Para vocezes...

Ainda não morri, não fui raptada por extraterrestes (embora acredite que seria muito útil para algumas experiências), não emigrei para um país sem Internet e não ando a dar a volta ao mundo em bicicleta. Simplesmente ando numa fase com menos inspiração para a escrita e para o blog. Um dia destes volto.

Um dia destes fui andar de bicicleta e enfiei um pico, mesmo na dobra do dedo mindinho, encostado ao osso. Por muito que me tentassem tirar aquilo ninguém conseguia, mas o dedo já não doía, só quando fazia algum movimento que me fizesse tocar exactamente onde estava o pico. Há feridas que são assim, só doem quando lhe tocamos, principalmente as dores de coração.

A minha tia Inês...

Se me pedissem para descrever a minha tia Inês numa só palavra, seria, sem qualquer tipo de dúvida, AMOR. Amor incondicional. Amor pelas pessoas. Amor pelos irmãos. Amor pelos pais. Amor pelos filhos. Amor pelos netos. Amor pela família. Amor pelos amigos. Amor pela casa. Amor pelo trabalho. Palavras de amor. Sorrisos de amor. Amor pela vida. E um amor tão especial por um marido que lutou com ela durante três longos anos, que deixou tudo para lutar cada dia e cada minuto ao lado dela numa luta desigual.
O AMOR deveria vencer sempre tudo, mas desta vez quem venceu foi o cancro que nos roubou a minha tia Inês ontem. E o nosso mundo ficou muito mais pobre de AMOR...

Vou ali e já volto

Como vos abandonei nos últimos dias ainda ponderei levar-vos comigo, mas vocês são tantos que decidi levar só uns livros, a bicicleta e o Moreno. Prometo voltar muito mais disponível e muito mais inspirada para vocês. Fui...

Inicialmente este era um post mesmo deprimente, mas podem acontecer tantas coisas enquanto escrevemos um post...

Não estou de férias, para vos dizer a verdade ainda nem sei muito bem quando vou conseguir tirar uns dias de férias, mas posso dizer-vos que o meu corpo continua aqui mas o meu cérebro já está estendido ao sol sem fazer um caralho e confesso que ele agora até me está a fazer falta.

Inscrevi-me nas três maiores maratonas de BTT do Outono e comecei a treinar a sério, doi-me o corpo todo e mal me consigo mexer.

As maratonas que tenho participado nestes últimos tempos estão a correr-me mesmo mal, segundo os entendidos (ou talvez não) parece-me que não posso fazer sexo antes da maratona. E eu que levei tanto tempo a convencer o Moreno de que andar de bike é que era fixe, agora tenho que fazer o contrário porque afinal não é assim tão fixe.

Estava para aqui já a arranjar mais uma série de tópicos para vos fazer ver que isto por aqui não está fácil, mas acabo de receber uma sms. Afinal a vida é mesmo bela, tenho uma pulseirinha vip para circular livremente junto das equipas que vão participar na volta a Portugal, que começa já amanhã. Vou só ali dar três gritos e já venho.

Vá, contem-me tudo, não me escondam nada...

Pergunto:

Respondo:

E vocês?

...

"Existe uma lenda acerca de um pássaro que só canta uma vez na vida, com mais suavidade que qualquer outra criatura sobre a Terra. A partir do momento em que deixa o ninho, começa a procurar um espinheiro, e só descansa quando o encontra. Depois, cantando entre os galhos selvagens, empala-se no acúleo mais agudo e mais comprido. E, morrendo, sublima a própria agonia e solta um canto mais belo que o da cotovia e o do rouxinol. Um canto superlativo, cujo preço é a existência. Mas o mundo inteiro pára para ouvi-lo, e Deus sorri do céu. Pois o melhor só se adquire à custa de um grande sofrimento... Pelo menos é o que diz a lenda."

Colleen Maccullough, Pássaros Feridos

Do Coração...

A minha avó...

Aquela que ainda está sempre lá para me receber com um abraço e uns beijinhos. Aquela que ri sempre de tudo o que eu digo, mesmo que eu esteja a dizer um grande disparate. Aquela que acha sempre que estou muito magrinha, mesmo que eu tenha engordado uns cinco kilos. Aquela que fazia gemada para mim e para o avô ao final do dia nas tardes quentes de verão. Aquela que cozia o melhor pão que já comi. Aquela que nunca ouvi a levantar a voz a ninguém. Aquela que não compreende como é que uma pessoa pode ser filho de um e chamar pai a outro numa telenovela. Aquela que acha que, se eu ando de bicicleta é melhor estar atenta não vá eu aparecer na volta a Portugal e até na volta á França, e fica tão atenta que me explica tudo o que aconteceu. Aquela que fugia de casa da filha quando o marido estava no hospital para ficar sempre com ele. Aquela que se mudou literalmente para a única divisão da casa que tinha visão para o cemitério quando teve de se separar do marido, do avô. Aquela que esteve hospitalizada durante vários dias e a sua única preocupação é que lhe tinham tirado a aliança. Aquela que agradece sempre as visitas, como se recebesse a maior prenda do mundo. Aquela que viu dois filhos sobreviver a um enfarte e ainda tem força para ajudar a cada dia uma filha a tentar ultrapassar um cancro nos pulmões. Aquela que chora, que chora sempre, não pelas dores dela, sempre pelas dores dos outros.

Eu...

Já fui um pássaro louco. Agora sou somente uma andorinha que voa atrás do sol aconchegante da Primavera.

Eu bem vos avisei que tinha apanhado sol a mais na moleirinha (como diz a minha avó)

Acabo de gastar para lá de um dinheirão no meu novo equipamento de BTT. Já não fico com bronzeado de trolha, de fácil lavagem, completamente anti lama, super fresco, última moda e giro que se farta.

Sou gaja para fazer um sucesso já na próxima maratona.

A resolução...

Depois de muito ponderar (ainda sobre o meu lindo estado, descrito no post anterior) resolvi fazer isto:

Créditos e um beijinho ao Lampâda Mervelha.

Estou linda, linda, linda... Juro-vos, estou tão linda que até doi.

