quinta-feira, 28 de abril de 2016

Coisas que dizem muito sobre o Blogo Mundo

Quando cheguei a Fátima, depois de três dias a pedalar, tinha à minha espera a Gaja Maria, para me dar um enorme abraço. 

O rescaldo emocional

O Caminho afasta de nós as pessoas que não devem ficar na nossa vida e cria laços inquebráveis com as pessoas que nela devem permanecer. O Caminho já me fez perder algumas pessoas, naquela altura fiquei triste, muito triste, mas agora olho para trás e percebo que tinha de ser assim, que quem não nos faz bem deve ficar longe, por muito que durante um longo tempo pensemos que não.
Quando comecei a organizar as viagens deste ano decidimos fazer um Jersey igual para todos e ao preparar o desenho coloquei a frase "Sozinhos vamos mais rápido, mas juntos vamos mais longe", nessa altura não me passou pela cabeça que a cada quilómetro percorrido a frase fizesse mais e mais sentido. Foi uma viagem de amizade, de união, de companheirismo, mesmo nos momentos de maior tensão e de maior cansaço. Foi uma viagem de emoção. Chegamos ao nosso destino todos juntos, de alma lavada e felizes.
O Caminho afasta de nós as pessoas que não devem ficar na nossa vida e cria laços inquebráveis com as pessoas que nela devem permanecer. O Caminho já me fez ganhar pessoas que quero manter para todo o sempre na minha vida e nos meus Caminhos. 

quarta-feira, 27 de abril de 2016

O rescaldo físico

Há muito tempo que todas as minhas viagens são feitas em autonomia total, não me consigo imaginar a fazer um Caminho com um carro de apoio, acho que depois de carregar o peso da sobrevivência a primeira vez já não nos faz sentido que seja de outra forma. Normalmente divido o peso das minhas coisas por um alforge pequeno e por uma mochila também pequena, só transporto coisas essenciais para a minha viagem, quanto menos peso coloco na bagagem mais fácil é chegar ao meu destino. Depois da minha última queda ainda não recuperei de uma lesão nas costas, por isso a mochila ficou fora de questão desta vez, montei o alforge maior e coloquei dentro tudo aquilo de que precisava, parece que este ano precisava de muitas coisas, a temperatura instável, o excesso de confiança em mim e também a minha vaidade fizeram com que ao sair de casa eu não pudesse com a minha bicicleta. O facto de não conseguir levantar a bicicleta assustou-me um pouco inicialmente, nas picadas mais técnicas ou nas subidas com mais inclinação seria muito complicado para mim, quando tivesse de desmontar. Mas parece que quanto mais pedalo mais força tenho e mais me apetece pedalar, o peso nunca foi dificuldade para mim, as picadas técnicas e as subidas com demasiada inclinação fiz em cima da bicicleta e apesar de O Caminho de Santiago até Fátima ser um dos mais difíceis a nível técnico e de acumulado de subida de todos os pequenos (o Francês não conta) que já fiz não me senti verdadeiramente cansada em nenhuma circunstância. Depois de 140 km no primeiro dia, de 110 km no segundo e de cerca de 60 km no terceiro dia, cheguei a Fátima com a sensação de que poderia pedalar muito mais. 

Choque de realidade

Depois de três dias a pedalar atrás das setas azuis que nos indicam O Caminho até Fátima, depois de tantos quilómetros, de tantas montanhas, de tantos momentos, ter de voltar à vida real é mesmo o mais difícil. 


Já cá volto querido diário, para te contar tudo.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Lá vou eu, para mais uma grande aventura (Pessoas, enviem-me todos os vossos pensamentos positivos)


Pedalei até Fátima pela primeira vez o ano passado e na chegada tive, tivemos, a certeza de que tínhamos de repetir a viagem. Em 2015 percorremos, desde o norte, toda a costa, até à zona de Fátima, este ano faremos O Caminho de Santiago, uma das minhas grandes paixões. O grupo de amigos a pedalar esta aventura cresceu muito durante um ano e isso deixa-me muito feliz, somos todos tão cúmplices e tão companheiros que me parece que a viagem será marcada exactamente por isso, pelo espírito de união e pela amizade. A viagem será dividida por três dias, 130 quilómetros no sábado, 110 quilómetros no domingo e 55 quilómetros mais o regresso a casa na segunda. O trajecto está marcado no mapa ali em cima, por isso se me virem digam-me um olá. Como em todas as viagens estou ansiosa por partir, por aquela primeira pedalada que nos leva tão longe. Até já. 

