terça-feira, 31 de julho de 2018

Os meus livros #44 - É assim que a perdes (Junot Díaz)

Sinopse
«O novo livro de Junot Díaz, É Assim que a Perdes, é um conjunto de narrativas ligadas entre si sobre o amor — amor apaixonado, amor ilícito, amor em extinção, amor maternal — e contadas através da vida dos habitantes de New Jersey oriundos da República Dominicana e da sua luta para encontrar um ponto de encontro entre os seus dois mundos.»

Críticas de imprensa
«De certa maneira, é como se fosse uma longa aula de escrita criativa em que por uma vez a criatividade servisse um propósito: a narração que se desdobra entre um inglês ponderado e um espanhol dominicano, quase de rua: o uso recorrente da segunda pessoa; as interligações entre as histórias […]; os exercícios meta-literários sobre a escrita. Só que Junot Díaz não deita a mão a estes recursos por destreza técnica, antes para nos dar os mais variados ângulos sobre a incapacidade do seu protagonista para encontrar a sua intimidade, para deixar a sua primeira pele.»
João Bonifácio, Público

«[…]nunca relatos sobre as ruínas da paixão amorosa foram tão honestos, tão brutais, tão no osso, tão na pele.»
José Mário Silva, Expresso


Muito, muito bom. É assim que A Perdes é um daqueles tesouros que me veio ter às mãos quase por acaso, foi um daqueles livros que encontrei em segunda mão e que pela capa, pelo título, sem nunca ter ouvido nada sobre ele e sem pesquisar, acabei por comprar, É assim que A Perdes é um relato sobre a vida que é necessário ler.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Os meus livros #43 - Casa de férias com piscina (Herman Koch)




Sinopse



Uma narrativa em que o mistério e a intriga concorrem para denunciar a hipocrisia e fragilidade da vida contemporânea.


Marcado por uma ironia desarmante, o enredo negro e fortemente psicológico de Casa de férias com piscina proporciona uma leitura ávida, controversa e intrigante que confirma o incrível talento literário de Herman Koch no dissecar da farsa amoral de uma sociedade à deriva.






Óptimo para ler nas férias e surpreender-se com uma história e uma escrita fantásticas e leves, apesar do tema pesado e grave que aborda.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Aqui... estou aqui...

O carteiro já me encontrou nesta minha nova paragem, trouxe-me ontem, pela primeira vez, um livro embrulhado, com o meu nome no local do destinatário. Tocará hoje novamente, espero, com mais um livro para me fazer feliz, porque o carteiro toca sempre duas vezes, que é mais ou menos como quem diz, um livro por dia nem sabe o bem que lhe fazia. O carteiro já me encontrou, neste meu novo canto, nesta minha nova morada de recepção de livros.

terça-feira, 24 de julho de 2018

Home is where your heart is

Virei costas e fui-me embora sem olhar para trás, lá passei muitos e longos anos, lá fui muito feliz e muito infeliz, lá aprendi muito daquilo que sei e lá tornei-me muito daquilo que sou. Lá deixei muito de mim e de lá trouxe a estrutura que me manteve. Esperei o momento de partir com alguma apreensão, imaginei-me sempre triste e desiludida, mas quando chegou a hora virei costas e fui-me embora sem olhar para trás. A nossa casa, o nosso lar, o sítio que nos acolhe, é onde o nosso coração está, o meu coração já estava longe, o meu coração já vive na esperança do futuro. 

domingo, 22 de julho de 2018

Os meus livros #42 - Domingos de Agosto (Patrick Modiano)



Sinopse


Em Domingos de Agosto entramos num encantador labirinto de mistérios.
Por que motivo o narrador fugiu das margens do Marne com Sylvia para se esconderem num obscuro quarto em Nice? Qual a origem do diamante Cruz do Sul, que Sylvia arrasta consigo como uma promessa e uma maldição? De que morreu o popular ator Aimos? Quem é Villecourt? Quem são os Neal, esse estranho casal cujo carro ostenta uma matrícula diplomática? E porque estão tão interessados em Sylvia, no narrador e no Cruzeiro do Sul?
 Ao longo das páginas deste misterioso e envolvente romance, onde se cruzam todos estes enigmas, nasce uma história de amor que exala um fascínio que irá domina o leitor por muito tempo. 