Ontem de manhã lá fui eu para mais uma voltinha de bike, ainda ponderei alapar o cu na praia, mas não vem tempo de jeito para eu tratar do bronze. Depois de alguns Km lá me avisaram que dois dos meus colegas dos pedais tinham feito anos durante a semana , portanto trataram de comprar comida e bebidas para o pessoal festejar e estavam num parque à nossa espera. Chegamos ao parque ainda antes do meio dia e só chegamos a casa por volta das seis da tarde. Comemos, bebemos, rimos e conversamos, embora a conversa nunca saia muito do tema bicicletas é sempre muito divertido. O parque era lindo, tinha mesas de piquenique, relva, árvores, um rio e música animada que um pessoal que também parou por lá levou. Quando cheguei a casa e vi a minha linda figura quase me atirei nua pela janela e com as mãos atadas à cabeça, tenho os braços completamente queimados do sol, desde a manga curta do jersey de btt, um com a interrupção do relógio e o outro com a interrupção de uma tira de desporto que uso para limpar a monquice quando ando no monte e não posso perder tempo. Além disso tenho a cara toda vermelha, também queimada do sol, só com uma linda interrupção, dos óculos de sol. Agora estou a ponderar entre aquela cena de me atirar nua pela janela ou fechar-me em casa durante três meses e só sair para andar de bike. Não sei, tenho que pensar muito bem no assunto.

Lá havia de chegar o dia em que vos ía dar uma das minhas fantásticas receitas

Depois de triturar uma meia dúzia de delícias do mar, misturar com maionese e barrar no pão. Depois basta acrescentar uma fatia de fiambre, uma folha de alface e uma rodela de tomate. E já está... um manjar dos Deuses. Ainda melhor se acompanhado com um belo panaché bem fresquinho.

Se forem bons seguidores e se portarem bem um dia destes ainda vos digo como se faz a salada de atum e milho e quem sabe, na loucura ainda vos conto a receita de arroz de ervilhas com salsichas.

Não sei falar de amor

Apesar de não contar por aqui pormenores da minha vida privada (só porque se o fizesse entupia a caixa de seguidores) o blog acaba por retratar a minha personalidade, os meus gostos, os meus desejos, os meus sonhos, as minhas loucuras. Ao ler post's antigos vou relembrando momentos, pessoas, sentimentos. Em cada post, apesar de alguns já soarem estranhos na minha consciência consigo distinguir exactamente aquilo que estava a sentir no momento em que as teclas vão transformando as palavras em sentimentos. Fui dedicando post's a pessoas importantes, quase todas aquelas que me marcam de forma especial. No entanto há uma pessoa na minha vida que nunca teve direito a um post digno do lugar que ocupa, do sentimento e da importância que tem. Mas só por isso, só porque não sei falar de amor.

Como ter um blog de sucesso?

Não é preciso dizer mais nada, pois não?

Hoje vou... levar-te comigo...

Mãe sofre...

A minha por exemplo, mostrava uma preocupação excessiva em relação a esta cena de eu andar a fazer BTT. Eu não entendia muito bem esse pânico dela até que descobri recentemente que a pobrezinha pensa desde o ano passado que pratico downhill, altura em que a levei a ver um campeonato que decorria cá no norte.

Bem que eu gostava de ter tomates para isto mãezinha, até já me passou pela cabeça experimentar, mas tenho medo de partir alguma unha...

Precisa-se:

Preciso de um café forte. Preciso de um sol brilhante lá fora. Preciso de cerejas, gordas e maduras. Preciso de um campo de futebol plantado com túlipas amarelas. Preciso de areia e de mar, de cheiro a bronzeador e do sabor da água salgada no corpo. Preciso de um final de tarde com abraços e pôr-do-sol. Preciso do cheiro a bolo quente, acabado de sair do forno, do cheiro de chocolate derretido. Preciso de conduzir Km sem um destino traçado. Preciso de figos secos com amêndoa. Preciso de uma descida perigosa de bike. Preciso de vento na cara. Preciso de girassóis. Preciso de toneladas de gelado, para comer até doer o estômago. Preciso de um sofá, uma manta e um livro. Preciso de um dia a meia-luz. Preciso de tanta... tanta coisa...

Mas contentava-me somente com uma ideia luminosa para acabar a merda de trabalho que tenho pendente. Doi-me a cabeça e estou farta de analisar números. Que puto de trabalhinho de corno que eu fui arranjar...

...

"Meu amigo verdadeiro, quem me vos levou tão longe?"

Bernardim Ribeiro, Menina e Moça.

Sobre escrever...

Gosto de post's com duplo sentido. Daqueles, que cada um entende exactamente o quer. Que deixam o mistério no ar. Eu dou-lhe o meu sentido em cada palavra e cada pessoa que o lê, mediante a sua própria imaginação, a sua experiência de vida e a sua personalidade entende-o à sua maneira. Por isso não gosto de dar explicações sobre aquilo que escrevo. As pessoas que passam cá e têm um blog sabem o que isso é, o verdadeiro sentido das palavras, o sentimento escondido nas entrelinhas. As que me conhecem e só passam cá para ler perguntam. Não perguntem, não vou responder. É só a minha vida...

(Re)post. Aos Resistentes. Aos Sobreviventes.

O cão da pista, é chamado por todos desta maneira porque vive lá, na pista de cicloturismo que une a minha cidade com a cidade vizinha.
O cão da pista é meigo e brincalhão, quando passamos de bicicleta, a correr ou a caminhar ele vem uns metros connosco, aceita os nossos mimos, aceita as nossas brincadeiras, aceita a comida que lhe damos e os olhos dele parecem agradecer.
O cão da pista torna-se violento quando alguém tenta levá-lo um pouco mais do que aqueles metros que a consciência dele lhe permite.
O cão da pista já podia estar a viver com uma das muitas pessoas que tentaram levá-lo para casa, ou para o canil, para onde o tentam convencer a ir tantas vezes, mas não, o cão da pista recusa-se a sair dali, daquele local onde o dono o abandonou há uns meses atrás.
O cão da pista acha que o dono ainda volta, para o levar para casa.
Às vezes, na vida, também nós ficamos à espera, também nós nos recusamos a seguir para a direita ou para a esquerda, também nós ficamos ali, a ver os outros passar.
Só espero que o cão da pista tome a decisão dele e aceite um abrigo antes das noites frias que não tardam em chegar.

O Cão da pista continua por lá. E tem os olhos mais tristes que eu já vi.

Hoje vou... pelo sentido proibído...

...

"Regressamos sempre aos velhos lugares aonde amámos a vida. E só então compreendemos que não voltarão jamais todas as coisas que nos foram queridas. O amor é simples, e o tempo devora as coisas simples."

José Eduardo Agualusa, O Ano em que Zumbi Tomou o Rio.

Para a Li e a Malena...