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Loira, a Fashion Bttista #4

Dúvidas, a minha vida é só dúvidas. O gato da Alice? A Minnie? A fada? O Snoopy? A feminista que pode tudo? O gato motard? O Popeye? Ou um dos outros 45 de maratonas, de equipas e de Caminhos que também tenho em casa? Ou rezo, para que cheguem alguns dos 8 que tenho encomendados e que vêm a caminho, para que a minha confusão escolha seja ainda maior? 


Loira, a Fashion Bttista #3

Organizar viagens de bicicleta não é nada fácil, é preciso marcar datas, analisar trajectos, contar quilómetros, verificar altimetrias, pensar em cada elemento do grupo, decidir onde pernoitar, marcar hotéis ou tentar reservar albergues, mandar mails e mais mails, fazer jerseys iguais para todos, organizar planos de treino, arranjar transporte para o regresso, pedir orçamentos, pensar em cada pormenor, ter a certeza que está tudo pronto, marcar hora de saída, convencer alguns a treinar porque precisam, convencer alguns a ir porque conseguem, fazer listas e mais listas, levar a bicicleta para a manutenção, montar o alforge, acalmar os mais nervosos, dar mil ideias, ter mil ideias, pensar em tudo e muitas outras coisas de que não me estou a lembrar agora, mas que dão uma trabalheira desgraçada. Mas no fim, há uma coisa que é a pior de todas, há uma coisa que nos atormenta, há uma coisa que nos deixa em pânico, é o impermeável para a chuva, são as térmicas para o frio, são calções que têm de condizer com o jersey, são jerseys que nunca mais acabam, são meias aos molhos, é esta puta desta mania de querer ser Fashion Bttista, é ter de decidir entre um roupeiro cheio o que caralho meter no alforge. 

terça-feira, 19 de abril de 2016

Os meus livros #27 - Morte aos Feios


Sinopse

«Levar uma pancada na cabeça não é nada. Ser drogado duas vezes seguidas na mesma noite é desagradável mas vá lá... Mas sair para apanhar ar e acordar num quarto desconhecido com uma mulher, os dois com a roupa de Adão e Eva, isso é que já é um bocado forte de mais. Quanto ao que me aconteceu a seguir...»






Tal como já disse aqui e aqui Boris Vian é único, não há muito mais a dizer, é preciso ler. 

Os meus livros #26 - Testemunho

Sinopse
Uma pequena cassete de vídeo chega às mãos do diretor da conceituada Academia de Avery - uma catástrofe de proporções que ninguém será capaz de prever. Mais chocante do que os atos sexuais nela gravados é o facto de terem sido protagonizados por três rapazes com idades compreendidas entre os dezoito e os dezanove anos e uma rapariga de apenas catorze. Qual caixa de Pandora, a gravação desencadeia uma tempestade de vergonha e recriminação que se abate sobre a pequena comunidade, revelando uma intrincada teia de segredos e mentiras. Homens e mulheres, adolescentes e adultos envolvidos no escândalo tentam decifrar os acontecimentos daquela noite e os seus efeitos. Mike Bordwin, o diretor, quer a todo o custo conter o escândalo e salvaguardar a reputação da escola; Silas Quinney, um popular aluno, sofre as consequências dos seus atos, enquanto Anna, a mãe, enfrenta as suas próprias faltas; e Sienna, uma jovem enigmática e perturbada, não olha a meios para esconder o seu passado. As imagens reveladas suscitam mais perguntas do que respostas. Como foi possível tal comportamento no seio de um ambiente tão seleto? Quem é culpado e quem é inocente? Podem as consequências de um ato imprudente ser travadas ou o futuro de todos os envolvidos será irremediavelmente destruído?
À medida que o coro de vozes se levanta, revela-se a surpreendente verdade sobre os acontecimentos daquela noite, e as vidas de todos os envolvidos serão transformadas para sempre. 

Este livro não me fez sentir nada de especial em relação à história ou às personagens, li-o num domingo de chuva em que não me apetecia fazer mais nada a não ser mesmo ler, sem ter de pensar muito. Foi-me oferecido na compra de outro e não há nada melhor para dias assim do que um livro tão leve e tão fácil. 

