quarta-feira, 31 de maio de 2017

Quando a vida acontece

Planear é um pequeno intervalo entre o sonhar e o viver.

domingo, 28 de maio de 2017

Reler-me #26

15 de Abril - Dia Internacional do Ciclista (dizem)

Alguns sites afirmam ser hoje o dia internacional do ciclista. Se considerarmos o ciclismo como um desporto de corrida de bicicletas cujo objectivo é chegar primeiro a uma meta ou cumprir determinado percurso em menor tempo possível, então eu não sou ciclista e não percebo nada disto. O que eu gosto mesmo é de pedalar, de passear de bicicleta, de me divertir, de viajar, de levar com o vento na cara e a emoção na alma, de despentear o cabelo com o capacete, de libertar toda a adrenalina possível numa descida técnica no meio do monte, de subir, subir, subir e atingir um topo que visto de cá de baixo nos parece inalcançável. O que eu gosto mesmo é de coleccionar sorrisos, gargalhadas, percursos, histórias, amigos e horas muito felizes. O que eu gosto mesmo é de parar para olhar o horizonte, é de sentir o sol, a chuva, o calor intenso e o frio gélido no rosto. O que eu gosto mesmo é de desafiar os meus limites, de acreditar que consigo tudo e de superar as minhas metas interiores. Não sei se sou ciclista, se sou cicloturista ou o que raio sou, só sei que isto é bom, que pedalar está-me no corpo, está-me na alma e que mesmo não ligando nada a isto, dos dias internacionais de tudo e mais alguma coisa, hoje é bem capaz de ser o meu dia.

Abril de 2015

sábado, 27 de maio de 2017

Reler-me #25

Há dias... e dias...

Há dias em que acordo a mais bonita, que caminho com segurança e com ar de quem domina o mundo e sabe exactamente o que quer e para onde vai. Há dias em que acordo completamente perdida e até os simples gestos rotineiros me parecem mecânicos, como se fosse difícil o simples acto de respirar. Há dias em que acordo magra e gira, em que escolhi a roupa e a cor de sombras mais fashion dos últimos tempos e os meus saltos me fazem sentir a Super Mulher. Há dias em que acordo gorda, quase obesa, em que nada do que tenho para vestir me serve ou me fica razoavelmente bem. Há dias em que acordo bem disposta, canto durante todo o trajecto de casa ao trabalho e me apetece beijar e abraçar toda a gente só porque a vida bela. Há dias em que o simples facto de estar a chover me faz sentir deprimida e infeliz. Há dias em que tenho as maiores certezas e a toda a segurança do mundo. Há dias em que todas as dúvidas me povoam a mente. Há dias em que choro sem motivos. Há dias em que sorrio confiante e convincente, mesmo só tendo razões para chorar. Há dias que tenho tanta força que sou capaz de mover multidões. Há dias em que sou fraca, como uma ave ferida. Há dias em que o simples nascer do sol ou pintar as unhas me faz feliz. Há dias em que nada me consegue tirar esta ansiedade do peito. Há dias em que me encho de esperança. Há dias em que o mundo acaba amanhã, ou já daqui a pouco. Há dias em que amo. Há dias em que odeio. Há dias que sim. Há dias que não. Inconstante? Não, simplesmente Mulher, como todas as outras.

Abril de 2012

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Em busca da Blogosfera perdida

