Criei-o sem saber o que era a blogosfera e com a certeza de que teria para sempre uma página só minha, um diário onde eu só queria escrever. Não demorou muito a começarem a chegar pessoas, visitas, seguidores, comentários e eu surpreendia-me a cada momento. O Blog começou a crescer sem que eu fizesse nada para isso. Tentei sempre separar a Vera da Loira e as pessoas que conheciam ambas perceberam sempre muito bem isso. Apresentei o Blog a algumas das minhas pessoas e apresentei-me a algumas das pessoas do Blog. Algumas das minhas pessoas descobriram o meu blog e fui reconhecida por pessoas que só me tinham visto aqui. Um dia perguntaram-me se eu não era A Loira e eu disse que sim, sem raciocinar e sem pensar que a seguir vinha o "A Loira do Blog, das meias, da bicicleta...". Fartei-me de receber mails a explicar que me reconheceram nas fotos de uma maratona ou que passaram por mim enquanto eu estava a pedalar. Fartei-me de recusar pedidos de amizade no meu facebook pessoal por saber que os pedidos vinham de gente que só queria misturar a Vera e a Loira numa imagem que eu só queria separar. Ainda assim continuei a apresentar o Blog a algumas das minhas pessoas e continuei a apresentar-me a algumas pessoas do Blog, o Blog é como a vida, há regras que merecem excepção. Escrever, mostrar partes de mim, partilhar imagens, mostrar-me ao mundo através de um ecrã sempre fez sentido, mesmo nos momentos em que pensei desistir do Blog, e foram muitos. O Blog continua a ser descoberto por pessoas do meu mundo real e para as pessoas do Blog é cada vez mais fácil reconhecer-me.
O Blog era para mim, era só meu, mas agora parece que é cada vez mais do mundo e que já não consigo controlar isso. Escrever só me é possível sem pensar em ses e em quem vai ou poderá ler aquilo que escrevo, só me é possível se cada palavra sair de forma natural e se tanto aquilo que mostro como aquilo que escondo nas entrelinhas for espontâneo. Escrever é uma paixão que não consigo condicionar.
O Blog era para mim, era só meu, agora é do mundo, parece-me, mas não quero saber o que o mundo pensa, vou continuar a escrever aquilo que quero e quando quero, o Blog é para mim, é só meu. O mundo? O mundo que se foda.
Só deixa de ser nosso o que permitirmos que não seja.
ResponderEliminarBeijo grande, Loura!
Há sempre qualquer coisa que se perde à medida que nos (re)conhecem no blog: detalhes, desabafos, uma espécie de lápis azul da vida. Mas se a essência nao se perder, o blog continua a valer a pena ;)
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