Os meus livros #25 - As luzes nas casas dos outros

Sinopse
Vá lá, mãe, responde-me. O que é que significa não invejar "a felicidade dos outros, a sorte, o sucesso, (…) as luzes nas casas dos outros"?
Mandorla é a filha feliz de uma mulher repleta de fantasia. Maria, a mamã, trabalha numa empresa de gestão de condomínios e tem o dom especial de transformar cada reunião de condóminos em vibrantes sessões de terapia de grupo. Quando Maria morre num acidente com a sua mota, os moradores da Rua Grotta Perfetta, 315, descobrem uma carta onde ela anuncia à filha que o seu pai vive naquele prédio. Vendo a harmonia das suas famílias ameaçada, os moradores tomam uma insólita decisão: não realizar o teste de ADN e assumirem, em conjunto, a educação da criança, que passará dois anos em cada lar. Mandorla cresce obcecada em descobrir a identidade do pai e com isso ter uma família normal, como a de todos os outros. Quem será, na verdade, o pai de Mandorla?

Todos os livros que me obrigam a colocar dentro da cabeça de uma criança e a tentar perceber o quanto do descrito é realidade ou só se passa na sua imaginação, a tentar interpretar o seu mundo, me apaixonam de imediato. A Mandorla é mais uma criança que adorei conhecer. A escrita do livro exige concentração, as personagens e a forma de vida delas obrigam-nos a pensar e a história de vida da Mandorla é cativante e surpreendente. O final deixou-me tão chocada que nem queria acreditar. As luzes nas casas dos outros foi-me recomendado por alguém anónimo aqui no blog, obrigada, de facto este livro foi uma boa companhia.

Liberdade

Saímos de casa bem cedo e apesar das previsões meteorológicas adversas partimos rumo ao Gerês para mais uma grande aventura. Fizemos subidas que nunca mais acabavam e descidas espectaculares, bem características da zona, almoçamos em Espanha e molhamos os pés, já demasiado molhados da água gelada da chuva que não parou de cair, na água quente de Lobios, atravessamos rios que da última vez não estavam lá, com a bicicleta às costas, trememos de frio e deixamos de sentir as mãos nas descidas, enfrentamos cavalos selvagens e a certa altura até nos cruzamos com um javali que felizmente não quis nada connosco. Foi um grande dia.


sexta-feira, 15 de abril de 2016

As meias do dia #9


Há brilho na montanha

Socorro, acho que isto não tem cura

Este mês já comprei Três vezes nós e recebi de oferta um lindo porta-chaves em forma de bicicleta igual aos cinco mil que tenho em casa, comprei Regresso a Mandalay e recebi de oferta o livro Testemunho, comprei As altas montanhas de Portugal que também oferece Beatriz e Virgílio, livro pelo qual me apaixonei no ano passado e que vou oferecer à Su, comprei As cores de Branca, estava com uma promoção fantástica, vou receber grátis As aventuras de Marina Pons e o eBook Eu, do Nada, que não vou ler porque não consigo ler livros em formato digital. Encomendei A livraria dos finais felizes que também tem como oferta O Gato do Simon. E acrescentei à minha lista dos a comprar urgentemente O Deserto dos Tártaros, Teoria do esquecimento, O centenário que fugiu pela janela e desapareceu, Cartas à mulher do meu futuro e Entre o silêncio das Pedras. Isto tudo sem falar nos livros de José Eduardo Agualusa que estão com 40% de desconto na wook e que eu queria comprar todos. Sim, este é só o saldo deste chuvoso mês de Abril, hoje ainda é dia 15. Socorro, sou livro dependente e acho que isto não tem cura.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Estou a ser atacada por um espírito estranho

É o espírito da mochila às costas, da autonomia total, da aventura. Falta pouco mais de uma semana para a primeira grande viagem do ano e estou a ser atacada por este espírito, já só consigo pensar em montar o alforge e em ir. Ir, ir, ir.

