terça-feira, 30 de setembro de 2014

Loira, a conquistadora.

Nunca façam isto, a sério.

Há uns tempos atrás antes de começar a ler um livro pesquisava sobre ele, lia algumas opiniões, lia o que a Wikipédia tinha para me dizer sobre o livro, isso aumentava a minha curiosidade e a minha ansiedade em começar a ler rapidamente. Depois chegou um dia em que as minhas pesquisas me contaram que a Joana afinal morria no fim do livro, nunca mais pesquisei sobre um livro antes de terminar de o ler. 

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Sofrem de paixão (ou são malucos).

Na maioria das maratonas em que participo estão fotógrafos, normalmente não profissionais. Depois de ser identificada várias vezes nas fotos de um ou outro acabei por tornar-me "amiga" deles no Facebook. Pelo menos agora quando sorrio para a objectiva digo um "Olá Eduardo" e sinto-me bem por isso. Ao tornar-me "amiga" deles reparei que todos os fins-de-semana vão para provas, a maior parte deles mais que uma, vão de manhã para um lado, de tarde para outro, no sábado para uma cidade, no domingo para outra, perdem horas do seu tempo a fotografar os atletas que participam nas maratonas, tiram fotos realmente fantásticas. Alguns serão remunerados por isso, outros não, as fotos são publicadas gratuitamente no Facebook deles, como um presente para quem participou. Em alguns casos as organizações poderão pagar por isso, noutros não. Nos casos em que não são remunerados alguns poderão pensar que são malucos, eu digo que sofrem de paixão, a paixão pela fotografia, pela natureza, por registar momentos inesquecíveis a quem os viveu. Eu digo que sofrem de paixão, afinal, a mim, já me chamaram tantas vezes de maluca só porque também eu sofro de paixão.

Banho técnico

Quando vivia numa casa chegava toda molhada e enlameada, deixava a bicicleta na garagem e despia-me, deixava as roupas para mais tarde tratar, era só caminhar sem roupas para o tão esperado banho. Agora, no apartamento temos de subir as escadas com as bicicletas às costas, tirar o calçado cá fora, entrar pé ante pé em casa, sempre com cuidado para as bicicletas não sujarem nada (ou não sujarem muito) e ir até ao banho, tomamos banho primeiro vestidos e depois de já não haver restos de lama na roupa finalmente podemos livrar-nos dela e tomar o tão merecido banho.

Um destes dias tomava um destes banho, ainda vestida e lembrei-me daquela vez em que eu e a Sandrina acabamos uma maratona completamente molhadas, enlameadas e mortas de frio. No balneário tive essa excelente ideia, primeiro molharmos-nos vestidas, e a água estava tão quentinha e nós tínhamos tanto frio que ficamos assim por tempo indeterminado, depois decidimos despir as roupas já sem lama e finalmente tomar banho, os rapazes estavam à nossa espera esfomeados. No exacto momento em que começamos a tirar a roupa acabou a água quente e tivemos que tomar banho em água gelada. 

Moral da história: Nunca tomar banhos técnicos fora de casa. 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

"Nem sabes o que aconteceu"

Dois dos meus amigos ajudam regularmente uma instituição de crianças abandonadas, eu soube disto há pouco tempo, por acaso, mas eles fazem-no há anos. Contribuem monetariamente, ajudaram a instituição a  editar um livro escrito pelos miúdos (um dia destes falo-vos disto) e organizam um passeio anual onde levam os miúdos em jipes todo-o-terreno a locais que nunca iriam de outra forma. Um destes dias estava a perguntar a um deles como tinha corrido o passeio este ano e ele contou-me pormenores entusiasmado, falou-me de conversas que teve com os miúdos, falou-me da felicidade e da euforia deles pelo passeio, falou-me de como contam os dias até chegar o grande dia. Contou-me também, ainda incrédulo, depois de um "nem sabes o que aconteceu" que tinham encomendado vários bolos, entre outras coisas, para o lanche. Na hora de ir buscar os bolos a dona da pastelaria estranhou eles irem buscar tantos bolos e tão grandes, conhece-os suficientemente bem para saber que não era normal e quis saber se havia alguma festa, eles disseram-lhe que iam passear com os miúdos e na hora de pagar a senhora ofereceu todos os bolos. O meu amigo continuava incrédulo, a senhora ofereceu os bolos assim, sem pedir nada em troca, sem pedir publicidade, sem retorno. Eu olhei para ele e sorri de coração cheio, o meu amigo ainda não tinha percebido que a senhora não fez mais que ele, que só ajuda pelo prazer de estar com os miúdos e de os ver felizes, sem publicitar o acto nem se vangloriar por isso. Uns dias depois o meu amigo voltou à pastelaria, levou uma fotografia de todos os miúdos e um agradecimento. A mim, não me sai da memória aquela expressão de admiração e de milagre quando ele me disse o "nem sabes o que aconteceu".

