quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Ganhar é muito melhor do que ganhar.



Há muito tempo que não subia tanto e que não me divertia tanto a descer. Há muito tempo que não me sentia tão bem. Enfrentei as subidas com toda a força do mundo, do meu mundo, e fui subindo, subindo e subindo, até chegar ao topo, aos topos, ao cume, aos cumes. Depois de estar lá em cima puxei o rabo para trás e esqueci-me dos meus medos, desci sem pensar em cair e com toda a segurança do mundo, saltei pedras, passei regos, raízes e buracos, engoli o pó que o solo me oferecia, esqueci-me do resto do mundo, larguei os travões e aproveitei a velocidade e a adrenalida dos trilhos mais técnicos. Sujei a cara e voei, mais uma vez voei muito alto aqui, parece-me até que preciso vir aqui para relembrar a mim mesma o quão bom é o vôo dos loucos. O Outono renova-me sempre e a primeira maratona de Outono também, o Outono renova-me a alma e a vida, a maratona renova-me ano após ano a loucura. Fui rápida, fui muito rápida, mas não segui caminho, esperei sempre por quem me acompanhava e precisava de incentivo e chegar à meta em conjunto foi muito bom para mim. Não sei em que lugar fiquei e nem o tempo oficial que fiz, sei que ganhei muito aqui e que cheguei à meta mais feliz do que se tivesse feito pódio. Ganhar é muito melhor do que ganhar.

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