Ah... o fantástico mundo das mulheres

Era final do mês e a mesa do escritório tinha resmas de papel amontoadas, além dos salários, dos pagamentos do final do mês, dos aceites, da facturação e da preparação da tesouraria para o mês seguinte ainda estava com uma auditoria. Foi uma semana muito complicada. Ao final do dia saía do trabalho completamente esgotada, na terça foi tratar das unhas, na quarta foi ao ginásio, na quinta fez limpeza à casa, na sexta foi ao supermercado e tratou das roupas, fez também o jantar todos os dias, preparou as coisas para os dias seguintes, tratou de deixar a casa minimamente apresentável. Pagou contas, organizou o passeio do fim de semana, telefonou aos amigos para confirmarem a presença, não se esqueceu de tratar dos pormenores que ainda faltavam para a viagem que estava a organizar, namorou, tirou meia hora por dia para tomar o café com a amiga e não se esqueceu de guardar um tempinho para falar com as amigas que estão longe. Antes de adormecer ainda arranjou tempo para ler um pouco. No sábado levantou-se mais cedo uma hora, tirou a loiça da máquina de lavar e arrumou-a, tirou a última roupa da máquina de secar e separou-a, arrumou alguma e deixou a outra pronta a engomar, foi só o que ficou a faltar, faria isso quando chegasse ao final do dia, agora já podia ir descansada, tinha quase tudo tratado. Saiu para pedalar 100 km e ainda teve de o fazer com um tampão enfiado no contacto com o selim.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Eu, o Antes e o Depois

Eu sei que toda a gente gosta disto, do antes e depois das pessoas, das mudanças, das diferenças, do choque que é olhar para as fotografias e não querer acreditar que é de facto a mesma pessoa. É realmente motivador comparar o antes e o depois. Olhem eu, antes de beber dois litros de água por dia e depois. Reparem bem como eu era com mais vinte quilos, antes da minha dieta. Olhem só os meus músculos depois de começar a puxar ferro. Vejam bem como fiquei tonificada depois daqueles treinos. Reparem na diferença da minha zona abdominal antes do Pedro e depois do Pedro (os PT chamam-se todos Pedro, não chamam?). Vejam como eu consegui, se eu fui capaz vocês também são, só têm de ter força de vontade e começar. Vejam só como agora sou mais feliz, vejam todas as alterações não só no meu corpo como também na minha alma, na minha vida, na minha auto-estima, na minha relação com os outros e comigo mesma. Vá lá, se eu consegui vocês também conseguem. Super motivador. Por isso é que também eu decidi partilhar o meu antes e depois, por isso é que também eu decidi desnudar-me para vocês, mostrar as minhas mudanças, as minhas diferenças, a minha verdadeira essência.

Eu, Sábado, antes de ir pedalar.

Eu, Sábado, depois de ir pedalar.

Parecendo que não, sempre são uns bons dois quilos de lama a mais.

terça-feira, 12 de abril de 2016

É fome senhores, é fome.

Não sei se já levaram o vosso corpo ao limite. Eu estou sempre a fazê-lo em cima da minha bicicleta. Estou sempre a querer subir as montanhas mais altas, estou sempre a olhar para os topos desconhecidos, estou sempre a tentar conquistar novos cumes. Estou sempre a planear novas viagens, estou sempre a traçar novos destinos, estou sempre a querer treinar para os atingir com facilidade e prazer. A próxima viagem está quase a chegar e já ando por aí a treinar longas distâncias. No sábado pedalei 160 km, a maior distância num só dia, desde sempre, para mim. Cheguei ao fim com a sensação que podia ter pedalado muito mais, não estava cansada, não tinha dores, estava pronta para seguir viagem, se fosse esse o caso. Estes limites só têm uma consequência para mim e para o meu corpo, é fome senhores, é fome. Não é uma fome qualquer, é uma fome sofrida, é uma fome tremenda, é uma fome como nunca experimentei antes de testar o meu corpo desta maneira, é uma fome enorme, é uma fome capaz de comer o mundo inteiro e ainda assim não estar ficar saciada. É fome senhores, é fome. Não se metam à minha frente, nestes dias sou capaz de comer tudo o que vejo. 

