quinta-feira, 5 de julho de 2018

A máquina de fazer leitores

Cheguei a uma fase da vida em que compro livros repetidos. Eu sabia que já tinha lido Valter Hugo Mãe, mas já se passaram uns anos e não sei como nem porquê achava que tinha lido A Desumanização. Uma coisa tão estúpida que quando a Leninha me viu a ler a máquina de fazer espanhóis e disse que quando acabasse trocávamos porque ela tinha A Desumanização eu lhe respondi que emprestava o meu, mas que não precisava, também tinha A Desumanização.  Encontrei a máquina de fazer espanhóis em promoção e não resisti, como leitora e compradora compulsiva de livros 50% de desconto num livro que sempre se sonhou ler é irresistível. Foi isso mesmo que disse à Susana quando lhe mandei a foto do livro, que não dava para recusar, que sempre sonhei ler isto, o que não deixa de ser verdade, sempre sonhei mesmo, tanto que já o comprei e já o li, há alguns anos atrás. Depois de reler o livro, um dos exemplares vou oferecer à Susana, a única pessoa que conheço e que lê compulsivamente como eu, o outro vou emprestar à Leninha, e trazer comigo A Desumanização, para ler pela primeira vez. A máquina de fazer espanhóis estava a ser tão bom que me soava familiar, tão familiar que me decidi a colocar em frente à estante, à procura do Valter Hugo Mãe que habitava por lá.
A máquina de fazer leitores anda confusa por aqui, tanto que cheguei a uma fase da vida em que compro livros repetidos. Socorro, acho que isto é grave.

1 comentário:

  1. Olha só tu...mas que bom para mim! Espero que continues assim eheeh su

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