Este foi o primeiro livro que li de Patrick Modiano e terminei com vontade de ler muito mais, simples, fácil, surpreendente.

sábado, 21 de julho de 2018

Os meus livros #41 - Intimidade (Hanif Kureishi)





Sinopse



 «Esta é a noite mais triste, porque me vou embora e não volto mais.»


Esta é a primeira frase de Jay, personagem da fascinante história de Hanif Kureishi sobre o final de um relacionamento.



«O melhor livro de Kureishi até ao momento.» [The Times]




Tão bom que assim que acaba dá vontade de começar a ler de novo.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Quinze euros e vinte e dois cêntimos, quinze por cento de desconto do valor recomendado para venda

A menos de cem páginas de terminar o livro que me tem acompanhado vou à estante dos ainda não lidos para escolher o próximo, vejo cada pormenor da capa e da contra-capa, abro-o e cheiro-lhe as páginas, é assim que me apresento, em breve faremos parte um do outro, vejo uma etiqueta com o preço mesmo debaixo da Sinopse, este livro não é meu, foi emprestado por alguém, os meus livros nunca têm preço, é a primeira coisa que faço quando chego com eles a casa, liberto-o do valor material que lhe atribuem, os livros só me fazem sentido sem o valor de custo, os livros não deviam ter preço. Os livros são mais importantes que isso.

terça-feira, 17 de julho de 2018

De Bragança a Lisboa são 9 horas de distância

Bragança recebeu-me para uma grande aventura ao pedal e de lá eu trouxe um trajecto espectacular, mais de 100 quilómetros de paixão, subidas duras e intermináveis, descidas que souberam tão bem, caretos e música popular que animavam a malta do pedal nos topos das subidas, boa comida, boas fotos, uma visita a Espanha e a subida da linda Sanabria, paisagens de tirar o fôlego e locais lindíssimos, trouxe ainda uma organização como nunca vi, experiência e recordações. De Bragança trouxe um grande empeno, um jersey para a colecção, enchidos, felicidade e um grande sentimento de superação pessoal. De Bragança a Lisboa, são 9 horas de distância, queria ter um avião, para lá ir mais amiúde.

domingo, 15 de julho de 2018

Os meus livros #40 - a máquina de fazer espanhóis (Valter Hugo Mãe)



Sinopse 


Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para a Formação de Adultos como sugestão de leitura.

a máquina de fazer espanhóis é um dos mais importantes romances contemporâneos. Surpreendente retrato da vida dos velhos, este livro fala intimamente dos fantasmas da portugalidade e da candura que, afinal, existe mesmo nos momentos mais tristes.

A vida de um barbeiro reformado é o modo de ilustrar os conceitos de família e solidão, amizade e compromisso.

Este é um livro delicadíssimo, corajoso e inesquecível.





Este é o livro que me esqueci que já tinha lido, mas que é tão bom que era quase familiar. A máquina de fazer espanhóis é mesmo muito bom.

sábado, 14 de julho de 2018

Os meus livros #39 - Beatriz e Virgílio (Yann Martel)




Sinopse 


Henry, um escritor reconhecido, decide escrever um livro, meio ficção e meio ensaio, como forma de abordar todos os aspectos de um mesmo tema. Completamente desencorajado pelos seus editores, desiste do projecto e vai viver para outra cidade. Aí, contudo, continua a receber cartas de leitores e, um dia, um taxidermista escreve-lhe a pedir ajuda. Henry apercebe-se então de que estão ambos a tentar escrever sobre o mesmo tema. Um livro polémico e provocador, que confirma o autor de A Vida de Pi, o Man Booker Prize de 2002, como um dos mais surpreendentes escritores canadianos da actualidade. 