Efeito dos livros

Compra mais livros do que aqueles que é capaz de ler e acha que são sempre poucos? Não consegue resistir a uma promoção, a um pré-lançamento ou a uma venda em segunda mão? Transporta um livro durante todo o dia, todos os dias, apesar de saber que não vai ter tempo para ler nem uma página? Cheira os livros? Tem um orgulho imenso nas suas estantes? Tem saudades de algumas personagens? Quer ler sempre mais, e mais e mais? Acha que nunca tem tempo suficiente para ler, mesmo quando passa horas agarrada a um livro? Sonha com uma folga a meio da semana só para poder ir para casa ler? Leva o livro que está a ler a passear pela casa atrás de si? Quando vai de férias metade do espaço da mala é preenchido por livros? Já deu consigo parada a olhar para as estantes dos livros e a suspirar de paixão? Tem uma lista com os livros que empresta para não ter hipótese de se esquecer onde ele está? Tem uma lista interminável de livros para comprar e para ler a seguir? Tem em casa mais de 50 livros para ler e mesmo assim passa a vida a comprar mais? Já prometeu a si mesmo que só volta a comprar livros quando tiver lido todos os que tem para ler e nunca consegue cumprir? Lê mais de um livro por semana? Toda a gente sabe que você adora ler porque você não resiste a falar de livros sempre que pode? Acha que ler é uma das melhores coisas do mundo? Não se preocupe, não está sozinho(a) no mundo, eu sou exactamente igual.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Teste aos limites

Estou sempre a testar os meus limites, quero sempre mais, planeio metas cada vez mais longínquas, aumento sempre o grau de dificuldade, quero sempre saber se sou capaz. Não aceito que me digam que é uma loucura, que é impossível, que não consigo. Sábado pedalei 160 km, a maior distância de sempre. Para alguns era uma loucura, era impossível, era incapaz. Sábado pedalei 160 km e cheguei à minha meta com a sensação que podia mais, e mais e mais. Este não é o limite e na minha cabeça sou capaz de tudo aquilo que sonho. Que ninguém me tente convencer do contrário.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Os meus livros #24 - Perguntem a Sarah Gross

Sinopse
Em 1968, Kimberly Parker, uma jovem professora de Literatura, atravessa os Estados Unidos para ir ensinar no colégio mais elitista da Nova Inglaterra, dirigido por uma mulher carismática e misteriosa chamada Sarah Gross. Foge de um segredo terrível e procura em St. Oswald’s a paz possível com a companhia da exuberante Miranda, o encanto e a sensibilidade de Clement e sobretudo a cumplicidade de Sarah. Mas a verdade persegue Kimberly até ali e, no dia em que toma a decisão que a poderia salvar, uma tragédia abala inesperadamente a instituição centenária, abrindo as portas a um passado avassalador. Nos corredores da universidade ou no apertado gueto de Cracóvia; à sombra dos choupos de Birkenau ou pelas ruas de Auschwitz quando ainda era uma cidade feliz, Kimberly mergulha numa história brutal de dor e sobrevivência para a qual ninguém a preparou. Rigoroso, imaginativo e profundamente cinematográfico, com diálogos magistrais e personagens inesquecíveis, Perguntem a Sarah Gross é um romance trepidante que nos dá a conhecer a cidade que se tornou o mais famoso campo de extermínio da História. A obra foi finalista do prémio LeYa em 2014.

Este livro foi uma completa surpresa para mim, em tudo. Confesso que inicialmente não estava a perceber onde me ia levar a narrativa e muito menos o porquê de críticas tão positivas e tão entusiastas, mas com o avançar das páginas fui-me apaixonando pelas personagens, pela narrativa, pelas descrições do autor e sobretudo pela história. 

Os meus livros #23 - Quo Vadis?


Sinopse


Henryk Sienkiewicz foi um jornalista polaco que recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1905 pelos seus "excelentes méritos enquanto escritor épico". Em Quo Vadis, o autor ilustra o conflito das ideias morais no seio do Império Romano - um conflito que provocou a queda da imoralidade pagã e permitiu ao Cristianismo tornar-se a força dominante da história. Este romance pungente fala do amor que nasce entre uma jovem cristã, Lígia, e um romano pagão, Marco Vinício. Tem lugar na cidade de Roma sob o regime do brutal imperador Nero. O conflito descrito em Quo Vadis sempre foi de grande interesse para uma vasta audiência de leitores. Quo Vadis é a obra-prima intemporal de Sienkiewicz e foi traduzida para mais de cinquenta línguas.



Quo vadis é tão bom que chega a ser difícil falar dele. Comecei a ler devagar, mas depois terminei-o de uma assentada, foi a minha companhia no fim de semana prolongado da Páscoa. Quo Vadis é cheio de tudo, principalmente de história. 