21 de Agosto de 2013, várias perspectivas da mesma subida

Várias subidas me marcaram enquanto fiz O Caminho Francês de Santiago, não há como esquecer a principal, os Pirinéus, não há como esquecer a Cruz de Ferro, o Alto do Perdon, o Cebreiro e tantas outras que me vão ficar para sempre gravadas. Esta (que vos mostro) foi especial, são somente cerca de 2 km a subir mas quando saímos de um pueblo avistamos ao longe a subida e o topo, são poucas as subidas que fiz onde antes de começar a subir consigo ver toda a subida e o topo. Tinha saído de Burgos pela manhã e estava um calor infernal, o meu pai fazia anos e eu liguei-lhe lá de cima, quando acabei de subir. O dia acabou em Carrión de Los Condes e de lá escrevi-vos um post. Tenho saudades destes dias, sonho em viajar pelo mundo de bicicleta.




quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Das vezes em que chorei

Já me aconteceu de chorar, mas das vezes que chorei fiz todos os possíveis para que isso não me acontecesse. Tentei pensar calmamente no assunto, tentei respirar fundo, disse para mim mesma "não chores, não chores, não chores", tentei dizer o que pensava, dar a minha opinião sobre o assunto, expor o meu ponto de vista, mas não consegui. Chorei. Fiquei com um nó na garganta, não me consegui expressar e chorei. Chorar é uma merda, quem me dera nunca chorar. Chorar não resolve nada, pelo contrário, quando chorei piorei as coisas porque não consegui fazer ver aquilo que queria, não consegui mostrar aquilo que penso, aquilo que sou. As mulheres não choram por achar que resolve tudo, as mulheres choram porque tem de ser, porque não conseguem evitar, mas convencidas que em chorando está tudo fodido.

(Re)post

Há dias em que acordo a mais bonita, que caminho com segurança e com ar de quem domina o mundo e sabe exactamente o que quer e para onde vai. Há dias em que acordo completamente perdida e até os simples gestos rotineiros me parecem mecânicos, como se fosse difícil o simples acto de respirar. Há dias em que acordo magra e gira, em que escolhi a roupa e a cor de sombras mais fashion dos últimos tempos e os meus saltos me fazem sentir a Super Mulher. Há dias em que acordo gorda, quase obesa, em que nada do que tenho para vestir me serve ou me fica razoavelmente bem. Há dias em que acordo bem disposta, canto durante todo o trajecto de casa ao trabalho e me apetece beijar e abraçar toda a gente só porque a vida bela. Há dias em que o simples facto de estar a chover me faz sentir deprimida e infeliz. Há dias em que tenho as maiores certezas e a toda a segurança do mundo. Há dias em que todas as dúvidas me povoam a mente. Há dias em que choro sem motivos. Há dias em que sorrio confiante e convincente, mesmo só tendo razões para chorar. Há dias que tenho tanta força que sou capaz de mover multidões. Há dias em que sou fraca, como uma ave ferida. Há dias em que o simples nascer do sol ou pintar as unhas me faz feliz. Há dias em que nada me consegue tirar esta ansiedade do peito. Há dias em que me encho de esperança. Há dias em que o mundo acaba amanhã, ou já daqui a pouco. Há dias em que amo. Há dias em que odeio. Há dias que sim. Há dias que não. Inconstante? Não, simplesmente Mulher, como todas as outras.

Bikipédia - 4

Há imenso tempo que não escrevia uma Bikipédia, hoje trago uma ideia muito boa para quem pedala mas também para quem gosta de correr ou fazer qualquer tipo de exercício ao ar livre.

O que bebem enquanto praticam a vossa actividade? Água. Alguns poderão beber bebidas energéticas mas até quando se bebe outra coisa depois de algum tempo o nosso corpo pede água. Acontece que, principalmente no verão, depois de algum tempo ao sol a água fica quente e é horrível bebê-la. Porque não experimentam levar chá? Podem levar chá simples, com açúcar ou com frutose. No verão podem levar o chá fresco, quando ele aquecer, ao contrário da água, vai ser bom bebê-lo. No inverno podem levar chá quente, enquanto estiver quente vai ajudar a aquecer-vos e quando arrefecer continua bom.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Podem parar de falar sobre cães? Por favor.

É que eu quero muito um cão, quero muito, mesmo e a sério. Estou farta de foder a cabeça ao Moreno para termos um cão, mas ele tenta chamar-me à razão e diz que o apartamento é pequeno, que saímos muito cedo e chegamos muito tarde todos os dias, que o cão ficaria sozinho, abandonado e fechado todo o dia, que me sujava a casa toda e destruía as nossas coisas. E sim, ele tem razão, mas continuo a querer um cão. Estou farta de foder a cabeça ao meu pai, a tentar convencê-lo a ficar com o cão durante o dia mas o meu pai não vai em cantigas e eu continuo sem o meu cão. Estou farta de foder a cabeça à minha mãe, para ela me ajudar, mas ela diz que estou maluca. Até a minha amiga diz para esquecer essa ideia. E a minha prima, a estúpida tem 3 gatos e em vez de me ajudar diz-me que não, que estou muito bem assim, com o Moreno, as bicicletas e os livros. Estou farta de lhes dizer que pode ser um cão pequeno, o meu pai até o pode levar no bolso ou então levo-o eu na mala para o escritório mas riem-se de mim e não os consigo convencer. Pronto, não tenho um cão, talvez vá buscar uns peixinhos lá para casa, ou talvez troque de namorado.