Por várias vezes me passou pela cabeça acabar com o blog, pela falta de tempo, pela falta de paciência. Depois de uns dias sem vir cá começo a sentir falta disto e lá se arranja tempo, lá se arranja paciência. Mas o motivo maior, pelo qual vou ficando por cá, não é só por ter o meu espaço, é porque me vou lembrando de vocês, vou pensando que depois deixo de ter notícias de um e de outro, vou pensando que terei de deixar de acompanhar-vos, ou pelo menos tão assiduamente. Estes dias, duas pessoas de cá, da blogosfera, daquelas que nunca me viram o rosto, mas concerteza já conseguiram ver-me a alma decidiram partilhar uma parte delas comigo. A Li, uma das melhores coisas, senão a melhor da vida dela. E a Malena, uma das piores coisas, senão a pior da vida dela. Por isso este post é para elas, para lhes agradecer a partilha, a confiança. Para lhes dizer, a ambas, que vai correr tudo bem. E para lhes dizer que por causa delas é que vale a pena andar por cá, mesmo quando o tempo é pouco e paciência ainda menos. Para lhes dizer "Obrigado".

Olha que merda...

A vida continua a dar-me sempre razão. Mesmo quando eu pagava para a não ter.

Coisas minhas...

Foda-se (Desculpem lá, mas não me consegui lembrar de título melhor para isto)

Canção de Israel no festival da Eurovisão

No mundo real...

No mundo imaginário...

Pegava na bicicleta e numa mochila com um livro e M&M's, pedalava até ao cimo da montanha e depois de chegar lá em cima ficava na paz, no silêncio, encostada a uma árvore a ler e saborear os chocolates (daqueles que tem amendoim, os do saco amarelo). Depois, antes de vir embora apanhava amoras e figos.

Sugestão:

Eu quero.

Talvez...

Um dia, talvez me olhes nos olhos e reconheças o recanto mais íntimo de mim. Talvez conheças cada detalhe, cada sinal, cada movimento. Talvez saibas de cor cada expressão do meu rosto e o que realmente significam. Talvez saibas a maneira como me aninho para dormir, a forma como mexo no cabelo quando fico nervosa, o meu ar de indiferença quando o assunto não me interessa. Talvez saibas todo o meu mundo. Um dia talvez aprendas a ler nas entrelinhas, não dos textos, mas da alma.

Coisas minhas...

Amiga...

Há dias em que o meu coração é grande demais para caber aqui dentro. Ou então é o meu peito que não tem força suficiente para o segurar. Temo ter de procurá-lo um dia destes, aí para os teus lados.

Estou a ficar Louca, é oficial...

Ou é do excesso de calor, ou do excesso de trabalho, ou por ter estado doente e não poder fazer nada de jeito durante uma semana (a não ser um belo jantar com duas famosas bloggers, sim, porque afinal, somos todas famosas e giras e boas). O certo é que não pude ir na caminhada ao Gerês, nem pude andar de bike, nem pude ir para a praia, sem contar que perdi o pin da Internet e a televisão avariou (já vocês imaginam por esta altura que tive de arranjar alguma coisa para me entreter). Vou tentar retomar todas as minhas actividades normalmente, mas aviso desde já que não me responsabilizo por futuros post's impróprios para consumo.

Se a minha vida fosse uma história infantil...

E então chegou a guerreira, fez as malas da bruxa má e levou-a daqui o mais depressa que conseguiu. A outra guerreira tratou de informar a princesa que agora só tinha que suportar o cara vermelha e o desnorteado. E... não foram felizes para sempre, mas passaram uns dias mais descansados.

Coisas...

Já ando aqui há demasiado tempo. As primeiras voltas são divertidas, depois começamos a ficar enjoados e por fim ficamos completamente tontos. Eu já estou tonta. Só espero que a ficha acabe no tempo certo, que pare virado para norte. O meu norte, para que consiga encontrar rapidamente o equilíbrio e dar os primeiros passos.

Na realidade quero correr...

Há que dá valor a gajos com grandes tomates...

O meu chefe sobe as escadas do escritório admirado com a cena que se passa lá em baixo. Chega alguém a fazer-se passar por futuro cliente, mas ao que parece o único propósito da visita é levar o número de telefone daqui. No meio da conversa acaba por se descair em alguns pontos. O chefe, incrédulo, repete a história, a mim, ao meu colega. Ainda na mesma tarde liga-me "o personagem", trata-me pelo nome próprio, convida-me para tomar café, informa-me que dá aulas na escola ali ao lado e que lhe despertei o interesse. Desde que, quase atropelaram a minha melhor amiga no meio da rua para me pedir o número de telemóvel que não me acontecia uma cena assim. Eu despachei-o, claro está, mas há que dar valor a gajos com grandes tomates, que é mais ou menos como quem diz, com uma lata do caralho.

...

"«Não vejo ninguém na estrada», diz Alice.

«Como eu gostaria de ter uns olhos assim bons», observou o Rei num tom amargo.

«Não ver ninguém! E a esta distância ainda! Eu, com esta luz, não sou capaz de ver senão pessoas»"

Lewis Carrol

Alice do outro lado do Espelho

O Amor é mesmo lindo...

Depois de uma certa insistência da minha parte, o Moreno lá me começou a acompanhar nesta vida sobre duas rodas e até me parece que tem um talento natural para a coisa. Certo é que quando chegamos a casa eu estou toda arranhada e cheia de nódoas negras (não tenho culpa que as silvas, o mato e os troncos venham todos ao meu encontro). Ele faz troça de mim, ri-se e depois lá me passa a pomada entre piadas irritantes. Eu faço beicinho, amuo e digo que quando ele tiver pedais de encaixe vai começar a cair e eu a rir-me. Semana passada (como já estava fodida) comprei-lhe os pedais e lá fomos nós, eu sempre atrás para assistir à primeira queda e ainda com a máquina fotográfica preparada, só para mais tarde recordar (me rir). No final do passeio, nada de quedas, nada de arranhões, nada de nódoas negras, só um desequilíbrio. Esse pequeno desequilíbrio foi exactamente para cima de mim e como tal ele ficou intacto e eu é que fiquei mais uma vez com a perna magoada.

Estou a pensar em dar-lhe um valente empurrão na próxima pedalada.

Confessem lá que durante as minhas ausências mais prolongadas ficam todos a transbordar de saudades minhas

Eu confesso que penso muitas vezes em vocês. Por exemplo, durante esta minha última ausência pela blogosfera fui passar uns dias à Serra e fartei-me de pensar o que vos ía mostrar. Pensei em mostrar-vos as montanhas que se erguem atrás da vila, pensei em mostrar-vos o rio, a casinha rústica, os gelados, as lojas regionais, a lareira acesa à noite...

Até que decidi mostrar-vos o Novo Kamasutra...

