quinta-feira, 10 de julho de 2014

Olá Portugal, eu sou do Norte

Por isso, as verdades, as minhas verdades (muito diferentes das verdades do Miguel, sinto muito).
As minhotas não são as raparigas mais bonitas do país. Eu sou do Minho, nasci e vivi cá toda a minha vida, modéstia à parte, eu sou bonita, ou melhor, há dias em que me sinto muito bonita, outros nem por isso, como todas as mulheres, mas isso não tem nada a ver com o Minho, no Minho há mulheres feias, assim como as há muito bonitas no resto do país. O verde do Minho não é mais bonito que o verde do resto do país, o verde do Minho é exactamente igual ao verde do resto do país e eu posso dizê-lo com toda a certeza, adoro o verde das montanhas e já as percorri por todo o lado, o verde é sempre igual. Gosto do Norte, entendam-me, gosto muito do Norte, o Norte trouxe-me os meus locais e as minhas pessoas, mas porque sempre fui do Norte, se tivesse vivido sempre no Algarve teria sido o Algarve a dar-me isso, se tivesse vivido sempre em Lisboa, teria sido Lisboa a dar-me isso. Admito que posso ter algo em mim por ser do Norte, mas isso não me faz especial, tão pouco melhor que ninguém, também as pessoas do Alentejo, ou as dos Açores ou as da Madeira possuem características próprias, nada a ver com a personalidade, como não o tem o algo que vem do Norte. No Norte há, de facto, muitas coisas boas, assim como as há muito más. A comida é mais barata? Possivelmente quem reparou nisso e escreveu sobre isso não tenha pensado que na maioria dos casos também os salários são mais baixos. E as pessoas? Não as há muito boas e muito más em cada recanto do país? As mulheres do Norte não são diferentes por serem do Norte, nem todas olham de frente, já as vi de cabeça bem baixa, nem todas pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Os brincos, os sapatos e as saias não são diferentes no Norte, ou já não são diferentes no Norte. Por Deus, eu sou do Norte e nunca puxei de um estalo, muito menos de uma panela, eu sou do Norte e nunca caminhei de mãos nas ancas. Se falamos de tradições, ou de pronúncias também as há nas outras regiões, é possível gostar mais das do Norte, mas não fazer delas o Norte, como alguém disse, a tradição já não é o que era. O Norte não tem nada de especial a não ser o facto de algumas pessoas acharem que sim, que é de facto um local especial e diferente e de com isso quererem a todo o custo mostrar ligações ou pintar traços de personalidade que pensam característicos de cá. A personalidade não tem nada a ver com o Norte, eu sou como sou por ser eu, não por ser do Norte.

18 comentários:

  1. Oh Loirinha, mas se há pessoas que acham romântico a visão do Minho como terra de mulheres à espera do marido, deixa lá isso. As pessoas em geral sabem que há centros de cultura animados no Minho, que as universidades trouxeram vitalidade ás cidades, que se respira modernidade, que há um tecido empresarial relevante (ainda que, como em todo o país, a crise económica se tenha feito sentir). Principalmente os minhotos sabem que não são o que os não minhotos dizem que o Minho é. Não te apoquentes.

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    1. Não estou apoquentada Mirone.

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    2. Apoquentada não será a palavra certa, acredito.

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    3. É só um ponto de vista e não te metas comigo, sabes bem que ninguém deve meter-se com uma mulher do Norte ;)

      Não leste a parte da panela ali em cima?

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    4. O MEC escreve coisas tão bonitas sobres as mulheres, aquilo é música para os seus ouvidos... pensa no texto como um elogio às mulheres em geral, finge que não leste a parte do norte.

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    5. Babe, tenho genes nortenhos, say no more. :DDDDDDDDDDDD

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    6. O texto do Miguel até consigo ver como um elogio às mulheres, mas há outros que não passam de um elogio ao próprio umbigo e esses sim, enjoam-me, não me apoquentam, enjoam-me.

      E Mirone, logo se vê que és uma mulher do Norte ;)

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    7. Qqui que ninguém nos ouve, mulher do norte é como quem diz... tenho genes nortenhos na medida em que o meu avô era da zona de Marco de Canavezes, a minha "norticidade" fica por aí que nessas coisas sou muito pelo a César o que é de César e gosto pouco de me apropriar do que não é meu. Mas sim, tenho encantos mil, se é isso que queres dizer, Loirinha :DD

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    8. Não digas isso, toda tu poderás ser Norte se assim o entenderes, pelo menos até à 15.ª geração todos de poderão gabar dessa costela nortenha, isso fará de vós especiais para todo o sempre.

      Entendes-me? ;)

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    9. Eu sou do norte... Tão a norte, tão a norte, tão a norte que sou quase espanhola! E agora? Meteis-vos comigo?

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    10. Nem pensar, imagina o que era tantas mulheres do Norte "pegadas"

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  2. Vera, não conheço os motivos que te levaram a escrever este texto... mas quero que saibas que, como minhota que também sou, estou contigo de pedra e cal mesmo que não entenda de onde vem isto tudo...


    Beijinhos solidários

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    1. Nada de especial me levou a escrever sobre isto agora, já o queria fazer há muito, desde que li o texto sobre o Norte do Miguel Esteves Cardoso.

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  3. Já eu sou do Centro, e do centro nunca ninguém fala pá. Estamos para aqui metidos no meio, os do Norte dizem que somos sul, os do sul dizem que somos norte, mas o que eu sei é que sempre ouvi dizer que no meio é que está a virtude.

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  4. eu gosto de me ver como "scalabinhota" (família materna scalabitana e família paterna bracarense e arredores). não vou discutir diferenças o que há é gostos diferentes e eu gosto muito do Norte e gosto muito daqui mas por algumas razões, umas mais conscientes do que outras, apesar de nascida e criada aqui às vezes desejo fixar-me para esses lados... lá para o meio daquele verde que a mim não se parece com mais nenhum :p...

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