Descontos, saldos e promoções, são tudo obras do diabo.

Haverá quem compre uma ou outra peça de roupa que não lhe serve, na esperança de emagrecer e porque não pode perder aquela oportunidade única de adquirir a peça que tanto gosta. Haverá quem compre um par de sapatos do tamanho abaixo daquilo que usa só porque tem de ser, está em saldo e são lindos de morrer. Eu compro livros. Livros que nunca compraria se não me esfregassem com os descontos e os saldos e as promoções no nariz. Livros só porque sim, porque são livros e estão baratos e eu adoro livros e nem sequer me preocupo em ler a sinopse ou em pesquisar sobre os autores, no caso de ainda não os conhecer. Compro livros que depois vou ser obrigada a ler até ao fim, porque eu nunca desisto de um livro, e que podem muito bem causar-me até uma espécie de depressão literária, mas que vou ler, porque (não sei se já disse isto) eu nunca desisto de um livro. Compro livros, e desta vez não foi 1, nem 2, nem 3, foram 14. Só peço aos Deuses literários que os outros sejam um pouco mais apetecíveis que os 2 primeiros.

As amigas

As amigas encontram-se pela primeira vez e mudam para sempre. As amigas começam a gostar das mesmas coisas. As amigas começam a ouvir a mesma música e a ler os mesmos livros. As amigas vão juntas para todo o lado. As amigas vestem de forma idêntica. As amigas fazem o mesmo penteado e compram o mesmo tipo de calçado. As amigas têm acessórios iguais e riem das mesmas coisas. As amigas gostam da mesma comida e sonham com o mesmo destino de férias. As amigas elogiam-se muito e não podem viver umas sem as outras. As amigas andam sempre em grupo.
E se na adolescência já me fazia uma certa confusão esta carneirada, agora, depois dos 30, parece-me ridículo que as amigas continuem a existir e que seja difícil distinguir-lhes a identidade. 

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Mãe, acredita que já vi pior. Já vi gente que cria um blog, tira fotografias todas bonitinhas aos filhos e as publica para ficarem à mercê de todo o tipo de mentes, mais ou menos perversas. E algumas até dão informação suficiente ao longo dos posts para se encontrar facilmente a dita criança, sempre sorridente e muito bem vestida, como convém a uma blogger de sucesso.

No passado domingo um dos meus colegas passou mal enquanto fazíamos a maratona, nós fomos esperando que ele recuperasse mas ele foi piorando cada vez mais. A determinada altura eu fui subindo enquanto o Moreno e um amigo ficaram com ele, eu pedalava devagar, sempre à espera que chegassem os meus, mas eles nunca mais apareciam e acabei por fazer grande parte da maratona sozinha. Numa subida encontrei um miúdo sentado no chão, com a bicicleta encostada e parei para falar com ele, convenci-o a vir comigo, ele era de poucas palavras mas a muito custo lá lhe consegui arrancar algumas informações. Fiquei a saber o nome e a cidade onde morava, fiquei a saber que tinha 14 anos e que sim, que ainda tinha o que comer e o que beber, fiquei a saber o que mais me inquietava, que de facto estava ali sozinho, o pai também tinha vindo à maratona mas foi à frente e o puto ficou sozinho porque queria saber a dureza da prova e que não, não tinha telemóvel com ele para contactar o pai, caso necessitasse. Eu fiquei fã dele e acho que daqui a alguns anos ainda vou acompanhar campeonatos com ele no pódio. Chegada a casa contei à minha mãe a cena do puto, disse-lhe que quando tiver um filho compro imediatamente uma cadeira de colocar na parte de trás da bicicleta e o levo para todo o lado, disse-lhe que tenho esperança de quando ele crescer eu poder pedalar com ele, planear viagens e aventuras. Ela ficou muito chateada e disse-me que chamava a Segurança Social se eu fizesse uma coisa dessas ao neto dela. Já lhe basta uma filha maluca... eu acabei a rir à gargalhada e ela cada vez mais zangada com a hipótese de eu pegar esta doença rara ao neto dela. 

Blog meu... blog meu... há em toda a blogosfera look mais fashion do que o meu?



segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Faltam cerca de 35 anos

Imagens


Não é a primeira vez que publico esta foto, nem é a primeira vez que vejo um atleta de paraciclismo a pedalar, mas ontem vi um homem só com uma perna a subir um cume desmontado. A subida era difícil, bastante técnica e com um grau de inclinação acentuado, havia várias pessoas a subir com a bicicleta à mão e algumas em cima delas, por acaso eu subia montada na bicicleta quando o vi, ele estava a pé, tinha que se apoiar para dar um salto e subir mais um pouco, ia subindo devagar e com todas as limitações bem visíveis. Se o tivesse visto em cima da bicicleta ia sentir uma espécie de motivação, tal como senti anteriormente. Mas ontem quando o vi fiquei com vontade de chorar, fiquei triste e fiquei contente, levei um murro no estômago, um choque de realidade, repensei toda a minha vida. Continuei a subir, mas com um misto de emoções tão forte dentro de mim que não vou esquecer tão cedo aquela imagem.

