quinta-feira, 28 de março de 2019

Milésimos de segundo

Depois de uma subida longa e lenta cheguei ao topo e atirei-me cheia de vontade à descida, rabo para trás, bicicleta controlada pelas pernas flectidas, dedos nos travões e olhar atento. Vejo um buraco, dou um salto e aterro bem para de seguida um dos pés se desencaixar dos pedais e eu perder completamente o equilíbrio na bicicleta. Foram segundos a tentar encaixar, a tentar o equilíbrio, à velocidade que descia e com o terreno coberto de gravilha não foi fácil mas consegui evitar a queda. Se acontecesse só me imagino em muito mau estado. Milésimos de segundo podem fazer a diferença. Um pé desencaixado também. Ainda não foi desta. Já mandei apertar os pedais. Quando cair que seja por não conseguir desencaixar. Quando me esbardalhar que seja num colchão macio e fofo. Já tinha saudades de escrever nas entrelinhas.

quarta-feira, 27 de março de 2019

Os meus Livros #21 - Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa (Eric-Emmanuel Schmitt)

Sinopse
Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa revela-nos a amizade entre uma criança com leucemia e uma voluntária na área da pediatria do Hospital que todos os dias o visita. Entre os dois decidem: «cada dia equivale a dez anos». O menino passa a brincar que avança no tempo e que aproveita a vida nas suas diferentes idades. Reinventa o Mundo sob a maravilhosa cor de fantasia e desafia a morte com um olhar divertido sobre o Universo dos adultos e das outras crianças doentes que o rodeiam no Hospital.
A história de um menino de dez anos e as cartas que escreve a Deus.

Críticas de imprensa
«Um livro que perdurará no tempo.» Télé-Matin

«Uma pequena obra de arte.» Le Matin

«Um conto filosófico do qual saímos cheios de esperança.» La Dernière Heure

«Falar de coisas complicadas em palavras simples, aquecer o coração, dar sentido à vida, é essa a virtude de Eric-Emmanuel Schmitt.» Le Pélerin


Releitura, porque às vezes precisamos voltar às páginas que nos fizeram felizes.

Os meus Livros #20 - 1984 (George Orwell)



Sinopse 



Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura.



1984 oferece hoje uma descrição quase realista do vastíssimo sistema de fiscalização em que passaram a assentar as democracias capitalistas. A electrónica permite, pela primeira vez na história da humanidade, reunir nos mesmos instrumentos e nos mesmos gestos o trabalho e a fiscalização exercida sobre o trabalhador. O Big Brother já não é uma figura de estilo - converteu-se numa vulgaridade quotidiana.




A assustadora actualidade.

terça-feira, 26 de março de 2019

Foi assim que aconteceu

Sábado passado São Pedro do Sul recebeu quase 1000 malucos pelos pedais para nos mostrar que a vida é bela. Depois do despertador tocar demasiado cedo e da viagem até lá vivi um dia épico. Subi como nunca e senti-me tão bem que só queria subir mais e mais. Fiz descidas incríveis e senti-me tão segura que só ouvia a voz de um grande amigo que quando me vê assim diz sempre que estou a precisar cair para me acalmar. Vi das paisagens mais incríveis de sempre e contemplei horizontes de intermináveis montanhas. Tive as melhores companhias e diverti-me muito. Visitei Drave, a aldeia mágica, desabitada, numa cova entre as Serra da Freita, Serra de São Macário e Serra da Arada, integrada no Geoparque de Arouca  e fiquei tão apaixonada que só peço a quem não conhece que clique aqui para saber mais.



sábado, 23 de março de 2019

Do Pedal para o Blog #74





Às vezes não precisamos ficar bem nas fotos para as fotos serem especiais. Este foi um grande dia para mim.

sexta-feira, 22 de março de 2019

Os meus Livros #19 - As Flores Perdidas de Alice Hart (Holly Ringland)

Sinopse 
Um romance sobre as histórias que deixamos por contar e sobre as que contamos a nós próprios para sobrevivermos.

Alice tem nove anos e vive num local isolado, idílico, entre o mar e os canaviais, onde as flores encantadas da mãe e as suas mensagens secretas a protegem dos monstros que vivem dentro do pai.

Quando uma enorme tragédia muda a sua vida irrevogavelmente, Alice vai viver com a avó numa quinta de cultivo de flores que é também um refúgio para mulheres sozinhas ou destroçadas pela vida. Ali, Alice passa a usar a linguagem das flores para dizer o que é demasiado difícil transmitir por palavras.

À medida que o tempo passa, os terríveis segredos da família, uma traição avassaladora e um homem que afinal não é quem parecia ser, fazem Alice perceber que algumas histórias são demasiado complexas para serem contadas através das flores. E para conquistar a liberdade que tanto deseja, Alice terá de encontrar coragem para ser a verdadeira e única dona da história mais poderosa de todas: a sua.



As Flores Perdidas de Alice Hart não foi o livro que eu estava à espera, mas foi o livro que eu precisava, para voltar às minhas leituras depois de uma pausa longa de mais para mim. 

Tempo de ver


quinta-feira, 21 de março de 2019

Haverá sempre montanhas para subir

Haverá dias em que o sol não brilha. Haverá dias em que o céu está cinzento e a neblina não me deixará olhar o horizonte. Haverá dias de calor infernal. Haverá dias em que chove, dias de vento, dias de frio, dias de tempestade. Haverá trilhos demasiado técnicos ou demasiado inclinados para eu subir, terei de desmontar e carregar a minha bicicleta às costas. Escorregarei muitas vezes nos trilhos de xisto molhado. Haverá pedras que me atirarão ao chão, cairei muitas vezes nas descidas. Haverá vegetação a rasgar-me a pele, haverá nódoas negras espalhadas pelo corpo, haverá sempre a marca de sol dos calções e das meias, espero sempre conseguir disfarçar a do jersey. Haverá sempre algo de negativo, mas haverá sempre montanhas para subir, e enquanto eu puder viver no mundo das montanhas estarei sempre em paz, serei sempre feliz.