Por acaso pensavam que eu ficava sempre por cima e ela por baixo? Nós temos uma relação liberal e uma imaginação muito fértil...

Ontem...

Ultrapassei-me a mim mesma. É a próxima meta. Ultrapassar-me todos os dias.

Cada vez mais viciada...

"Um país é feito de Homens e de livros"
Monteiro Lobato

Pergunto

Sou só eu que de tempos a tempos perde a paciência para o blog?

Sou gaja para começar a arranjar fotos semanais de umas belas paisagens

E ainda não estou a falar das minhas partes traseiras...

(...)

"Não percas Ítaca de vista,
pois chegar lá é o teu destino.
Mas não apresses os teus passos;
é melhor que a jornada demore muitos anos
e o teu barco só ancore na ilha
quando já estiveres enriquecido
com o que conheceste no caminho.

Não esperes que Ítaca te dê mais riquezas.
Ítaca já te deu uma bela viagem;
sem Ítaca, jamais terias partido.
Ela já te deu tudo, e nada mais te pode dar.

Se, no final, achares que Ítaca é pobre,
não penses que ela te enganou.
Porque te tornaste um sábio, viveste uma vida intensa,
e este é o significado de Ítaca."

KONSTANTINOS KAVAFIS

Nem consigo arranjar um título para isto...

Esperem lá, afinal até consigo, talvez... Indescritível!

Eu...

Já tive uma mão cheia de sonhos. Mas os sonhos que guardamos na mão começam a escapar-nos por entre os dedos como se fossem grãos de areia. Resolvi guardá-los muito melhor. Aos sonhos...

Novidades???

Ando a treinar. Ainda não sei bem para quê, mas resolvi treinar um pouco mais a sério. No Domingo fiz 80 Km e ontem fiz mais 60 Km. Hoje volto. Ainda não estou cansada. Na realidade raramente me canso. Fico é com mimo. Há dias e que sou mesmo mimada. Mas ao contrário de algumas pessoas eu tenho a perfeita noção disso. E gosto...

Esqueci-me que tinha um blog. E a culpa foi destes três senhores:

Foda-se...

Há dias que até me podem acusar de não pedalar um caralho, mas uma coisa é certa, é que tenho um estilo do caralho...

Que espectáculo de miúda!!!

Pela primeira vez consegui chegar nos primeiros 100 classificados de uma maratona e ser a primeira mulher a passar a meta.

(Claro que não é significativo o facto de só terem aparecido 80 pessoas para a maratona e só serem 3 mulheres, sendo que uma desistiu logo na primeira subida. Pois não???)

O Loiro da minha vida...

Fui informada que tinha saudades minhas. Perante isto que mais poderia eu fazer senão abdicar do treino de bicicleta para ir comer o belo do hamburger com batata frita e coca-cola. Contou-me as coisas dele, da escola, do futebol, da namorada, da prova que tem amanhã, deu-me beijos, deu-me abraços, falou-me da crise. Está um senhor a olhar, mas segundo ele não é para as minhas pernas como a mãe pensa, o senhor está a olhar porque acha mesmo engraçado o meu cabelo e o dele serem da mesma cor, enfim, nota-se mesmo que somos tia e sobrinho, apesar de não o ser, além do coração. Quando vimos embora comentamos o tempo, a mãe dele pergunta se sempre vai chover e eu digo que sim, que fui à internet e que vai chover, ao que ele responde "Nossa Senhora do Salto, faz com que amanhã não chova", eu não sei quem é a Nossa Senhora do Salto mas ri-me da expressão dele e disse "Que não chova no Sábado que tenho uma maratona de BTT". O meu sobrinho fez questão de me contar a lenda da Nossa Senhora do Salto, onde vai anualmente com o pai, não sem antes encostar a cabeça ao vidro do carro, olhar o céu, juntar as mãos em frente à face e pedir: "Nossa Senhora do Salto faz com que a Vera tenha um dia maravilhoso no Sábado. Ah... e que não chova".

Agora mesmo, ao pensar naquela expressão do rosto dele a olhar o céu só me apetece agradecer: "Obrigado Nossa Senhora do Salto, por momentos assim..."

É impressionante...

Mas tenho um sexto sentido que é uma coisa fantástica. Quando fico de pé atrás com alguma situação ou com alguma pessoa, mais cedo ou mais tarde venho a descobrir que aquela sensação de "Hum... não me está a cheirar muito bem..." tinha a sua razão de ser e aquela situação ou aquela pessoa, nunca me saem merda nenhuma de jeito. Até nisto do BTT consigo ter este sentido apurado, por incrível que possa parecer quando penso se passar ali vou cair, quando arrisco vou logo de cu ao chão, que é como quem diz, caio mesmo (o cu foi só a parte do corpo que escolhi para quando consigo optar mandar primeiro ao chão, só porque acho que me vai amortecer melhor a queda, entenda-se).
No fundo, isto tem sido muito útil na minha vida, no final das contas aquelas pessoas que eu gosto verdadeiramente são pessoas boas, ou pelo menos em quem eu posso mesmo confiar. Até nisto do BTT tem sido muito útil, esta semana por exemplo, no final do dia quando fui pedalar tive a sensação que deveria travar naquele cruzamento, apesar de ter prioridade. E saiu-me uma besta quadrada a conduzir um carro que não parou nem sequer abrandou num stop. Lá está... se não tivesse este sexto sentido teria sido atropelada (abalroada será o termo mais apropriado).

E era só isto... pelo sim, pelo não... vou continuar a ir por mim...

Cheguem-se aqui...

Primeiro mostrei-vos a viagem, depois mostrei-vos as saídas, também já vos mostrei os meus saltos, mais viagens, até já vos mostrei um namorado. Certo dia passei uma vergonha imensa, mas no mínimo consegui provar que sou realmente loira, e por falar em vergonha, por motivos de força maior um dia mostrei-vos mesmo os sapatos. Para responder a um desafio já vos mostrei a mala, e as pinturas, depois fui ainda mais gaja e mostrei-vos o vestido, e também a camisola. Para mostrar uma mudança mostrei-vos os cabelos, mas no entretanto deixou de haver mudança. Houve um dia em que vos mostrei o pacote, que é mais ou menos como quem diz, o rabo. Ao longo de todo este tempo fui vos mostrando partes e mais partes de mim. Claro que no meio disto também vos fui mostrando as minhas aventuras, e mais aventuras, e o meu orgulho. Até que chegou ao dia em que vos mostrei as mamas e fiz uma revolução na blogosfera. E claro, já vos mostrei a minha paixão.

Agora, olhando ali para a caixa de seguidores e vendo que faltam tão poucos para os 400 pensei que quando ultrapassar esse número vou mostrar-vos uma coisa que vocês nunca viram.