Post com elevado número de palavrões, não aconselhável aos leitores mais sensíveis (nem aos betinhos)

Às vezes perguntam-me quanto tempo demoro a subir uma determinada montanha, ou a fazer uma pista, ou a fazer 50 km ou 70 km. Nunca sei responder. Os meus dias nunca são iguais, só quando estou em cima da bicicleta é que sei dizer se estou num dia bom ou num dia mau. Não chego a nenhuma conclusão aceitável sobre o assunto. Há dias em que não pedalo um caralho e há dias em que pedalo comó caralho. Há alturas em que não pedalo um caralho mas treinei, treinei, treinei e então acho que não pedalo um caralho porque me cansei de tanto treinar, mas depois há alturas em que não tenho tempo para treinar e depois vou pedalar e não pedalo um caralho. Que caralho. Há alturas em que treino, treino, treino e pedalo comó caralho e há alturas em que que não treino e pedalo comó caralho. Foda-se. Depois há as condições meteorológicas, há aquilo que comi ou não, há as condições do terreno, o tipo de altimetria, há a respiração e há até as hormonas, as putas das hormonas. Há dias em que subo tudo e desço tudo, pareço a super mulher do BTT. Há dias em que não consigo subir nada e quando chega a hora de descer bloqueio e também não desço. Não sei se sou só eu ou se há mais pessoas assim. Como disse anteriormente, nunca sei responder quando me fazem perguntas sobre tempos ou km, fico sempre a pensar no assunto, mas acho que vou começar a dizer para irem experimentar e depois me dizerem a mim, é que eu estou pouco preocupada com o tempo que demoro a fazer isto ou aquilo, o que quero realmente é divertir-me. Se querem saber de tempos que pedalem. E se já pedalam, que vão lá eles, contar os minutos e os segundos. Ou isso, ou os mando pró caralho e resolvo o assunto de uma vez por todas. Que caralho.

(A) maratona

Em 2010 soube que foi adiada por culpa das tempestades, havia alertas vermelhos por todo o país, era impensável andar no monte com aquele tempo, eu ia, pela primeira vez, a Caminho de Santiago, debaixo da chuva, a enfrentar as tempestades e a ser feliz.
Em 2011 fiquei em 6.º lugar, duas miúdas passaram-me quando tive uma avaria que não conseguia resolver, as outras duas passaram-me perto da meta, quando eu vinha a olhar para trás, à procura da minha amiga, naquela altura ainda ligava aos tempos, podia ter ficado em 2.º lugar, senti-me feliz.
Em 2012 estávamos 3000 atletas na linha de partida, faltavam cerca de 10 minutos para se ouvir o sinal de arranque quando começou a chover torrencialmente, fizemos a maratona toda debaixo de chuva, cheguei à meta irreconhecível com tanta lama, nessa altura já não ligava a tempos e classificações, não sei em que lugar fiquei, no final estava muito feliz, suja e feliz.
Em 2013 estava melhor preparada fisicamente que nunca, vinha do Caminho Francês e depois daqueles 1000 km nada me podia parar, estava calor, muito calor, senti-me mal e tive que desistir a meio, não terminei a maratona, fiquei muito triste.
Em 2014 partimos no final, não havia praticamente ninguém atrás de nós na linha de partida, lá na frente havia um mar de atletas, se me preocupasse com tempos poderia sentir-me pressionada, mas só fui para me divertir e diverti-me mesmo muito. Fiz os 55 km em ritmo lento (mas há quem diga que eu ia muito depressa), praticamente sem me cansar, cheguei ao final muito bem e muito feliz. Descobri muitas coisas e muitas pessoas, talvez um destes dias escreva sobre isso.
Esta é das minhas, senão A minha, maratona preferida.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Freud disse:

"Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo."

Piada do século passado

Fechei a porta e olhei para o carro, estava estacionado a uns dez metros e o guarda-chuva estava lá dentro, chovia torrencialmente. Fiquei ali uns segundos parada no tempo, depois encostei o pulso aos lábios, assobiei (ainda não lhe dei um nome) e mandei-o vir, precisava dele ali, mas não tinha relógio e o carro não se mexeu. Por estas e por outras é que desgostei de ver televisão. Corri até chegar ao carro e molhei-me toda.

(Re)post

Penso que é a isto que chamam de maturidade já que foram os anos e as experiências de vida que mudaram em mim o coração. Sempre me apeguei demais às pessoas, aos momentos. Achava que entravam na minha vida para nunca mais sair, o meu coração era uma espécie de hotel onde só era permitido fazer o ckeck-in, depois de entrar tinham que viver lá para sempre. E era enorme este hotel, poderia viver cá o mundo inteiro, sem nunca precisar de fazer o check-out. Por causa disso, o coração ficou-me destroçado tantas e tantas vezes e o hotel quase desmoronou.  Demorei alguns anos, mas consegui construir cá dentro do peito uma espécie de chalé aconchegante onde habitam pessoas realmente importantes. Há sempre lugar para mais um aqui, os hóspedes são sempre muito bem recebidos, mas a gerência (ou o coração) tem a plena consciência que uns querem cá viver, outros alugam o espaço por tempo indeterminado e há aqueles que só querem lá passar férias. Por vezes ainda há algumas lágrimas na despedida, mas o melhor é fazer uma limpeza, preparar o quarto para os que chegam a seguir e manter sempre as portas abertas, para os que querem realmente viver por lá (ou por cá) para sempre.