Beatriz e Virgílio é para mim um livro muito especial, em conversa com uma amiga que consome livros compulsivamente, tal como eu, lembramos dele e aproveitei uma tarde de chuva para o reler. Há livros que conseguem ser sempre bons como da primeira vez.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

terça-feira, 10 de julho de 2018

Larouco

Venho de longe e o topo da montanha parece mais longe ainda, às vezes inalcançável aos olhos de quem, pequenino, o olha cá de baixo. Nos dias de maior cansaço, como era o caso, perguntamo-nos muitas vezes o que estamos ali a fazer, porque viemos, porque não desistimos afinal, mas as pernas continuam num movimento certo e ritmado, como se estivessem programadas para somente parar no topo da montanha, no topo do mundo. Devagar, muito devagar, lá vou conquistando uma montanha depois da outra e há cumes que me vão ficar para sempre na alma. Devagar, muito devagar, vou subindo os quilómetros necessários para chegar aos locais mais especiais de sempre. Devagar, muito devagar, esqueço tudo para aproveitar cada bocadinho de montanha e de mundo.


Cada um voa com as asas que tem, pedalar são as minhas.  

domingo, 8 de julho de 2018

Os meus livros #38 - O Leitor (Bernhard Schlink)

Sinopse

Michael Berg, um adolescente nos anos 60, é iniciado no amor por Hanna Schmitz, uma mulher madura, bela, sensual e autoritária. Ele tem 15 anos, ela 36. Os seus encontros decorrem como um ritual: primeiro banham-se, depois ele lê, ela escuta, e finalmente fazem amor. Este período de felicidade incerta tem um fim abrupto quando Hanna desaparece de repente da vida de Michael. Michael só a encontrará muitos anos mais tarde, envolvida num processo de acusação a ex-guardas dos campos de concentração nazis. Inicia-se então uma reflexão metódica e dolorosa sobre a legitimidade de uma geração, a braços com a vergonha, julgar a geração anterior, responsável por vários crimes.

Perturbadora meditação sobre os destinos da Alemanha, O Leitor, é desde O Perfume, o romance alemão mais aplaudido nacional e internacionalmente. Já traduzido em 39 línguas, a obra foi adaptada ao cinema. Para além disso, este romance foi galardoado em 1997 com os prémios Grinzane Cavour, Hans Fallada e Laure Bataillon. Em 1999 venceu o Prémio de Literatura do Die Welt. 



Nos dias em que me apetece reler algo escolho sempre aqueles que me marcaram de uma forma muito especial. O Leitor é para mim um dos melhores livros de sempre.

sábado, 7 de julho de 2018

Os meus livros #37 - Um Bom Homem É Difícil de Encontrar (Flannery O'Connor)




SINOPSE



Este clássico moderno mostra-nos Flannery O'Connor como uma das mais originais e talentosas escritoras do Sul dos E.U.A. A sua visão apocalíptica da vida evidencia-se em situações grotescas e por vezes divertidas em que a personagem principal defronta um problema de redenção: a avó, que enfranta um assassino; um rapaz de quatro anos que procura o Reino de Cristo nos rápidos dum rio; o general Sash está prestes a conhecer o seu derradeiro inimigo.







Um livro de contos que conta a vida tal como ela é.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

A máquina de fazer leitores

Cheguei a uma fase da vida em que compro livros repetidos. Eu sabia que já tinha lido Valter Hugo Mãe, mas já se passaram uns anos e não sei como nem porquê achava que tinha lido A Desumanização. Uma coisa tão estúpida que quando a Leninha me viu a ler a máquina de fazer espanhóis e disse que quando acabasse trocávamos porque ela tinha A Desumanização eu lhe respondi que emprestava o meu, mas que não precisava, também tinha A Desumanização.  Encontrei a máquina de fazer espanhóis em promoção e não resisti, como leitora e compradora compulsiva de livros 50% de desconto num livro que sempre se sonhou ler é irresistível. Foi isso mesmo que disse à Susana quando lhe mandei a foto do livro, que não dava para recusar, que sempre sonhei ler isto, o que não deixa de ser verdade, sempre sonhei mesmo, tanto que já o comprei e já o li, há alguns anos atrás. Depois de reler o livro, um dos exemplares vou oferecer à Susana, a única pessoa que conheço e que lê compulsivamente como eu, o outro vou emprestar à Leninha, e trazer comigo A Desumanização, para ler pela primeira vez. A máquina de fazer espanhóis estava a ser tão bom que me soava familiar, tão familiar que me decidi a colocar em frente à estante, à procura do Valter Hugo Mãe que habitava por lá.
A máquina de fazer leitores anda confusa por aqui, tanto que cheguei a uma fase da vida em que compro livros repetidos. Socorro, acho que isto é grave.