quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Uma palavra por dia

Dia 1 - Emoção
Dia 2 - Descoberta
Dia 3 - Dor
Dia 4 - Coração
Dia 5 - Lar
Dia 6 - Lágrimas
Dia 7 - Paz

terça-feira, 30 de agosto de 2016

O Caminho em fotos


 




Escrever no Caminho...

Como é óbvio, não podia sair para O Caminho sem levar comigo um caderno onde pudesse escrever todos os pormenores de cada dia, todos os meus pensamentos e todos os tópicos sobre os quais queria pensar e desenvolver mais tarde. Passei os primeiros dias com umas páginas ocupadas com coisas que nunca poderiam sair do caderno e com todas as restantes folhas em branco. Era como se a minha vontade e a minha paixão pela escrita tivessem desaparecido por completo e para sempre. As coisas mais inspiradas e mais importantes que disse, senti ou pensei não as apontei, saíram-me do fundo da alma e ficaram perdidas pelos recantos do Caminho. Num daqueles dias pensei até em transportar o meu caderno em branco até ao último dia para depois o deixar algures, praticamente intacto, antes de chegar a Santiago. As lágrimas mudaram tudo. No primeiro dia de emoção, quando faltava já muito pouco para chegar ao destino, depois de chorar como há muito não acontecia, sentei-me num bosque, pus a música a tocar e escrevi sem parar, não sei quanto tempo lá estive, mas foi dali, daquele tempo só meu que trouxe tudo aquilo que queria mostrar ao mundo, foi ali que despi a alma para as folhas em branco e que consegui conjugar todos os meus sentimentos e todas as minhas reflexões. 

A Loira acha que...

É ténue a linha que separa o completamente misteriosa do demasiado óbvia.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

A loira e o calendário

A Loira tem um caderno que nunca larga, é o caderno da inspiração. Lá vão parar rascunhos e gatafunhos, frases, pensamentos, ideias, temas a desenvolver, textos completos ou uma só palavra. Algumas coisas nunca saem de lá, são as coisas só do caderno, outras a Loira faz questão de as dizer às pessoas mais especiais, grande parte dão posts para o Blog e há também as que ficam para sempre perdidas no tempo, ou porque a Loira não arranjou maneira de esconder algum sentimento nas entrelinhas, ou porque deixaram de fazer sentido. É por isso que a Loira não gosta de deixar nada por dizer/escrever, porque é um desperdício de vida perder o sentido das coisas por culpa do tempo.
A Loira escreveu no início de Agosto uma só frase que seria tema para desenvolver num post: "A Loira espera que Agosto mude muitas coisas". A Loira não desenvolveu o tema, a Loira não escreveu sobre isso, a Loira nunca mais pensou nisso. Hoje, a Loira abriu o caderno e leu a frase. A Loira sorriu, Agosto mudou tudo e a frase esquecida afinal não perdeu o sentido com o tempo. Agora que Agosto está a acabar a frase faz mais sentido que nunca.

A Loira está de volta

Sou de aventuras, não consigo terminar uma sem ter outra no horizonte, traço destinos, faço planos, marco datas, organizo o que há para organizar, vou sem olhar para trás nem pensar, se pensasse não teria vivido as coisas mais importantes da minha vida, arrisco. Não sei existir senão na determinação de fazer, de partir e de viver. Fui, voltei. Posso dizer que de todas as aventuras que já vivi esta terá sido a mais marcante na minha vida, a que mais me mudou, a que mais senti na pele e na alma. Tenho muito para contar, para recordar, para escrever, para esconder nas entrelinhas dos textos, tenho muito para mostrar ao mundo, tenho incontáveis espaços em branco para preencher de coisas muito minhas, sem urgência, sem necessidade ou desejo de chegar, estou tranquila, tenho todo o tempo do mundo. 

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Até já pessoas

Logo à noite já durmo em Ponte de Lima, é de lá que parto amanhã para a minha viagem, para O meu Caminho. Deixo em casa a minha bicicleta que já me levou lá tantas vezes e aventuro-me pela primeira vez a caminhar até Santiago de Compostela. Se tudo correr bem demorarei cerca de sete dias até à minha meta, o destino que tanto me atrai e me apaixona. Passarei os dias a seguir calmamente a direcção das setas amarelas e do meu coração. Na mochila levo poucas coisas, mas levo o essencial. Talvez me apeteça escrever aqui, talvez não, levo comigo um caderno vazio, tão cheio de páginas em branco para preencher com pedaços meus. Até já pessoas. Bom Caminho para mim. 