Que comecem as apostas...

Silêncio...

É o momento em que posso ser eu, por inteiro, sem máscaras nem camuflagem, de alma nua. É um grito bem alto em sussurro...

Parece que anda Portugal inteiro a falar de gordura...

Já vos tinha dito que oiço a RFM, não já?

Oh... Foda-se...

Agora que tinha uma estratégia para tornar o blog interessante, que passava sobretudo por não escrever, não sei onde coloquei a merda dos cabos usb da máquina fotográfica e do telemóvel. E logo agora que já tinha fotografado os sapatos, as malas, os vernizes, e as paneleirices todas que tenho cá por casa.

Loira, por acaso tens mais alguma coisa para nos mostrar?

Não sei se já vos tinha dito mas esta cena de andar de bicicleta faz ainda mais fome do que fazer sexo.

Loira, e quem é que tu encontras?

Grandes amigos...

Não quero cá comentários do tipo: "Ah... e tal... oh loira... até que enfim que nos começas a apresentar a familia". Estamos entendidos?

Loira, com quem é que tu andas?

O facto de ter levado a máquina fotográfica comigo fez-me lembrar uma velha promessa feita por aqui. A de mostrar-vos a minha companheira de aventuras, não podendo deixar de declarar que continuo completamente apaixonada por ela.

Não posso deixar de mencionar que à pergunta feita no título também se adequa a resposta: "Ando sempre rodeada de gajos jeitosos com cus bons, vestidos de calções de lycra. E miúdas... aquilo é uma coisa bem gira de se ver", mas como já terão reparado, ando a tentar fazer disto um blog sério.

Loira, por onde é que tu andas?

Vós que sois leitores atentos e já conhecedores da minha personalidade concerteza já haveis percebido que não ando com disposição nenhuma para escrever por aqui.

Sendo assim, decidi-me a presentear-vos com as imagens do meu final do dia.

...

Posso resumir em três palavras o que aprendi com a vida: "A vida continua".

Robert Frost

Onde está a Loira???

Passei a anos a perguntar-me "Onde está o Wally?", agora brinco eu e pergunto: "Onde está a Loira?"




E se tiverem paciência encontram a Loira não uma, mas duas vezes. Quem adivinha, quem é???

Há imagens que se lêem melhor que as palavras...

Neste blog também se fala sobre dicas de beleza

No dia anterior prepare-se para o evento, faça umas massagens com creme relaxante, arranje as unhas dos pés e das mãos, uma manicure francesa é o ideal (só agora me lembrei porque ano passado passei o verão inteiro a pintar as unhas de preto). Deite-se bem cedo, (mesmo que não consiga dormir um caralho) precisa de descansar porque também vai ter que se levantar muito cedo. Escolha uma roupa que tape o máximo de corpo possível, (mesmo que quase morra de calor) porque vai passar muitas horas ao sol e não quer ficar com marcas, principalmente nas partes mais visíveis do corpo. Coloque um creme solar com elevado grau de protecção na face, para não ficar com marcas dos oculos de sol nem aumentar as sardas (mesmo que assim o pó agarre melhor e que fique com a cara toda preta). Escolha uns calções, porque as calças vão fazer muito calor e ao fim de alguns Km vai fazer toda a diferença (que saudades tinha eu dos arranhões nas pernas). Escolha um soutien confortável e que não force a zona do pescoço (mesmo que tenha de arranjar maneira de o tirar no meio do monte). Tenha uma alimentação saudável durante todo o evento (tipo uns seis litros de água e um gel energético nojento). No fim, prepare-se para voltar ao duche umas três vezes, porque não consegue tirar toda a sujidade à primeira lavagem. No dia seguinte o que vai ouvir é "Estás tão linda hoje, o verde fica-te mesmo bem". Eu continuo a achar que é dos banhos de lama e de pó.

Eu não vos disse que voltava daqueles 70 Km só um bocadinho mais cansada, mas muito mais feliz?

Vou ali e já volto...

Um bocadinho mais cansada, mas muito mais feliz...

Acreditem, ou não, já me pagaram para escrever no blog...

Agora fodo-me que trabalho tanto, mas tanto que nem tenho tempo para me coçar, quanto mais para escrever aqui, para responder aos comentários e para ler alguns dos Vossos Blogues.

Depois de uma jornada de dias e dias de trabalho diurno e nocturno a importante análise financeira que me dispus a fazer está praticamente concluída, depois de mais uns detalhes é só preparar a apresentação. Estou tão, mas tão orgulhosa do meu trabalho que como conclusão vou dizer: "Como podem verificar, estamos a perder dinheiro, mas têm uma funcionária que é um talento".

O que é que ficou por dizer?

Faz de conta que ainda é cedo...

A felicidade...

Pode estar entre optar por aquilo que queremos para nós e aquilo que achamos que deveríamos fazer. Pode estar entre pensar em nós e pensar nos outros. Não deveria ser opção, nós somos sempre mais importantes. A felicidade pode estar na coragem. E eu só quero que sejas feliz.

Hoje...

Seria dia de homenagens, seria dia de festas, de prendas, de convívio, de carinhos, de amores.

Seria dia de lhe escrever um post, a ele, a dizer-lhe tudo o que sinto, tudo o que penso, de lhe dar a mão e sorrir, de lhe dar abraços, como se fossem os últimos, mas os últimos já aconteceram e agora já não há abraços, só recordações, porque ele já partiu, e o que quer que lhe escreva agora parece sempre tão pouco.

Seria dia de lhe escrever um post, a ela, a explicar-lhe as coisas, a vida, a dizer-lhe que me recordo de cada momento só nosso, desde o dia em que nasceu até ao dia que me foi roubada. O post dela, talvez seja escrito, um dia destes, já que nunca vou poder dizer-lhe nos olhos.

Quis a vida que o mesmo dia fosse dos dois, quis a vida que estas feridas que ainda tenho no coração tenham sido feitas pela partida, embora que diferente, dos dois. Quis a vida...

Ai... como eu sofro...

Doi-me o joelho, daqui a pouco mais de uma semana tenho uma maratona de 70 km e agora é que tinha de me começar a doer o joelho. Não tenho gelo no congelador porque me esqueci de o fazer, portanto na falta de opção coloquei a caixa de gelado Carte d'or em cima do dito cujo (joelho, entenda-se) e vou comendo enquanto me vou tratando e escrevo um post.