Vidas

Saint-Jean-Pied-de-Port é uma cidade pequena, passamos lá dois dias antes de partir para fazer O Caminho e na primeira noite já tínhamos percorrido todas as ruas e recantos. Cedo nos chamou a atenção uma bicicleta velha, com uns alforges ainda mais velhos e metade dos pertences do proprietário de fora, entre eles um tacho e uma panela que nos deixaram curiosos. A bicicleta estava sempre por ali, ora estacionada numa esquina, ora estacionada noutra, do lado oposto da pequena cidade. Saint-Jean-Pied-de-Port estava repleto de pessoas, a maior parte preparava-se, tal como nós, para iniciar o seu Caminho e os outros vinham de fora para as festas da cidade que decorriam no dia seguinte, mas ainda assim, não foi difícil descobrir quem era afinal o proprietário da tal bicicleta. Soubemos que chegou há alguns anos, ninguém sabe exactamente quantos, a Saint-Jean para fazer O Caminho e nunca mais de lá saiu, vai dormindo num lado e no outro, comendo aqui e ali o que pode, tem todas as coisas dele no velho alforge e desloca-se na bicicleta ou a pé pelas ruas. Na noite seguinte ajoelhou-se no chão para desenhar algo e ninguém lhe ligou, só eu e uma miúda que passava por ali é que ficamos curiosas, talvez fosse afinal um grande artista, mas não, fez só dois sarrabiscos e desiludiu-nos, a mim e à menina que também acreditou. Eu parti para O Caminho, enquanto percorri aquele chão conheci várias pessoas que estavam a fazer o seu Caminho e que ficaram em alguns desses locais, pessoas que agora estão sempre lá, para acolher os que vão passando, mas lembro-me sempre daquele homem em Saint-Jean, penso sempre se sairá de lá algum dia ou se daqui a alguns anos, quando eu voltar a Saint-Jean, ainda o vou encontrar por lá. 

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Loira também participa em meets

Estar numa linha de partida com quase 3000 atletas é das sensações mais arrepiantes que já vivi em toda a minha vida. Estamos rodeados de pessoas e de bicicletas, o som para a partida tarda, o nervosismo aumenta a cada segundo e dá um frio na barriga indescritível. Depois alguém dá a partida e só começam a ouvir-se as rodas, até chegar a nossa vez e só pensamos que se tocamos na roda de alguém ou alguém toca na nossa roda a queda pode ser muito feia. E aquele som, não consigo descrever o que é ouvir todas aquelas rodas a rolar. Depois começamos a pedalar e nos primeiros km continua gente por todo o lado e o coração bate a mil, tanto que mal conseguimos respirar e pedalar é difícil, depois passa, quando avistamos a montanha tudo passa, só temos que pedalar até à meta. E ser felizes, muito felizes.




(Olhem só quem está ali, sou eu.)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Como ter um Blog de sucesso - Aula n.º 1 - GRÁTIS

Do blog não espere visitas, não espere seguidores, não espere comentários, só espere que ele esteja sempre disponível, com espaços em branco para preencher com pedaços seus, coisa que não me parece muito difícil. Quando não se espera nada tudo o que acontece é um sucesso. O blog é só um blog, tenha uma vida para além do blog e utilize-o só para aquilo que gosta, independentemente se os outros gostam ou não, afinal o blog é seu. E quando as visitas, os seguidores, os comentários aparecerem lembre-se que são pessoas, e as pessoas, em tudo na vida, são sempre mais importantes que os números.

Quis muito trazer tudo para casa


Montra de uma livraria em Burgos, na foto original eu estou do lado direito, com um ar apaixonado, como sempre que vejo livros.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

No fundo, no fundo, bem lá no fundo, sou uma romântica

(Se chegam aqui por causa do título é melhor saírem já, este post é sobre ratos hamsters.)

Hoje lembrei-me do Tico e do Teco, os meus hamsters que eu adorava de paixão. O Tico era branco e muito pequeno, verdade seja dita, era minúsculo. O Teco era bege e gordo, quase o dobro do tamanho do Tico. Quando lhes dava de comer o Teco comia tudo e não deixava praticamente nada para o Tico. O mesmo se passava com a água, o Teco queria tudo para ele. Quando estavam a brincar na roda colocavam-se um de cada lado e bastava o Teco fazer um pouco de força para o Tico dar três cambalhotas e um salto mortal antes de um bate cu. O Teco pegava na cama deles, que estava dentro de uma casinha linda e mudava-a para um canto qualquer, o Tico era obrigado a ir atrás dele. O Tico ficava quietinho na minha mão e dava-me miminhos, o Teco trincava-me os dedos e fugia o mais depressa possível.
Um dia o Tico morreu (não queiram saber o que eu chorei) e o Teco ficou sozinho. Nunca mais comeu nem bebeu, não quis mais brincar, a roda que girava barulhenta durante as noites nunca mais se ouviu, limitou-se a ficar deitado dentro da casa deles alguns dias, até morrer também. Ainda hoje, tantos anos depois, acredito piamente que o Teco não quis mais viver sem o Tico. Sim, eram só dois pequenos hamsters, mas eu adorava-os de paixão.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Pedalólicos anónimos

