Da inocência à barbárie - este o dilema que é a tese de O Deus dos Moscas, de William Golding, Prémio Nobel (1983), romancista inglês considerado como um dos maiores vultos da literatura do seu país. A Problemática abordada na obra de Golding (vários romances e ensaios) é a do nosso tempo e reflecte, numa visão nova e original, os matizes de um dilaceramento interior, decorrente da inadequação a estruturas mentais sub-repticiamente minadas pelas vicissitudes da conjuntura histórica. Ora essa problemática atinge o cume em O Deus das Moscas, obra que_ pela contenção e limpidez de escrita, se aproxima (segundo críticos internacionais) da tragédia grega. Através de um grupo de jovens, abandonados numa ilha deserta, o romancista britânico dá-nos a crise de valores vinda directamente dos resquícios da II Grande Guerra (conflito em que o escritor participou). Um romance sempre actual, pois que se adapta inclusive a confrontos que ainda ocorrem na actualidade. Daí, por consequência, a sua perenidade, a par de unia lição de estética no âmbito da literatura, unicamente comparável, entre outros, a Camus e Sartre. - Tradução de Luís de Sousa Rebelo, cujo prefácio enquadra a obra e o autor no panorama da literatura britânica e no contexto da cultura universal.
Se inicialmente o tipo de escrita me fez duvidar do livro, com o avançar das páginas mudei completamente de opinião. Tanto que não consegui parar de ler, só tirei os olhos do livro quando terminei a última frase do último paragrafo. Este é um livro com duplo sentido que nos conta uma história cruel e nos mostra o mais tenebroso e obscuro que há no comportamento humano. Ao ler senti revolta, senti medo, senti-me impotente e incrédula. Este livro é cruel, é assustador, rouba-nos e inocência e muda-nos para sempre. Se por um lado não será o livro indicado para os espíritos mais fracos, por outro é o livro que todos deveriam ler.
Só para dizer que depois de teres dito que leste os dois livros de seguida (este e o do post anterior) e que não os devias ter lido de seguida, eu fui comprar os dois livros para os ler de seguida :)
ResponderEliminarAi... não vai sobrar açúcar sobre massa folhada. Tu depois anda cá contar-me se sentiste o mesmo que eu, por favor, preciso saber se as minhas hormonas estão boas.
EliminarLi este livro quando tinha 20 anos, é maravilhoso.
ResponderEliminarEstou a ler Mistérios do escritor Hamsun. Se não conheces, investe que vale muito a pena :)
Obrigada :)
Eliminar"Fome" do mesmo escritor tb é muito bom.
Eliminarés loira mas não és burra :)
ResponderEliminarli o livro há muito tempo em inglês
cruel, assustador, retrato da sociedade
enquanto mundo cão.
Outstanding!