O post serve só para me despedir de vós, esta semana tenho o "trabalho da minha vida" para terminar e apesar de já ter conseguido reunir todas as informações necessárias e ter ideias brilhantes não estou a conseguir colocar tudo no papel de uma forma prática e genial, portanto vou só ali ver se me dá uma luz, que é mais ou menos como quem diz, se finalmento consigo acabar de comer a caixa do gelado.

Até já...

Quecas ao luar...

我知道这个标题会到这里每到一站，他们扭曲的心灵。直到你拥有了一切，但我的话，那么，这么多的工作，他们将不得不满足于仅标题。 翻译显然是谷歌的希望他们得到至少与它的喙的眼睛。这就是我只是对财务分析狗屎我必须做的，沉思了一会儿。

告訴我沒有如果圖片是不是很棒。

Respirei fundo... Respirei Fado...

"Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir
Pois tudo em meu redor
Me diz que estás sempre comigo"

Esta cena do BTT...

Por vezes a lama é tanta que temos que lavar a roupa por mais que uma vez. Por vezes a roupa nem descola do corpo e temos que ir para o banho com ela. Por vezes temos que lavar os sapatos umas três vezes para ficarem no mínimo apresentáveis e mesmo assim não ficam. Por vezes o corpo não faz exactamente aquilo que nós queremos e torna-se mais fraco. Por vezes chegamos lá em cima em último lugar quando era necessário chegar em primeiro. Por vezes temos avarias e temos que vir embora a pé. Por vezes a chuva e o frio são tantos que nem conseguimos ter reacção. Por vezes chateamo-nos uns com os outros por causa do stress. Por vezes ficamos quase que perdidos no meio do nada. Por vezes temos fome e temos sede. Por vezes já pedalamos tanto, por tanto tempo que só nos apetece deixar ficar a bicicleta no meio do monte e vir embora a pé, para o conforto da nossa casa. Por vezes os passeios acabam como o de ontem, com as bicicletas encostadas ao muro e todos sentados nas escadas das urgências do hospital à espera que finalmente saia um dos elementos da equipa.

A paixão compensa tudo e continuamos a ir, sempre à mesma hora, no mesmo sítio...

A sensação de liberdade, de autonomia, de força, as gargalhadas, os laços criados compensam todos os "por vezes..."

E isso faz-me pensar se na vida não deveríamos ser também assim, porque de facto, desmontar ou vir embora à primeira contrapartida nunca deveria ser opção.

A sociedade ainda não está preparada para as minhas ideias brilhantes. Mas vocês estão...

Estou sempre preocupada com os outros, dou sempre a minha opinião sincera, é certo, mas de uma forma subtil e pensando bem nas palavras que vou utilizar, para não magoar ninguém. Tenho sempre em atenção que as coisas fiquem bem esclarecidas e quando me chateio com alguém nunca consigo ficar nesse estado por muito tempo, tenho sempre o cuidado das últimas palavras nunca ferirem as pessoas que gosto. Tenho medo de dizer uma coisa má que na realidade não sinta e quando me virarem costas para sair para a rua lhes passe um camião por cima, ou coisa do género. Tenho medo de um dia perder alguém e ficar com a sensação que podia ter feito mais, que podia ter dito mais alguma coisa.

Por isso, um dia das mentiras não faz lógica nenhuma para mim. O que faria lógica era um dia sem filtro, onde todas as pessoas podiam gritar para o mundo, mostrar o lado mau, dizer aquilo que realmente querem, dizer toda a verdade a todas as pessoas, sem consequências.

O que tenho para vos propor no dia das mentiras é que me contem toda a verdade. Caixa de comentários aberta para colocarem cá para fora as frases que nunca foram capazes de dizer.

Quem se atreve?

Vocês não pensem que aquela cena das Aventuras de uma Loira já acabou. Isto ainda vai no início...

2.º Acto - A casa, aquele local fantástico que eu utilizo para umas refeições rápidas, uns sonos apressados, uns banhos demorados e me faz perder tempo útil de vida para limpar.

Ai... que fixe... mudar de casa. Ai... que é tão linda... Ai... que é mais no centro da cidade e posso ir a pé quando me apetecer. Ai... que quando for andar de bike já não tenho aquela subida que me faz morrer três vezes antes de chegar a casa. Ai... que tenho um restaurante mesmo em frente para ir buscar as refeições.

Ai... que nunca vi tantos caixotes cheios de inutilidades que não servem para um caralho. Ai... que agora é uma confusão dos diabos e quando quero estacionar o carro tenho de o deixar quase onde morava antes. Ai... que duas semanas depois de ter vindo para cá abriram buracos na rua toda e agora para sair de casa com os meus sapatinhos de mete nojo tenho quase que pedir auxílio. Ai... que nem vou falar da vizinha que vive nos apartamentos de trás e ouve a Ágata aos berros ao sábado à tarde.

...

Deixo a porta entreaberta...

As aventuras de uma Loira, que é mais ou menos como quem diz, como anda a puta da minha vida.

1.º Acto - O carro, aquela bela porcaria que faz o favor de me transportar.
Já nem vou falar dos furos e das multas de estacionamento, vou só limitar-me a dizer que por causa dos meus lindos saltos bati com o carro há uns tempos atrás. Eu sei, ninguém bate por causa dos sapatos, mas o meu salto ficou preso debaixo do pedal e não consegui travar, que é mais ou menos como quem diz, fodi o carro. Quando saí para ver os estragos estava ele a verter águas e eu a pensar de mim para mim que era a merda do radiador, mas não, foi só aquela cena que manda água para os vidros partida e mais o pára choques e a matrícula e não sei mais o quê que não percebo petas do assunto. Depois dos estragos reparados, tão lindo que ele estava outra vez, vou fazer as unhas um sábado de manhã e estaciono. Antes de sair ainda penso outra vez de mim para mim (sim, faço isso muitas vezes), que estava mesmo à frente o carro da minha prima Sofia, cabeçuda que é já bateu nos carros de praticamente toda a família, já para não falar dos desconhecidos, mas (sim, continuo naquela parte em que penso de mim para mim) não me vai bater, passa ali um camião. Dez minutos, sim, dez minutos depois, estou eu armada em boa com as minhas lindas mãos estendidas a serem tratadas e entra o puto, filho da minha prima Sofia: "Vera, anda ali que a minha mãe já bateu no teu carro", com toda a naturalidade, claro está que ele já se habituou a isto. Coisa pouca, o farol, o capot, o pára choques e sei lá bem mais o quê (já vos disse em cima que não percebo petas disto). Estou com medo de o mandar para reparar...

...