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Loira, a inspirada


Durante demasiado tempo tentaram convencer-me que o mundo é a preto e branco. Nunca acreditei. Não acredito. Nunca acreditarei. Para mim o mundo é cor-de-rosa, é amarelo, é colorido, é de todas as cores possíveis e imaginárias. Para mim os dias começam como um cartaz de pantone, só temos de escolher de que cor queremos pintar os nossos sonhos e a nossa vida. 

#horadeprepararamochila

Vou deixar tudo para trás e levar apenas o peso daquilo que me é essencial para sobreviver. Passo a passo vou descobrir o mundo e vou olhar com outros olhos para o meu mundo. Procuro paz e silêncio. Procuro-me a mim. Hei-de encontrar-me ou hei-de perder-me. Não quero respostas, quero perguntas. Uma grande viagem começa com um pequeno passo. O meu pequeno passo é já amanhã. Agora, é hora de preparar a mochila. E de sonhar. 

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

O topo da montanha


Sento-me no topo da montanha e olho o horizonte. Lá em cima sou minúscula e sou enorme. Lá em cima há uma paz e um silencio indescritíveis. Lá em cima a minha visão do mundo e da vida é diferente. Lá em cima sinto de forma mais intensa. Sento-me no topo da montanha e olho o horizonte, aquilo que vejo é aquilo que me define.  

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Alô... anda alguém por aí?

Alguns dias longe do mundo real, mochila às costas e caminhar em direcção ao destino do coração, a paixão na pele. Pensar em tudo e não pensar em nada. Rir ou chorar. Estar preparada para tudo e enfrentar o que surgir sem estar preparada para nada. Autonomia total. Descodificação de sentimentos e de emoções. Aprendizagem. Uma viagem espiritual, uma lavagem de mente, de coração e de alma.
Que livro levariam com vocês para trazer carimbado pelos locais onde passassem, para fazer os apontamentos de tudo e de nada, para ir lendo o que fosse possível, para servir de diário de viagem, para vos servir de inspiração e para transportar nas folhas a vossa inspiração, misturada com a escrita do autor, para apontarem os pensamentos mais íntimos, para ficar para sempre marcado com esta viagem nas páginas e para ficar para sempre convosco, como o livro do vosso Caminho?

Os meus livros #48 - A casa dos Espíritos

SINOPSE

Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura.

Nesta sua surpreendente obra de estreia, Isabel Allende constrói um universo repleto de espíritos, de personagens multifacetadas e humanas, entre elas Esteban Trueba, o patriarca, que vive obcecado pela terra e pela paixão absoluta pela esposa, que ele sente sempre para lá do seu alcance.

Clara é a matriarca esquiva e misteriosa, dotada de poderes sobrenaturais, que prediz as tragédias da família e estabelece o destino da casa e dos Trueba. Blanca, a sua filha suave e rebelde, nutre um amor pelo filho do capataz do seu pai, o que provoca o desprezo de Esteban, mesmo quando deste amor nasce a neta que ele adora: Alba, uma beleza luminosa e uma mulher ardente e voluntariosa.

As paixões da família Trueba, as suas lutas e segredos desenvolvem-se ao longo de três gerações e de um século de violentas mudanças. Num contexto de revolução e contrarrevolução, a autora dá vida a uma família unida por laços de amor e ódio mais complexos e duradouros que as lealdades políticas que a poderiam separar.


Muito, muito bom. E mais nada a acrescentar. 

Os meus livros #47 - O Outono em Pequim


SINOPSE


Ao contrário do que o título possa indicar, esta história não se passa no Outono nem em Pequim, mas no imaginário deserto da Exopotâmia, onde um estranho Sol emite raios negros e um grupo de pessoas bastante original tenta construir uma estação de comboios com vias- -férreas que levam a lado nenhum.

Num cenário onde reinam o ilógico, o absurdo e o improvável, Vian, misturando um fantástico humor com uma desigual quantidade de náusea, introduz várias personagens excêntricas, tais como os melhores amigos Ana e Ângelo, ambos engenheiros, e Rochela, que se apaixona pelo primeiro, e se torna sua amante, enquanto Ângelo está loucamente apaixonado por ela. Além deste trio, deparamos ainda com o doutor Manjamanga, o arqueólogo Atanágoras Porfirogénito e Pipa, o dono do hotel, entre outros - todos eles num lugar que se assemelha a Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, onde existe um matiz negro e tudo é possível, excepto a felicidade.