A Blogosfera já não é o que era. É certo que eu também já não sou o que era e que a Blogosfera hoje em dia só me serve para escrever e para visitar meia dúzia de Blogs dos quais não abdico ou por causa do autor ou por causa da sua escrita. Ainda assim, a Blogosfera era um sítio certo e seguro para mim, a Blogosfera era um porto de abrigo, a Blogosfera era o local que eu podia abandonar porque ia estar sempre lá para mim, a Blogosfera era o recanto que nunca mudava e que me acolhia sempre da mesma forma, a Blogosfera era aquela amiga que eu podia estar longe durante muito tempo e que aquando do reencontro nada tinha mudado nela nem na nossa relação. O que é que aconteceu entretanto? A Blogosfera já não é o que era. Onde é que estão os "concordo contigo" incondicionais? Onde é que estão os "lol"? Onde é que estão os intermináveis smiles? Onde é que estão os "tens toda a razão"? Onde é que estão os "Eu poderia ter escrito isto"? Onde é que estão os "abracinho amiga"? Onde é que estão os "se me seguires eu também te sigo"? Onde é que estão os desafios sem lógica nenhuma? Onde é que estão os selos de Blog mais foleiro de todo o sempre? Mas é pior... muito pior... Onde é que estão as publicidades manhosas com as quais valia a pena gozar? Onde é que estão os outfits horríveis para a gente se rir? Onde é que estão aquelas cores de verniz que só davam vontade de vomitar? Onde é que estão os sapatos que nunca, jamais, alguém no seu perfeito juízo conseguiria usar? Onde é que estão as amigas que quando se zangavam faziam um escândalo de dar vergonha alheia? Onde é que estão os posts sobre a actualidade iguais em todos os Blogs, dia após dia? Mas é pior... muito pior... Onde é que estão os bons Blogs? Onde é que estão os Blogs interessantes? Onde é que estão os Blogs realmente bem escritos? Onde é que estão os Blogs que nos inspiram? Onde é que estão os Blogs que nos emocionam? Onde é que estão os Blogs que nos fazem chorar de tanto rir? Onde é que estão os autores por os quais nos "apaixonamos"? Onde? Onde é que está a Blogosfera tal e qual eu a conheci? É só impressão minha ou esta merda agora é uma seca do caralho?

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Passadiços do Paiva

Os Passadiços do Paiva são um local encantado que eu queria conhecer há muito e que me apaixonaram. Contornam, sobem e descem montanhas que seriam de acesso impossível às pessoas em geral, só os praticantes de desportos no rio e poucos mais teriam o privilégio de conhecer toda aquela imensidão se não tivessem construído os Passadiços. Não sei de quem foi a ideia, mas deixo-lhe aqui o meu aplauso. A grande subida à montanha e a descida são de cortar a respiração até aos que estão habituados a conquistar e a viver nas montanhas. As paisagens são deslumbrantes e toda a envolvência de montanhas, rio, verde, plantas e animais é fascinante. Escapei ao inconveniente do possível excesso de pessoas por ter ido até lá num dia útil, aproveitando desta forma da melhor maneira possível o feriado municipal da minha cidade. Poderia deixar aqui dezenas de imagens fascinantes, mas acho melhor dizer-vos para irem. Vão que vale muito a pena conhecer este bocadinho de mundo tão único.  


http://www.passadicosdopaiva.pt/

E se eu...

Tivesse acabado de escrever o meu primeiro post num Blog?

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Nunca pensei que existissem tantos assassinos por metro quadrado

