Eu ando lá fora, a pedalar na montanha, à chuva, ao frio, ao vento, debaixo das intempéries mais violentas, enfrentando tempestades indescritíveis. Toda eu molhada, gelada, congelada, toda eu suja de lama, toda eu num estado lastimável aos olhos dos outros.
Sofro sempre de uns segundos de hesitação, penso brevemente antes de sair no risco de ficar doente, mas sobre esses segundos não conto a ninguém, arrisco sempre e assim sou mais feliz.
Quando estou lá em cima, na montanha, a encarar as perturbações atmosféricas mais violentas nunca me arrependo de ter ido, nunca me arrependo de arriscar, pelo contrário, se tivesse ficado em casa, sei, não correria tanto risco de ficar doente, mas estaria arrependida e infeliz.
Lá em cima, na montanha, toda eu sou sol, toda eu sou calor, toda eu sou luz. Toda eu, mesmo que imunda de lama por fora, sigo caminho de alma lavada.
Janeiro de 2016
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