"Quantas coisas perdemos,

por medo de perder"

(Brida)

Paulo Coelho

Tenho uma história para vos contar

Certo dia da minha infância, quando questionado na chegada a casa pela falta do agasalho num dia frio de Inverno ele disse somente: "Dei-o a alguém que estava na rua e tinha mais frio do que eu". É O MEU PAI.

E dia do Pai (ou de lhe escrever um post) é quando uma Loira quiser...

Da vida...

A vida já me ensinou algumas coisas. A vida já me ensinou a não contar com os outros, a correr para conseguir aquilo que quero, a lutar por os meus sonhos com todas as minhas forças. A vida já me ensinou a ser livre e independente. A vida já me ensinou a tratar os outros exactamente da maneira que espero que os outros me tratem a mim. A vida já me ensinou a ajudar, a ouvir, a ter mais tempo para as pessoas realmente importantes. A vida já me ensinou a reconhecer as pessoas realmente importantes. A vida já me ensinou a aprender com os erros, com os meus e com os dos outros. A vida já me ensinou a levantar quando caio, mesmo que tenha de pedir uma mão amiga. A vida já me ensinou que quando não há mais nada que eu possa dizer, um abraço é sempre a melhor opção. A vida já me ensinou que a amizade e o amor pelos outros é o máximo que podemos dar. A vida já me ensinou a ser paciente. A vida já me ensinou a ser profissional e responsável. A vida já me ensinou a arriscar e a viver fazendo aquilo que realmente gosto. A vida já me ensinou que gostar é o melhor do mundo. A vida já me ensinou que com sentido de humor é a melhor maneira de viver. A vida já me ensinou que um grande sorriso faz milagres. A vida já me ensinou que não posso ter tudo aquilo que eu quero. A vida já me ensinou que a opção mais fácil, nem sempre é a melhor para nós. A vida já me ensinou que por vezes o melhor para nós é o pior para todos os outros. A vida já me ensinou a aproveitar e viver o momento, ele acaba já ali, já daqui a pouco. A vida já me ensinou a viver os sentimentos. A vida já me ensinou a dizer "Gosto de ti", "Amo-te tanto". A vida já me ensinou que tenho ainda muito que aprender.

A vida só não me consegue ensinar a viver com as saudades.

Coisas...

Diz-me ela que precisamos esclarecer as coisas, que nos querem meter em confusões desnecessárias, que não faz sentido. Confesso que me surpreendeu a mensagem e a atitude. Agora mesmo podia dar-lhe uma lista de coisas para lhe provar que tenho razão. Mas entre ter razão e ser feliz, prefiro sempre ser feliz. E a companhia dela faz-me feliz. A minha resposta não podia ser outra. "Lembra-te do que te digo sempre, nós é que somos a verdadeira equipa". Acho que ela já percebeu e eu, estou muito mais feliz.

Mais Vera que nunca... Mais Fera que nunca... Mais Loira que nunca... Enfim... mais Parva que nunca...

Voltei...

Esta cena de escrever no blog faz-me falta...

Post meramente explicativo

Um dia todos precisamos de férias, dos nossos pais, da nossa família, do nosso trabalho, dos nossos amigos. Precisamos de férias das obrigações e até daquilo que mais gostamos de fazer, um tempo só nosso. É isso que estou a fazer agora, a tirar umas férias do meu blog. Um dia destes volto, prometo ser breve.

Tenho cá para mim que estas fotos valiam mais comentários do que aquela outra em que certo dia mostrei as mamas

Há um gaja muito porreira, mas mesmo muito porreira, mas mesmo, mesmo muito porreira que faz anos hoje.

Sou eu...

Quem dá um beijinho, quem é?

E eu sou corajosa...

Não é facil estar aqui, mas é bom. Tão bom que é difícil, quase impossível ir embora.
É caminhar na corda bamba, sem nada que me proteja do chão. É imaginar a plateia na bancada e os seus desejos mais intímos em relação ao meu espectáculo.
É caminhar na corda bamba, por vezes de olhos vendados, por vezes com uma visão do mundo como nunca tive.
É caminhar na corda bamba, é imaginar-me lá em baixo, esmagada no chão, mas até com esse cenário de queda me parece apetecível, os braços abertos, o vento a bater-me na cara, a adrenalina no corpo.
É caminhar na corda bamba, sem saber quando a corda acaba, pode ser já ali, mas pode demorar uma eternidade a chegar a solo seguro.
É caminhar na corda bamba, com medo, com insegurança, assustada, mas com vontade de lá continuar.
É caminhar na corda bamba...

... é preciso coragem para saltar, mas é preciso muita mais coragem para ficar aqui.

E eu sou corajosa...

Cheguem-se aqui, faxabori...

No livro (ou no filme, como queiram), a personagem tirou um ano sabático e foi "Comer, Orar e Amar". Se eu pudesse tirar um ano assim, agora, ía "Comer, Foder e Pedalar".

Não necessariamente por esta ordem.

E vocês? Contem-me tudo...

Encaixar é que está a dar (Com um título destes ainda vão pensar que é um post do dia dos namorados)

Semana passada, por exemplo, bati com o carro porque o salto do sapato ficou encaixado debaixo do pedal e não consegui travar. A andar de bicicleta também é assim, tem que se andar de pedais de encaixe, que é mais ou menos como quem diz, podes até ter de parar a bicicleta ou desmontar, não conseguir tirar o pé do pedal e partires os cornos, mas não faz mal, porque os pedais de encaixe dão pedalada e estilo. O estilo é 50% da coisa e desde que me aventurei a pedalar com os ditos dos pedais de encaixe tenho um estilo do caralho a cair e ainda arranjei dois melhores amigos.

Para as nódoas negras, entenda-se.

Joanne Harris, O Rapaz de olhos azuis.

"Sabe que o assassínio é muito parecido com o sexo: certas pessoas sabem levar o seu tempo; saborear os rituais de sedução, da rejeição, da reconciliação; a alegria do suspense; a emoção da conquista. Mas a maioria só quer ver a coisa consumada; libertar-se da necessidade dele o mais rapidamente que puder; distanciar-se dos horrores dessa intimidade; conhecer o alívio acima de tudo. Os grandes amantes sabem que não tem nada a ver com isso. Os grandes assassinos sabem-no também"

Diário de bordo:

São 21:55 e continuo aqui, a trabalhar. Das cinco vezes que já fiz a mesma conta três deu um resultado diferente e nas outras duas perdi-me a meio. Já acabei um dos dois processos que tenho de entregar amanhã no tribunal. Se continuar assim, em vez de mais uma hora terei de ficar por aqui no mínimo duas. Apetece-me citar alguém que me diz "Só queria que me saísse o euromilhões do tempo". Este silêncio que supostamente me deveria fazer concentrar no trabalho faz-me em vez disso ter uns pensamentos profundos. Normalmente digo às pessoas, como já o disse aqui, para dizerem a quem gostam "Gosto de ti", mas hoje o meu pensamento vai mais além, hoje façam um grande sorriso e perguntem "Estás feliz?"

