Há um marco quilométrico que me indica que faltam quinze quilómetros para chegar ao meu destino do coração, é o marco que marca a minha visão dos quilómetros, a mudança no meu corpo e o espírito com que encaro as viagens de vida. A primeira vez que lá passei, na minha bicicleta, olhei-o com um sentimento de cansaço e de desespero, olhei-o triste e com dores, pensei que ainda faltavam quinze quilómetros para o destino, suspirei, queria chegar rapidamente, queria que acabasse, já só pensava na meta e quinze quilómetros parecia-me tanto e tão longe. Passei lá uma segunda vez, na minha bicicleta, um ano depois e inconscientemente olhei para o mesmo marco e pensei com tristeza que já só faltavam quinze quilómetros para acabar, a minha tristeza desta vez era diferente, queria prolongar a viagem, estava bem fisicamente, queria aproveitar cada quilómetro, cada metro, cada bocadinho daquele tanto que a viagem me oferecia e quinze quilómetros parecia-me tão pouco e tão perto. Só em casa pensei nisto, só no regresso percebi a mudança que ocorreu em mim num ano, entre um caminho e o outro, só depois de rever as minhas viagens com calma e de coração cheio soube que aquele marco, além dos quilómetros, marcava também algo em mim.
Depois disso já lá voltei a passar incontáveis vezes na minha bicicleta e olhei-o sempre, ao marco quilométrico e de vida, com o carinho e a importância que ele merece da minha parte. Há bocadinhos de mundo que são mais nossos do que dos outros.
Se me dissessem há uns anos que um dia passaria por lá a pé eu não iria acreditar, mas aconteceu. Talvez as dores nunca tenham sido tão intensas, mas quando cheguei ao meu marco dos quinze quilómetros para o destino não tinha pressa de chegar, não tinha desespero de acabar com o sofrimento, não tinha a meta na minha cabeça. Queria aproveitar cada passo, queria demorar o máximo de tempo possível, sabia que aqueles últimos quilómetros seriam muito importantes para mim, queria viver o caminho sem pensar no destino e precisava que aquele final fosse eterno. Consegui. O marco quilométrico e de vida foi mais uma vez muito importante para mim, nunca quinze quilómetros tinham sido tão pouco e tanto, nunca quinze quilómetros tinham sido tão perto e tão longe. Há bocadinhos de mundo que são mais nossos do que dos outros, aquele marco quilométrico e de vida é bem capaz de ser só meu. A vida é uma viagem, não é um destino.
Depois disso já lá voltei a passar incontáveis vezes na minha bicicleta e olhei-o sempre, ao marco quilométrico e de vida, com o carinho e a importância que ele merece da minha parte. Há bocadinhos de mundo que são mais nossos do que dos outros.
Se me dissessem há uns anos que um dia passaria por lá a pé eu não iria acreditar, mas aconteceu. Talvez as dores nunca tenham sido tão intensas, mas quando cheguei ao meu marco dos quinze quilómetros para o destino não tinha pressa de chegar, não tinha desespero de acabar com o sofrimento, não tinha a meta na minha cabeça. Queria aproveitar cada passo, queria demorar o máximo de tempo possível, sabia que aqueles últimos quilómetros seriam muito importantes para mim, queria viver o caminho sem pensar no destino e precisava que aquele final fosse eterno. Consegui. O marco quilométrico e de vida foi mais uma vez muito importante para mim, nunca quinze quilómetros tinham sido tão pouco e tanto, nunca quinze quilómetros tinham sido tão perto e tão longe. Há bocadinhos de mundo que são mais nossos do que dos outros, aquele marco quilométrico e de vida é bem capaz de ser só meu. A vida é uma viagem, não é um destino.
Será sempre teu enquanto assim o desejares :)
ResponderEliminarNão há nada como a determinação :)
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