terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Pai Natal... Pai Natal... o meu presente eu quero que seja...

São poucas as vezes em que o meu afilhado fala comigo. Aliado ao facto de viver noutro país está uma timidez que de tão grande que é, me é impossível explicar. Estamos juntos poucas vezes, por telefone vai fazendo uns ruídos estranhos e pessoalmente quase não me fala, tanto que mal lhe conheço a voz. Nota-se que gosta imenso de mim, olha-me com uma cara de apaixonado, dá suspiros, senta-se cada vez mais perto até estar no meu colo a dar beijinhos sem ser necessário eu pedir e sem uma palavra. Tento não pressionar uma aproximação mais forçada, faço imensas perguntas às quais ele vai fazendo gestos para responder e vou recebendo de coração cheio os bilhetes que me escreve a dizer que sou muito linda e que gosta muito de mim. Às vezes acho que ele tem razão, as palavras não são precisas para nada, o amor é simples.
Depois do verão a mãe deixou-o criar um facebook, com a intenção de o tentar aproximar à família e foi a melhor coisa que ela fez por mim. Desde aí falamos quase diariamente, nem que seja para me mandar um beijinho ou para me dizer bom dia, tenho sempre uma mensagem dele, conta-me as coisas dele, manda fotos e continua a fazer-me declarações. Um dia destes, quando eu lhe perguntava o que queria ele que o Pai Natal lhe desse, respondeu-me que queria um cão, mas um cão daqueles a sério, daqueles que fazem chichi e tudo, eu disse-lhe que também era isso que eu queria, mas que o Pai Natal não me ia trazer de certeza, porque ele sabe que não tenho condições em casa para ter um cão, que o apartamento é pequeno, que saio de manhã e só chego à noite, que ao fim de semana passo pouco tempo em casa, que o cão seria infeliz fechado e sozinho todo o dia. Tentei explicar que o Pai Natal só traz cães a sério a pessoas que ele sabe que os podem receber, sei que era isso que a mãe dele esperava de mim, sei que a situação dela é idêntica à minha e que muito dificilmente o Pai Natal vai trazer um cão ao meu afilhado. Tentei convencê-lo com a razão e deixei de lado o coração, estava triste enquanto lhe dizia isso, porque a verdade é que o meu desejo é exactamente igual ao do meu afilhado, aquilo que eu queria mesmo que o Pai Natal me trouxesse era também um cão, daqueles a sério, que fazem chichi e tudo.

5 comentários:

  1. Eu o ano passado ofereci-nos uma Jack Russel, no dia 26, completamente doida de ano e meio (foi adoptada),que é a bebé (doida) da família.

    Este ano convenci o marido a oferecer-nos mais um gato (gata, estamos à espera da resposta da associação para ir-mos ver duas meninas, escolher-mos e depois ir buscar dia 25) para juntar ao outro gato que já lá temos.

    O melhor? 1800kms de volta a França com uma cadela, dois gatos, dois canários e um miúdo de 8 anos...

    O pior? Ter que ficar do lado da ex do marido, sempre que está recusa à filha mais velha animais em caso. Percebo-a perfeitamente, apartamento, não gosta de bichos e por mais que a mais velha diga que "vai cuidar" sabemos sempre quem é que acaba com o trabalho todo...

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    1. Cá em casa o problema não é cuidar, é mesmo porque saímos de manhã cedo e só regressamos à noite, o pobre animal teria de passar o dia inteiro fechado e sozinho, não acho isso justo, nem seria capaz de ter um animal para o fazer infeliz.

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  2. Gatos e cadela a adoptar todos adultos

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Eu também gostava de ter um cão, mas também não tenho vida.

    Tu e o teu afilhado são uns fofos =)

    Beijocas

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