Devo começar por dizer que nunca gostei de generalizar as pessoas e que sei bem que este tema está muito longe de ser consensual. Ainda assim é preciso escrever sobre isto, é preciso não calar sobre isto.
Sempre fui uma mulher da montanha, dos trilhos, da terra, das pedras, das raízes, do mato, da lama, das subidas técnicas e das descidas radicais. Sempre fui uma aficionada por todo-o-terreno. Acontece que recentemente descobri uma nova paixão, o alcatrão. E se as minhas poucas experiências na estrada já me faziam ver um mundo ao contrário, agora que faço parte dela e que quero conquistar cada vez mais quilómetros consigo ver um mundo completamente assustador.
Nunca pensei que existissem tantos assassinos na estrada. São pessoas aparentemente normais mas que têm nas mãos uma arma mortal que lhes é dada sem grandes dificuldades, mediante um pagamento irrisório e sem qualquer teste psicológico, que diga-se de passagem, era mais que necessário, há imensa gente que não tem capacidade mental para possuir uma carta de condução.
Escrevo olhando para a estrada dos dois pontos de vista, como condutora e como ciclista, mas acima de tudo como pessoa, porque como comecei por dizer, nunca gostei de generalizar e os condutores não são todos iguais, assim como os ciclistas não o são. Como pessoa erro, já cometi muitas infracções ao volante de um carro e como ciclista também erro, já fiz o mesmo em cima da minha bicicleta. Actualmente, como ciclista, estou mais atenta do que nunca e tento não só cumprir todas as regras como olhar para cada carro como um atentado à minha vida e por isso defender-me constantemente. Ainda assim são carros que se metem à minha frente numa rotunda e que me obrigam a travagens perigosas e quase impossíveis quando eu tenho prioridade, são carros que não param nos sinais de stop nem cedem prioridade em cruzamentos quando têm que o fazer, são carros que além de não respeitar a distância de segurança de um metro e meio ainda me fazem tangentes como se isso lhes desse imenso prazer, são carros com atrasados mentais dentro que buzinam e esbracejam só porque estamos ali, são carros com condutores que fazem de conta que não nos vêm e/ou que não existimos, são carros que perante outros que nos cedem prioridade sobem passeios, gritam, barafustam e tentam abalroar-nos propositadamente. São carros com loucos dentro. São carros com gente que olha para nós e vê somente uma bicicleta, roupas de licra coloridas, luvas, um capacete e uns sapatos de encaixe fluorescentes, são carros com gente como nós, mas sem a capacidade de perceber que em cima de uma bicicleta está uma mãe de alguém, está um pai de alguém, estão filhos, estão irmãos, tios, primos, amigos, vizinhos, estão pessoas, estão vidas. E que existam pessoas que estejam de mal com o mundo eu até compreendo, não fossem as minhas grandes paixões e esta forma de olhar para a vida eu também acharia que o universo é uma merda, se eu só tivesse pressa para chegar a sítios onde me obrigam a estar e só mexesse um rabo gordo, mole ou cheio de celulite para entrar e sair de um carro, possivelmente também estaria zangada com tudo e todos, principalmente com as pessoas felizes e apaixonadas por algo que as faz ver a vida mais colorida, mas por muito zangada e de mal com o mundo que pudesse estar tenho a certeza que nunca isso me levaria a colocar a vida de outros em risco.
Por hoje é só. Termino por onde comecei, nunca gostei de generalizar. Resta-me dizer que acidentes são uma coisa, tentativas de os provocar propositadamente para ferir alguém sem defesa são outra.

sábado, 20 de maio de 2017

Desculpa Salvador

Mas não se pode amar pelos dois. O amor tem de ser único, tem de ser partilha, tem de ser mútuo, tem de ser recíproco, tem de ser em comum, tem de ser união. O amor tem de ser a dois. O amor não se aprende nem chega devagarinho, o amor acontece, o amor é intenso, o amor é arrebatador, o amor é surpreendente, o amor é extasiante. Desculpa Salvador, mas não se ama sozinho, não se pode amar pelos dois. O amor só faz sentido a dois. O amor só faz sentido partilhado. O amor só faz sentido gritado ao mundo na primeira pessoa do plural. 





Obrigada Salvador. Obrigada Luísa. Não se pode amar pelos dois, mas pode cantar-se por uma nação inteira. Parabéns Salvador. Parabéns Luísa. 

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Condenadas à nascença

Passaram mais de dois anos desde que comprei vasos pela primeira vez na minha vida, primeira e última, diga-se, que não tenciono meter-me em mais aventuras destas. Desde logo senti o peso da responsabilidade de manter as flores vivas. Eu, que sempre fui apaixonada pela natureza, tinha a partir desse dia um bocadinho dela dentro de casa, dois vasinhos pequenos e em forma de bicicleta, com umas lindas e coloridas flores, capazes de me fazer sentir adulta e responsável, que felicidade. As flores morreram ainda não tinha passado uma semana e eu, profundamente desiludida, tinha a certeza que a culpa era delas e não minha, ainda assim decidi não arriscar e comprei cactos. Cactos e mais cactos, porque me morreram uns atrás dos outros, os primeiros possivelmente afogados entre o meu medo de os deixar morrer e o facto de não fazer a mais pequena ideia de como cuidar deles, os que se seguiram possivelmente à sede, entre a minha certeza de não saber cuidar deles e o esquecimento da sua existência. Cactos e mais cactos, de todas as formas, cores e feitios morreram por minha culpa, minha tão grande culpa. 
Ontem decidi mudar, comprei duas lindas roseiras para os meus vasinhos e fui para casa feliz, disposta a dedicar-lhes toda a minha atenção, mas agora estou em pânico, não sei o que lhes fazer, não sei como cuidar delas, não sei como conseguir que sobrevivam no meu mundo. Paz à sua alma, estão condenadas à nascença, temo que na próxima semana seja necessário ir comprar tulipas, ou atirar os vasos em forma de bicicleta pela janela.
Muito prazer, eu sou a Loira e o meu passatempo preferido é assassinar plantas. Socorro. 