Os meus livros #22 - A Ilha de Sukkwan

Sinopse
Uma Ilha selvagem no Sul do Alasca, a que só se consegue chegar de barco ou de hidroavião, repleta de florestas virgens e montanhas escarpadas. Este é o cenário inóspito que Jim escolhe para fortalecer a relação com o seu filho Roy, que mal conhece. Doze meses pela frente, numa cabana isolada do resto do mundo. Mas as difíceis condições de sobrevivência e a tensão emocional a que se vêem sujeitos rapidamente transformam esta viagem num pesadelo, tornando a situação incontrolável.




Por favor, leiam este livro. É um muro no estômago, um abanão de crenças, uma análise extraordinária à cabeça humana. Chegou uma altura, aquela página, em que eu não estava a acreditar. Voltei para trás várias vezes, achei que estava a ler mal, só podia ser uma passagem de imaginação das personagens e eu não tinha percebido, não queria crer de maneira nenhuma que fosse possível acontecer aquilo. Depois disso cada página é arrepiante, assustadora, repugnante. Leiam, por favor, leiam este livro. 

Os meus livros #21 - O arranca corações


Sinopse

Jacquemort, psiquiatra, chega a casa de Angel e Clémentine, que está em final de gravidez. Jacquemort vai então ajudá-la a dar à luz três rapazes gémeos, Noël, Joël e Citroën, que, ao contrário dos irmãos, nunca grita. Angel está fechado em casa há dois meses pela mulher, que aceitou mal a gravidez. Só depois do parto é libertado. Jacquemort revela-lhe as razões que o levaram a este recanto aparentemente tranquilo. Ele possui uma capacidade de vazio e procura preenchê-la psicanalisando as pessoas e assimilando os seus sentimentos através de uma psicanálise «integral». Neste romance, Boris Vian revela um universo terrível, o dos desejos mais implacáveis, em que todo o amor esconde o ódio. Como escreveu Gilbert Pestureau, no prefácio à edição francesa, neste romance em que o número três desempenha um papel central, «os adultos são selvagens, ferozes ou infelizes, condenados à solidão, enquanto as crianças, cúmplices na magia, procuram secretamente a sua paixão de viver». Tudo isto numa «aldeia entorpecida na vergonha e na religião», onde «os trigémeos exploram o seu universo feérico enquanto uma mãe, que os ama demasiado, lhes reduz inexoravelmente o espaço».

Boris Viam é louco, os seus livros são um absurdo, bizarros, estranhos, incompreensíveis, surrealistas. Adoro-o. Acho que estou apaixonada por ele e por tudo o que as entrelinhas dos seus livros escondem. 

Os meus livros #20 - Vai e põe uma sentinela


Sinopse

Vai e Põe Uma Sentinela, de Harper Lee, um dos mais aguardados livros do ano chega às bancas portuguesas no próximo dia 21 de outubro, com a chancela da Editorial Presença. Disponível em todas as livrarias do país, o livro considerado «uma obra de arte» pelo Chicago Tribune promete confirmar o estatuto de bestseller que alcançou noutros países. Jean Louise Finch - Scout - a inesquecível heroína de Matar a Cotovia, regressa de Nova Iorque a Maycomb, a sua cidade natal no Alabama, para visitar o pai, Atticus. Decorre o turbulento período de meados de 1950, numa nação dividida em torno das dramáticas questões raciais. É com este pano de fundo que Jean Louise descobre verdades perturbadoras acerca da sua família, da cidade e das pessoas de quem mais gosta, o que a leva a interrogar-se sobre os seus valores e princípios, e a confrontar-se com complexos problemas de ordem pessoal e política. Vai e Põe Uma Sentinela, romance inédito de Harper Lee, cujo manuscrito se havia perdido mas descoberto em 2014, foi escrito antes de Matar A Cotovia e apresenta-nos muitos dos personagens dessa mítica obra, agora vinte anos mais velhos. Um livro magnífico, comovente e de grande fascínio de um dos maiores vultos da ficção contemporânea.


Depois de me ter apaixonado por Harper Lee, pela escrita dela e pela personagem Scout, em Mataram a Cotovia, ler este livro era urgente e imprescindível, também por toda a polémica gerada em volta de Vai e põe uma Sentinela acho que é um livro que toda a gente deve ler. O tipo de escrita é apaixonante em ambos os livros e a reviravolta que ninguém espera dá muito em que pensar. A Scout continua a ser espectacular e soube-me muito bem matar saudades dela, embora ela já tenha crescido não perdeu a sua essência.