Olá, eu sou A Loira e não pedalava há três semanas. A minha vida andava uma tristeza e já poucos tinham paciência para mim. O meu pai estava farto de receber telefonemas a toda a hora só para ter de responder que sim, que está tudo bem e enviar um beijinho daqueles repenicados antes de desligar. A minha mãe já pedia por favor para eu não fazer mais bolos, que já estava enjoada de tanto comer. O meu chefe já estava a ponderar dar-me novamente férias. Os meus amigos já não me podiam aturar. E até o Moreno já estava a pensar imigrar. O trabalho era um sacrifício maior do que aquilo que eu podia suportar. O ginásio era uma seca. Ler já não tinha o mesmo sabor. E até para escrever no blog me faltava a inspiração. Estou há vinte e seis horas sem consumir mas já tenho planos para a próxima pedalada. 

Batem leve, levemente, como quem chama por mim. Será chuva? Será gente? Gente não é, certamente e a chuva não bate assim. BATE MUITO MAIS FORTE...

Ontem, enquanto pedalávamos começou a chover, mas não foram só uns chuvisco, começou a chover a sério, ficamos todos encharcados. Há uns anos atrás detestava sair de casa com chuva, detestava a humidade no corpo, os pés nos charcos, os cabelos com caracóis provocados pelos pingos. Depois de começar a pedalar apaixonei-me pela chuva, é óbvio que por vezes não saio de casa para andar de bicicleta se estiver a chover muito, é óbvio que quando saio de casa para pedalar se estiver a chover me custa bastante, mas quando já estou no meio do monte e começa a chover eu adoro. Adoro de paixão. Ontem vinha a descer uma montanha enquanto a chuva caía torrencialmente, já não conseguia ver muito bem, tinha a roupa completamente molhada, sentia os salpicos da lama, cheirava-me a terra molhada e tinha na boca o sabor da chuva, quando chegamos cá em baixo decidimos procurar um abrigo, já estávamos cheios de frio, mas eu continuava feliz e com uma sensação de liberdade indescritível. O abrigo não resultou, continuamos a pedalar, mas em vez de escolher o caminho mais próximo até casa subimos ainda mais uma montanha e a chuva parou. Há muito tempo atrás depois de uma pedalada com chuva cheguei a casa e escrevi por aqui que pedalar à chuva me lava a alma, de cada vez que me sinto como ontem, enquanto descia uma das montanhas da minha vida e chovia torrencialmente tenho a certeza disso mesmo que escrevi há muito tempo atrás, pedalar à chuva lava-me a alma.

Não percebo como há quem não goste de segundas-feiras

Na sexta-feira saí do trabalho e antes do jantar ainda fiz limpeza à casa e tratei de lavar e secar roupa. No sábado levantei-me cedo e fui andar de bicicleta, quando cheguei a casa vi uns episódios de umas séries enquanto almoçava e passava a ferro a roupa, depois vimos a etapa do dia de la Vuelta e no final fomos correr. Já depois de jantar decidimos ir a pé tomar café, encontramos um amigo que não nos deixou vir embora sem vermos a colecção de carros antigos dele, chegamos a casa tardíssimo. No domingo o despertador tocou bem cedo para a pedalada com os amigos, depois do almoço na casa dos meus pais fomos para nossa casa, ainda não tinha lido meio capítulo do meu livro e tocou a campainha, depois das visitas saírem ainda conseguimos ver a última etapa de la Vuelta, saímos para jantar e quando voltamos a casa só consegui terminar de ler o capítulo que tinha começado antes de irmos dormir.
Não percebo como há quem não goste de segundas-feiras, eu adoro segundas-feiras, às segundas-feiras é o meu dia de descansar, aqui, sentadinha no escritório. Pelo menos até às 18:00 H, porque a essa hora vou para o ginásio.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Marguerite Duras disse:

"Posso dizer o que quiser,  nunca saberei o motivo pelo qual se escreve, nem como não se escreve."

Um dia destes ainda vou ser destituída do cargo

À excepção de quando ainda era bebé e daquela vez em que lhe dei uma viola sempre comprei ao meu afilhado prendas talvez um pouco radicais. Um triciclo, uma bicicleta, uma trotinete, uns patins, um skate e estes dias, agora que o puto se esticar bem as pernas já quase chega aos pedais, a primeira bicicleta a sério. Obviamente que de cada vez que lhe dou as prendas compro também as protecções adequadas, as joelheiras, as cotoveleiras, as luvas, o capacete, mas quando chego com os embrulhos e o puto os começa a abrir o pai olha para ele com um ar de preocupação e a mãe parece-me sempre em pânico. Um dia destes posso ser destituída do cargo de madrinha ou proibida de lhe oferecer seja o que for, mas é indescritível o que senti ao ver a expressão do puto quando olhou para a bicicleta e percebeu que era para ele. Mal posso esperar para lhe dar a primeira BTT, a primeira prancha de surf ou quem sabe o primeiro pára-quedas.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Hoje deu-me para isto # especial VFNO


Com este look todo-o-terreno aposto que ninguém chega às lojas primeiro que eu.