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Os Deuses devem estar loucos

Perante a frase que se impunha - é proibido circular de bicicleta - respirei fundo e reservei os bilhetes.

terça-feira, 9 de maio de 2017

Loira on the road

Queridas pessoas que me lêem, tenho a informar que a partir de agora além de andar por aí a conquistar trilhos ao pedal também vou andar por aí a conquistar quilómetros em estrada, fujam daqui porque eu vou ficar cada vez mais insuportável.
Queridas montanhas, preparem-se porque eu agora ataco de todos os lados e tenho intenção de conquistar cada vez mais cumes.
Queridos condutores, por favor, respeitem um metro e meio de segurança de distância quando me virem, eu juro que já sou perigosa quanto baste.
 

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Isto é bem capaz de ser felicidade

Dupliquei o objecto da minha paixão, em vez de uma agora são duas, as mesmas cores, a mesma dedicação, a mesma espera pela transformação que eu inventei e a mesma ansiedade pelo resultado final. Agora descansam, lindas, as mais giras do mundo e arredores, lado a lado, olho-as com orgulho e com paixão, olho-as novamente e suspiro por elas, minhas. Isto é bem capaz de ser felicidade.

domingo, 7 de maio de 2017

Reler-me #24

Vou sempre com demasiada sede ao pote

Estou sempre com sede e tento matá-la com toda a ganância do mundo. Sinto uma secura indescritível, uma vontade incontrolável. Às vezes entorno a bebida, molho o que não devo, quase me afogo ao derramar o tão esperado líquido. Bebo como quem está perdido no deserto há dias e consegue água pela primeira vez. Bebo como quem se excedeu mortalmente no salgado. Absorvo, consumo, trago, engulo, sugo para dentro de mim como se estivesse prestes a ficar desidratada. Não sei beber de outra forma, não sei ser diferente. Bebo os bocados de vida com um desejo ardente que nunca consigo tranquilizar.

Março de 2016

Reler-me #23

Loira, a incentivadora.

Quando comecei a andar de bicicleta inscrevi-me numa maratona de 40 Km, foi a minha primeira vez, assim que me inscrevi mil vozes se ergueram para me dizer que eu estava maluca, que 40 km faziam as pessoas experientes, que eu não devia ir, que eu não conseguia. Consegui. Pouco mais de um mês depois marquei a minha primeira viagem de bicicleta e logo mil vozes se ergueram para me dizer que 200 km eram impossíveis para mim, que eu estava maluca, fizeram-se apostas porque era uma realidade, eu não conseguia. Consegui. Meio ano depois quis aventurar-me a primeira vez e marquei a minha tão sonhada viagem pelo Caminho de Santiago, logo mil vozes se ergueram para me falar das dificuldades, para me falar da minha falta de preparação física, para me dizer que eu não conseguia. Consegui. O mais grave aconteceu quando em 2013 comecei a planear as minhas férias e comecei a preparar-me para O Caminho Francês de Santiago, mil vozes se ergueram para me dizer que agora sim, eu estava completamente maluca. 1000 Km de bicicleta? Impossível. E com alforges? Em autonomia total? E se me acontecesse alguma coisa? Que faria eu? Dormir em albergues? Partir de manhã de uma cidade sem saber exactamente onde se vai dormir à noite? E se não arranjasse local para pernoitar? Dormia na rua? E para chegar lá, tinha de levar a bicicleta desmontada? E para a montar? Se corresse alguma coisa mal? E as roupas? Tinha de levar pouquíssimas coisas, tinha de lavar todos os dias a roupa que queria usar dois dias depois? E se tivesse uma avaria na bicicleta? E se me perdesse? E se fosse assaltada? E se caísse? E se...? E se...? E se...? Eu consegui.

