Pedalávamos numa espécie de competição entre amigos, uma brincadeira de vamos ver quem chega lá primeiro, vamos testar os limites, vamos testar a nossa velocidade e a nossa capacidade. O facto de termos os alforges e as mochilas com um peso extra não nos preocupava absolutamente nada. Eu tinha dado o mote de partida e os outros alinharam na minha loucura, foi assim durante cerca de 20 km, de um lado eu, a Sílvia e o Nuno, do outro o Vítor e o Christian. Eu, a Sílvia e o Nuno pedalávamos em conjunto, o Nuno esperou por mim e ofereceu-me a roda dele quando eu fraquejei, ambos esperamos pela Sílvia quando foi ela a ficar para trás, depois da recuperação voltávamos a puxar uns pelos outros e em determinados momentos, até o Nuno, que é mais forte que nós, precisou da nossa roda, precisou que fossemos nós a puxar por ele. Aquilo que fizemos foi um momento muito bonito para mim. Sorríamos para o Vítor e o Christian, que seguiam do outro lado, eles são muito mais fortes que nós, mas estavam a pedalar sozinhos, ambos só queriam chegar primeiro que nós, ambos só queriam provar que são mais fortes. E são. Mas em vez de se ajudarem um ao outro só pensaram neles e apesar de eu, a Sílvia e o Nuno sermos mais fracos e termos ficado para trás muitas vezes durante o trajecto chegamos primeiro. Ganhamos esta espécie de competição que não passou de uma brincadeira, mas que além de nos divertir muito, nos deu uma grande lição. Poderia dizer que a união faz a força, porque faz, mas prefiro dizer que a energia gera energia e que aproveitar a energia dos outros quando a nossa está a acabar e partilhar a nossa energia quando os outros estão mais fracos além de um fantástico gesto de amizade é também um sinal de inteligência. Eu, a Sílvia e o Nuno, unidos, fomos mais fortes.
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