Mami comemora hoje o seu aniversário

Fui à ourivesaria para comprar a prenda dela. Não tinham aquilo que eu queria. Fiquei de passar por lá para saber se podiam produzir. Passei por lá e sim, podiam realizar o meu desejo. Em conversa com Mami percebi que poderia ter escolhido outra cor para a prenda dela. Fui outra vez à ourivesaria para saber se era possível mudar a cor do pedido. Não me souberam responder. Passei novamente na ourivesaria e não tinham material para produzir a nova cor pretendida. Voltamos ao plano e à cor inicial. Passei na ourivesaria na data da entrega e ainda não estava pronto. Fui outra vez à ourivesaria e finalmente a prenda estava pronta, com um material diferente do que eu tinha escolhido, exactamente aquilo que eu não queria. Ontem passei na ourivesaria e finalmente tinha a prenda de Mami, quando me preparava para pagar não tinham multibanco por culpa da trovoada. Fiz-lhe um bolo. Hoje levantei dinheiro e fui FINALMENTE buscar a prenda de Mami. Estou com a sensação de que ela não vai gostar.

Casamento

Casar não está nos nossos planos. Se um dia acontecer será porque nos surgiu a oportunidade de fazer algo verdadeiramente radical (ou numa visão romântica da coisa, se precisarmos desesperadamente de mais uns dias de férias no calendário).

Pensamos nisso no ano passado, enquanto percorríamos O Caminho Francês de Santiago surgiu a ideia de casar depois de todos aqueles dias a pedalar. Não tínhamos que preparar muitas coisas, os padrinhos estavam a pedalar connosco, a minha amiga que nos ia buscar trazia os meus pais, arranjava uma gravata com bicicletas para o Moreno e para mim umas meias brancas e rendadas até ao joelho e um véu para pendurar no capacete. E era só isso, não era necessário mais nada, a roupa de BTT não só servia perfeitamente para a ocasião como era a roupa ideal. Depois pensamos que para fazer isso precisávamos já estar casados pelo civil e provavelmente de uma autorização especial da catedral de Santiago de Compostela. Deixamos a ideia de lado. Ainda assim, apesar de não se realizar foi muito divertido pensar nas caras dos nossos amigos e familiares quando vissem as fotografias do casamento.

Talvez um dia destes faça novamente O Caminho e prepare tudo antecipadamente para casar quando chegar a Santiago, talvez um dia convide toda a gente para fazer uma coisa assim:

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Ensaio sobre a cegueira

Quando disse à Joaninha que a seguir ia ler o Ensaio sobre a cegueira ela confidenciou-me que nunca conseguiu acabar de o ler, que a certa altura a leitura chegou mesmo a provocar-lhe vómitos. Já o tinha na prateleira dos "para ler" há imenso tempo e já tinha decidido que seria o próximo, mas depois de ela me dizer aquilo ler o livro tornou-se urgente e obrigatório. A leitura causou-me uma certa repulsa, mas ao contrário dos outros livros consegui ler sem viver a história, possivelmente se me tivesse imaginado por lá, se tivesse percorrido aqueles locais ao lado daquelas pessoas, como me acontece quando leio os outros livros, teria deixado o livro a meio, tal como a Joaninha, mas consegui afastar-me e ler o livro a uma distância segura. Pensava eu. Quando adormecia, enquanto li o livro, não houve uma noite em que não tivesse pesadelos. 

Loira vai ao ginásio.

Há mais de dois anos que não faço mais nada além de pedalar e nadar. No regresso ao ginásio depois das férias, como a piscina está em manutenção, resolvi fazer uma aula de resistência muscular depois do cycling. Já me tinha esquecido do que é esta sensação de dor em cada músculo do corpo. Estou aqui que não me consigo mexer, mas hoje vou a mais uma aula daquelas. Já me tinha esquecido de como algumas dores podem ser tão boas. Só não me façam rir, que até a rir me dói tudo.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Nunca, em toda a minha blogo vida me senti TÃAAAOOOOO fashion

Um destes dias recebi um e-mail a perguntar-me onde costumo comprar as minhas meias de BTT.


Para as pessoas que me vão perguntando também nas caixas de comentários, algumas compro em lojinhas de comércio tradicional, na minha cidade, mas a maior parte delas vem da Claire's.



POST NÃO PATROCINADO (Caramba, sempre quis dizer isto)

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Está com pressa?