Porque é que eu oiço a RFM?

Dos sentidos...

Dos sabores... aqueles que nos deixam com água na boca, aqueles que nos sabem sempre a pouco, sempre a tão pouco, daqueles que queremos sempre mais, que nos tornam insaciáveis, daqueles que queremos degustar... devorar...

Dos cheiros... aqueles que chegam devagar e se entranham profundamente, aqueles viciantes, aqueles que nos penetram no corpo... e na alma...

Dos sons... aqueles que conseguimos ouvir, mesmo no silêncio...

Das imagens visuais... aquelas que nos ficam na mente e que passam em projecção quando fechamos os olhos...

Do toque... aquele do arrepio na pele...

Dos sentidos...

Se isto fosse um diário, hoje teria de ser assim:

"Querido diário, ontem caí de bicicleta e só me magoei numa perna e no peito, nada de grave, excepto o facto de ter feito um arranhão no punho da minha menina. Ai... está tão linda a minha menina que às vezes me apetece desmontar só para olhar para ela, tenho de tirar fotos para mostrar como ficou com as alterações aquela gente que me lê lá no blog.

Hoje, para começar o dia mesmo bem, bati de carro e magoei-me no pé, nada de grave, excepto o carro não ter ficado lá muito bonito, ainda assim fiquei mais triste com o estrago da bike do que com o estrago do carro. Deve ser por isso que as pessoas dizem que sou maluquinha.

Tenho tanto, mas tanto trabalho que me sobra pouco tempo para respirar e ainda menos tempo para escrever no blog, apesar de ter mil e uma coisas para partilhar com as pessoas que se dão ao trabalho de ler aquilo que eu escrevo.

O bom disto tudo? É que vou ali ser feliz e já volto..."

É mais ou menos isto:

Sinto como se tivesse quatro anos e me tivessem levado à maior loja de brinquedos e depois de me perguntarem qual o brinquedo escolhido, o que realmente quero, afinal, o brinquedo vai ser meu, mas só no próximo Natal ou no aniversário.

Nunca mais chega a hora de desembrulhar...

Na vida também é assim...

Quando chego ao alto da montanha, quando atinjo um objectivo sabe-me bem estar lá em cima, respirar o ar puro e ficar a ver a paisagem do centro da cidade, longe e pequenina, como se eu fosse intocável perto do céu. É bom saber que estamos ali pelo nosso próprio esforço, é bom sentir que toda a subida valeu a pena, mesmo que estejamos muito cansados, o sacrifício compensa. E depois é aproveitar a descida, a adrenalina do perigo e da velocidade, deixar-me levar pela loucura e pela aventura porque depois de chegar lá em baixo há sempre uma outra subida.

Na vida também é assim... e agora é só largar os travões...

Também se pode amar uma mulher...

Eu amo algumas, uma em especial, que chegou à minha vida e ajudou-me a vê-la de outra maneira. Que nem sempre concorda, nem sempre é da mesma opinião, mas sempre aceita e sempre compreende. Que nunca me julga e que está sempre aqui, bem do meu lado quando é preciso. Que me olha nos olhos e me despe a alma.

A vida ensinou-me a dizer às pessoas que amo isso mesmo, que as amo. E ela, ouve-o todos os dias, mas hoje é especial, é o dia dela e quero dizê-lo aqui. Só isso, só que a amo...

Frase da semana:

"Pela Vera ponho a mão no fogo."

Duas pessoas disseram-no em situações e momentos distintos, não a mim, mas sobre mim.

Sim... estou babada. Sou uma gaja bem sensível.

Ai...

Como acredito...

Que o teu mundo é infinito...
Um azul impossível de alcançar...

A diferença...

É que aqui há uns tempos tinha uma necessidade inexplicável de escrever. Agora tenho essa mesma necessidade, mas de viver. E faço-o tão intensamente que não seria capaz de explicá-lo através das palavras. A minha maneira de escrever não mudou, só mudou a minha maneira de sentir. Sinto mais euforicamente, esta euforia não a consigo colocar nas palavras, porque as palavras parecem-me tão pouco...

Ainda não falei aqui dos saldos, pois não???

Sou mesmo uma desactualizada em assuntos de blogues. Os saldos... ai... os saldos. Resolvi ir em família, num domingo à tarde, peguei no moreno, no meu pai e na minha mãe e lá fomos, dar uma volta pelos saldos e lanchar no shopping. Entrei em primeiro lugar na bershka, que era a loja que estava mais perto da entrada, reparei numa peça ou outra e quando olhei para o lado estava o meu pai a apanhar a roupa do chão para a colocar no expositor. Foi aí que percebi que tinha de vir embora. Não tive saldos, mas pelo menos fomos comer um gelado.

Vera, o significado...

"Vem do latim vera, que significa verdadeiro. Não resta qualquer dúvida, ela é realmente independente, directa, verdadeira, simpática, cheia de humor e inteligente. Possui ao mesmo tempo algo de enigmático, inatingível e indecifrável! No entanto, Vera dá, compreende, aconselha e ajuda. É uma amiga leal, tão prestativa que os amigos ignoram os seus problemas, em especial os relacionados com a vida afectiva, onde a sua ambição de harmonia é excessiva."

E pensar que só me faltou "um bocadinho assim" para me chamar Ricardo Samuel...

Enigmática? Talvez...

Já vivi na descoberta, já vivi na incerteza, já vivi na vontade de arriscar, já vivi no frio da barriga, já vivi no nervoso miudinho, já vivi na aventura, já vivi no brilho do olhar, já vivi no sonho, já vivi na adrenalina, já vivi no arrepio, já vivi na repressão, já vivi na intensidade, já vivi na respiração ofegante, já vivi no cheiro do suor e do prazer, já vivi na imprudência, já vivi na extravagância, já vivi na irreflexão, já vivi nos batimentos cardíacos.

Agora vivo aqui, na corda bamba, na linha ténue que separa a loucura da insanidade, vivo aqui no espaço que tantos procuram mas poucos conseguem alcançar. Vivo aqui, no enigma. Aqui, onde eu quero, como eu quero.

Vocês perguntam: Então Fera, tu apareces, desapareces, voltas a aparecer e a desaparecer. Afinal o que andas a fazer?

E eu respondo: Ando a curtir a minha amante.