora é chegada a hora de vê-lo com sol, um lindo e luminoso sol. Pode ser? Estive a consultar uns sites de meteorologia e as previsões não são muito agradáveis, muda lá isso, sim? Ah... e depois de actualizares a informação se puderes manda-me o link, só para eu ter a certeza de que não te esqueceste do meu pedido.


Atenciosamente,
Loira

O que me espera nos próximos dias

Segundo o que li, na idade média diziam que O Caminho começa à porta de casa, quando nos preparamos para sair. Sendo assim o meu começa sexta à noite, quando pegar na bicicleta às costas para descer as escadas desde o 3.º andar e a carregar na carrinha que nos vai levar a Chaves.

 Sábado partimos bem cedo de Chaves e pedalamos até Ourense.

Domingo partimos de Ourense e pedalamos até Silleda.

Segunda partimos de Silleda, chegamos a Santiago e voltamos a pedalar até Negreira.

Terça pedalamos de Negreira até Finisterra e depois regressamos a casa.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Fashion post

Em Agosto de 2013, quando fiz O Caminho Francês de Santiago tive que deixar em casa a minha imagem de marca, a minha vaidade, a minha paixão, as meias até ao joelho que uso de cada vez que vou andar de bicicleta e que já me fizeram viver histórias verdadeiramente hilariantes. Ainda ponderei levá-las mas a minha consciência e as graves ameaças que recebi fizeram-me mudar de ideias, afinal eram muitos dias, os alforges já estavam muito pesados, já não havia espaço e como o gajo que me acompanhava não estava disposto a transportar paneleirices e prometeu ainda ir deixando uma de cada vez pelo Caminho (este gajo mata-me), lá resolvi aceder e deixar as minhas queridas meias em casa. Fiquei muito triste e até hoje, de cada vez que revejo as fotografias daqueles dias sinto-lhe a falta. Desta vez são só quatro dias e vou vingar-me levando um par para cada dia da viagem. 


Agora é rezar para que haja espaço nos alforges. E para que ninguém os vá revistar antes de sair de casa. E para que não venham cá ao blog ler as merdas que escrevo. E para que consiga escolher só quatro pares, no meio de tantas. Ai... sinto-me tão fashion.

Blogo Ensinamentos

Todos têm a sua opinião e portanto direito a espalhar o bem pelo mundo escrevendo posts ou comentando nas caixas de comentários dos outros blogues, o problema é que na maior parte das vezes não compreendem isso mesmo, todos têm a sua opinião, todos têm direito a pensar de forma diferente, todos têm o direito de escrever posts e comentários e, admirem-se, de ter uma opinião contrária. 

Todos são muito engraçados, dizem piadas e têm um sentido de humor fantástico, até a piada serem eles próprios, sobre isso já falei antes, a ligação entre ter um sentido de humor do caralho e um poder de encaixe do caralho (sim, é um link, ide lá se vos apetecer).

Quando temos uma opinião contrária da maioria é sempre dor de cotovelo, somos sempre mal fodidas, ignorantes, putas, gordas ou simplesmente não sabemos o que escrevemos.

É óptimo ter discussões saudáveis, debater pontos de vista, trocar ideias, desde que a última palavra seja sempre nossa. Eu... eu... eu... eu...

Todos querem ser diferentes, gostar de coisas diferentes, ter opiniões diferentes. Tão diferentes que se tornam iguais aos outros todos.

Quantos mais seguidores melhor. E não falo dos seguidores do blog, falo dos outros, os seguidores de ideias e de estilos de vida.

Ninguém perdoa, ninguém esquece, nunca ninguém errou, na blogosfera somos todos assim, perfeitos, únicos, soberanos.

E as bananas que tive de comer para aqui chegar?

No passado Sábado fiz mais uma vez a mítica subida à Senhora da Graça e foi assim:



segunda-feira, 2 de junho de 2014

Senhores patrocinadores: ATENÇÃO

Fica aqui a lista daquilo que estou disposta a receber cá em casa:

- Uma bicicleta de estrada em rosa e outra em amarelo florescente.
- Uma bicicleta de BTT semi-rija, roda 29, em rosa.
- Uma bicicleta de BTT suspensão total, roda 27.5, em verde.
- Uma bicicleta de Downhill em rosa choque.
- Uma pasteleira, de cestinho à frente cheia de borboletas.
- Equipamentos personalizados para as várias modalidades de todas as cores existentes.
- Capacetes personalizados.
- Sapatos de encaixe de todas as cores e feitios.
- Uns alforges com flores estampadas.
- Óculos de ciclismo de todas as cores.
- Meias até ao joelho de todas as cores e feitios para mim e para oferecer às minhas amigas.
- Uma vespa amarela e um capacete com malmequeres desenhados.
- Uma pão de forma lilás com flores roxas desenhadas.
- Livros. Muitos livros.


Por hoje é só. Qualquer dúvida não hesitem em contactar-me.

Post com duplo sentido (as saudades que eu tinha de escrever assim)

Conheço pessoas que pedalam muito mais que eu e nunca arriscaram sair de casa para percorrer 300 Km até Santiago, dizem que adoravam ir mas que têm medo de não conseguir. Conheço pessoas que pedalam muito mais que eu mas que nunca arriscaram fazer uma viagem em autonomia, duvido que alguma vez arrisquem, parece que só o facto de alguém fazer isso lhes faz confusão. Estar longe de casa com meia dúzia de coisas numa mochila ou num alforge não é fácil, adaptar-se às situações que nos vão surgindo também não, corremos alguns riscos, surgem alguns problemas, a única solução é resolver e continuar, tal como na vida. As cozinhas da vida não são sempre brancas e imaculadas, acreditar não chega, passear com a água do mar a bater nos pés não resolve todos os problemas do mundo, as coisas não correm sempre bem, às vezes a vida é uma merda e não conseguimos resolver tudo o que queríamos, às vezes dá medo, dá insegurança, o sol não brilha de manhã para nos anunciar mais um dia e o que aconteceu ontem já passou. As coisas até podem correr mal, em autonomia e na vida, às vezes até podemos ter que voltar a casa sem atingir as nossas metas, porque não conseguimos resolver um imprevisto, porque as merdas da vida que nos correm mal às vezes são superiores a nós e à nossa força de vontade, mas é preciso arriscar sempre, é preciso sair do conforto de  casa para conhecer lugares que de outra forma não chegaríamos a saber da sua existência, é preciso coragem para enfrentar os medos e o mundo. Se correr mal? Resolvemos e continuamos. Se não conseguirmos? Pelo menos tivemos a coragem de arriscar. E quando chegarmos a casa saberemos que um destes dias, surgindo a oportunidade, arriscamos tudo novamente, afinal não há nada melhor que uma nova aventura pelo desconhecido.

Que caralho... afinal parece que também vou ter de penhorar os sapatos para pagar o IRS


Se tiverem alguma oferta a fazer por eles não se acanhem, estou disposta a negociar.

domingo, 1 de junho de 2014

Não foi picada de enfermeiro, foi picada de mosquito, mas um mosquito engenheiro.

O ano passado comprei uns calções de ciclismo que têm na parte superior da coxa uns buraquinhos, enquanto andava a fazer O Caminho fiquei com as marcas do sol no sítios dos buraquinhos, que fazem um desenho, um dia mostrei a coxa ao meu colega e ele fez uma cara muito preocupada e perguntou se foi algum mosquito, eu disse que sim, que foi um mosquito engenheiro e andamos a rir por causa disso durante uns dias, ontem com o sol voltaram as marcas e voltei a lembrar-me do mosquito engenheiro, se o virem fujam, é mesmo muito perigoso.