Perguntou-me a pessoa que estava à minha frente na caixa multibanco e que já se encontrava a efectuar operações. Eu disse-lhe instintivamente que não, que não tinha pressa e fiquei ali à espera por tempo indeterminado que ele acabasse de fazer vários pagamentos e levantamentos. Fiquei ali a pensar. Porque raio lhe fui eu responder que não, que não tinha pressa se tinha de estar na empresa dentro de quinze a vinte minutos e se ainda tinha que fazer o levantamento do dinheiro e se ainda tinha que meter gasolina e se ainda tinha que passar no centro de saúde para entregar uns papéis da minha mãe. Que estupidez a minha. Se lhe tivesse dito que sim ele tinha-me deixado fazer o meu levantamento, em poucos segundos eu seguia caminho e ele continuava com a vida dele frente ao multibanco por tempo indeterminado. Que estupidez a minha, quem, no seu perfeito juízo, diria que não, que não tinha pressa quando na realidade o que não lhe falta é pressa? Ninguém. Foi isso que estive a pensar enquanto não chegava a minha vez, ninguém diria que não tinha pressa porque andam todos cheios de pressa, tal como eu, sempre a correr de um lado para o outro, sempre com hora marcada, sempre com algo muito importante para fazer. Eu tenho pressa, todos têm pressa, a vida é feita de pressa, infelizmente. Foi isso que eu fiquei a pensar. Depois ele foi embora, eu sorri, agradeci o gesto que poucos teriam e fiz o meu levantamento. Afinal valeu a pena esperar, vou tentar viver com menos pressa, pelo menos de vez em quando. Hoje cheguei atrasada, valeu a pena.

Loira, não vens nada bronzeada...

Desde sempre me lembro de adorar a praia, de adorar estar estendida na areia a apanhar sol, era capaz de permanecer horas e horas na areia, muitos livros para ler, uma bola e umas raquetes, música, bolas de Berlim com creme, banhos de mar e caminhadas com a água a bater nos pés eram a minha felicidade. Chegadas as férias os planos sempre foram esses, no mínimo duas semanas de praia, de preferência mais. Qualquer fim-de-semana com um pouco de calor e corria para a praia. Há coisas que mudam em nós de forma irreversível. Continuo a gostar de praia, mas de forma diferente, adoro ir à praia almoçar, adoro ir até lá de bicicleta, adoro passear por lá, comer um gelado com vista para o mar, não consigo é "fazer" praia, estar na areia a apanhar sol faz-me sentir estúpida, a praia faz-me dor nas costas, doem se estou deitada na toalha, doem de estou sentada na cadeira, não tenho posição para ler, não me apetece estar lá, parece-me sempre tempo perdido, horas inúteis e tediosas. Por isso nos últimos dois anos fui três vezes para a praia e de cada vez que fui me arrependi e vim embora o mais cedo possível. Fui muitas vezes à praia, mas de forma diferente. Há coisas que mudam em nós de forma que por vezes nos parece irreversível, como agora me parece esta minha mudança.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Vou escrever sobre sapatos (Peço desculpa por qualquer inconveniente causado e prometo ser breve)

Comprar sapatos é um vício, adoro sapatos, sou louca por sapatos (a revelação do ano). Blogosfericamente falando sou um desastre, se alinhasse na onda dos posts sobre sapatos a esta hora seria famosa, em vez disso todos me imaginam 24 horas por dia com sapatos de encaixe para a bicicleta, tal e qual como os meus amigos que só me conhecem do BTT e que ficam de boca aberta quando me vêem na versão original.

Sou uma mulher de saltos altos, 99% dos sapatos que habitam lá em casa têm de 10 a 15 cm de salto. Ando com eles todo o dia, todos os dias. Várias amigas me dizem que não sabem como consigo caminhar com os meus sapatos, dizem que não sabem como me consigo equilibrar em cima deles. Dizem que é muito mais confortável caminhar de sapatos rasos e algumas afirmam mesmo que caminhar com sapatos sem salto "é como andar descalça".

Obviamente que não sou totalmente louca, tenho pelo menos umas botas e algumas sandálias sem salto, são necessárias para as viagens, para os passeios longos e principalmente para as férias. Ainda estes dias, enquanto estive de férias, só andei de sandálias sem salto e de facto vejo-me obrigada a concordar com as pessoas que utilizam a tal expressão: "é como andar descalça". É que eu passei os dias a ter acidentes, a picar os pés e a dar pontapés às pedras da calçada. Três semanas de dor e sacrifício. Definitivamente sou uma mulher de saltos altos, tinha tantas saudades deles que deram um post e só me apetece dar-lhes beijinhos. 

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Blogger para sempre... talvez

Todas as vezes que faço uma pausa na escrita do blog, todas as vezes que deixo de ter tempo para ler e interagir com outros blogs, todas as vezes em me falta a inspiração para escrever por aqui penso em ir-me embora, despedir-me, apagar tudo e deixar o blog para trás. Nunca tive, nunca tenho coragem.

Este post é sobre Amor (título roubado por aí)

Um destes dias enquanto planeávamos algo para fazer onde não estavam incluídas as bicicletas ambos fizemos um ar insatisfeito.
Ele: - Não há nada como levar com mosquitos na testa.
Eu: - E lamber lama...

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O regresso

Três semanas de férias. 14 dias úteis. Passaram a 13 porque no primeiro dia de férias tive que trabalhar. Passaram a 11 porque durante as férias desloquei-me à empresa por 2 vezes para resolver coisas urgentes. 11 dias de férias. Telefonaram-me 6 dias para eu correr para o computador mais próximo e resolver assuntos urgentíssimos. Sobraram-me 5 dias completamente livres. Estou de regresso. Acho que estou a precisar de férias. 

Agosto / 2014