Há um ano atrás tinha-me sentado naquele banco para comer, estava sozinha, um pouco cansada e muito longe de casa, tirei da mochila o tomate e o pêssego que tinha comprado há uns quilómetros atrás e comi enquanto observava as poucas pessoas que passavam. Deixei-me ficar ali por algum tempo antes de seguir caminho pela subida que me esperava.
Um ano depois cheguei ao mesmo local mais cansada do que nunca na vida, arranjei onde dormir, tomei um banho, tentei tratar do corpo o melhor que conseguia e descansar aquilo que me era possível, comi e ao final do dia fui sentar-me exactamente no mesmo banco. Desta vez não estava sozinha, tinha comigo a pessoa a quem posso desnudar a alma e foi isso que fiz, entre umas cervejas, um café, um gelado e uns cigarros, que nos pareceram adequados à circunstância, apesar de nenhuma de nós fumar. No dia seguinte seguimos caminho muito cedo, pela subida que nos esperava.
Era a segunda vez que partia dali cheia de certezas, de coragem, de energia e de pensamentos positivos. Hoje sei que por muito difícil que esteja O Caminho haverá sempre Mos e um banco de jardim à sombra, para recuperar corpo e alma. A vida é uma viagem, não é um destino.
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