De cada vez que me quis aventurar se tivesse ouvido as mil vozes que se ergueram para me dizer que eu não conseguia, que eu não era capaz, que era demasiado perigoso, que eu estava maluca, que não compreendiam como eu ousava sequer sonhar com uma coisa assim, ainda que eu nunca tenha pedido opinião a nenhuma dessas pessoas que erguiam as vozes para me dizer que era impossível, se as tivesse ouvido, nunca teria saído de casa, nunca teria arriscado, nunca teria feito aquela que foi a viagem da minha vida. Estaria até hoje a andar de bicicleta à volta de casa como se fosse um ratinho amedrontado.

E se eu contrariei mil vozes negativas tantas vezes, e se eu pretendo continuar a contrariar quantas vozes, quantas vezes, se erguerem para me aclamarem com o impossível, quem sou eu para fazer o mesmo? Eu apoio as pessoas em tudo o que elas me dizem que querem fazer, eu digo sempre que sim, que conseguem, que são capazes, que façam e que aconteçam. Eu digo "força", faço um grande sorriso e ofereço ajuda para o que precisarem. Porque se eu acredito do fundo do coração que sou capaz de tudo, acredito de igual forma que os outros também são. 

E às vezes os outros só precisam de ouvir uma voz positiva no meio das mil vozes negativas.

Março de 2015

sábado, 6 de maio de 2017

Reler-me #22

Estou cada vez mais transparente...

Estou cada vez mais transparente. Durante muitos anos consegui viver sempre de sorriso no rosto e piada fácil para todos. Para ver algo mais que isso era necessário olhar-me bem lá no fundo dos olhos e tirar-me uma espécie de radiografia à alma de diagnóstico muito vago para a maioria dos que tentavam. Estou cada vez mais transparente. Não sei fingir estados de espírito e emoções. Se estou chateada faço uma cara de chateada e fica-me vincada uma ruga no meio dos olhos, mesmo em cima do nariz, se estou irritada, cansada, ansiosa, as minhas expressões mostram cada vez mais as minhas emoções. Se estou perdida fico com um ar totalmente perdido. Estou cada vez mais transparente. O rosto desnuda-me também os sentimentos. Quando não gosto, não gosto, não consigo olhar nos olhos, não consigo ficar atenta ao que me dizem, não me interessa e ponto final, fico com ar de quem está no mundo da lua. Quando gosto confesso-me, brilham-me os olhos, ilumina-se-me o sorriso e expresso-me com o coração. Estou cada vez mais transparente, mas às vezes precisava ser um bocadinho actriz neste palco que é a vida, só às vezes...

Março de 2012

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Bloqueio de leitora

Já não leio. Ou já não leio como lia. Meia dúzia de páginas cansam-me profundamente. Quero muito voltar a perder-me nas páginas de um livro, mas por muito que tente não estou a conseguir. Em vez de cerca de dez livros por mês tenho lido um ou dois, com algum esforço e força de vontade de tentar voltar aquilo que era. Já não leio. Ou já não leio como lia. Ainda assim continuo a carregar um livro sagradamente comigo, em casa levo-o atrás de mim para todo o lado e não saio para a rua sem o meter na mala, como se abandoná-lo fosse perder a esperança de voltar a perder-me na minha grande paixão. Já não leio. Ou já não leio como lia. Ainda assim continuo a carregar o peso dos livros comigo, talvez para provar a mim mesma que não me esqueci dos livros, talvez para provar aos livros que não me esqueci de mim. 

Nunca acaba

Cada meta é um novo ponto de partida.