Apaixonei-me por Boris Vian há algum tempo atrás, os livros loucos e a forma de escrita completamente diferente fizeram-me delirar muitas vezes. O Outono em Pequim foi o contrário, só me pareceu uma grande confusão onde não consegui entrar nunca.

Os meus livros #46 - Tudo o que ficou por dizer

SINOPSE 

"Lydia morreu. Mas eles ainda não sabem."

Começa assim o avassalador romance de Celeste Ng. É de manhã, a família desperta para o pequeno-almoço. O pai, a mãe, o filho mais velho e a filha mais nova. Há porém um lugar vago à mesa e um silêncio que pesa. A filha do meio, a favorita dos pais, está ausente. Como morreu, ou porque morreu, é para já um enigma. Há um inquérito, dúvidas, suspeitas e acusações. E uma teia delicada de dramas antigos, de segredos, que se vão desvendando pela voz (e pelo olhar) de cada um dos elementos da família. Apaixonamo-nos por eles, tão expostos (e tão frágeis) nesse momento de perda. Conhecemos a mãe, loura e de olhos azuis, que abandonou o sonho de uma vida pela filha - a quem depois virá a exigir o impossível. O pai, de ascendência chinesa, que projecta na única filha de traços ocidentais a sua própria integração na América. E conhecemos os irmãos de Lydia, a quem foram dadas apenas as sobras do amor - mas que nem por isso deixaram de a amar.
Tudo o que Ficou por Dizer é um romance pungente, narrado numa voz terna, por vezes poética, sempre precisa. É uma obra sobre os não-ditos, os abismos que se abrem nas famílias, os esquecimentos do amor. E sobre esse enorme mistério chamado Lydia, que na hora da sua morte ofereceu à família, por fim, uma hipótese de redenção.



Gostei muito deste livro, de leitura fácil e com uma história que nos prende desde o primeiro instante.

Os meus livros #45 - Regresso a Mandalay

SINOPSE

Eva Gatsby interrogou-se inúmeras vezes sobre o passado do avô, Lawrence Fox, e o que teria exatamente acontecido na Birmânia, quando ele ainda jovem ali viveu. Eva dedica-se à restauração de antiguidades e os patrões propõem-lhe uma viagem de trabalho àquele país - sobre o qual o avô desde sempre lhe contara histórias fascinantes. É então que Lawrence decide quebrar o silêncio e finalmente falar-lhe do grande amor da sua vida, Maya, a mulher que nunca esqueceu. Numa tentativa de sarar as feridas do passado, confia a Eva uma missão que se revelará de contornos imprevisíveis.

Eva inicia, assim, uma jornada que irá reconstruir o mosaico da história da família e que em simultâneo a obrigará a confrontar-se com a sua capacidade de voltar a acreditar no amor.

Em Regresso a Mandalay, Rosanna Ley descreve-nos as paisagens, os aromas inebriantes dos mercados, das ruas e as fragâncias dos jardins, com tal mestria que nos transporta para os cenários mágicos da Terra Dourada.




A falta de concentração não me deixou prender a esta história, escolhi-o por supostamente ser leve, por supostamente ser de leitura demasiado fácil, o ideal para o cansaço que estava a sentir. Não resultou. Há alturas em que nem palha dá para ler.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Loira, o que vês do teu selim?


O infinito

Voltei para casa com a melhor maquilhagem de sempre

Há muito tempo que deixei de fazer ginásio, vou lá no inverno somente para pedalar e não faço mais nada, ou quase nada. Ainda assim lembro-me perfeitamente das dores depois de um dia de trabalho intenso, lembro-me das dores ao rir, ao mexer, ao mudar de posição, uma dor que não sendo forte está sempre lá, uma dor que não é má, porque é por uma boa causa. Hoje estou assim, depois de muito tempo, e nem precisei de ir ao ginásio. Descida de BTT, buraco tapado pela vegetação, roda da frente dentro do buraco, Loira a voar e a dar beijinhos ao chão. Anda esta gente a perder tanto tempo em aulas de grupo, a puxar ferro e a suar até mais não e eu, em dois segundos, obtive o mesmo resultado. Isso e mais umas nódoas negras nas pernas e um cotovelo todo fodido, o rosto foi directamente para a terra solta, por isso voltei para casa com a melhor maquilhagem de sempre. Cair, às vezes, é super divertido.