quarta-feira, 27 de julho de 2011

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"Existe uma lenda acerca de um pássaro que só canta uma vez na vida, com mais suavidade que qualquer outra criatura sobre a Terra. A partir do momento em que deixa o ninho, começa a procurar um espinheiro, e só descansa quando o encontra. Depois, cantando entre os galhos selvagens, empala-se no acúleo mais agudo e mais comprido. E, morrendo, sublima a própria agonia e solta um canto mais belo que o da cotovia e o do rouxinol. Um canto superlativo, cujo preço é a existência. Mas o mundo inteiro pára para ouvi-lo, e Deus sorri do céu. Pois o melhor só se adquire à custa de um grande sofrimento... Pelo menos é o que diz a lenda."


Colleen Maccullough, Pássaros Feridos

Do Coração...

terça-feira, 26 de julho de 2011

A minha avó...

Aquela que ainda está sempre lá para me receber com um abraço e uns beijinhos. Aquela que ri sempre de tudo o que eu digo, mesmo que eu esteja a dizer um grande disparate. Aquela que acha sempre que estou muito magrinha, mesmo que eu tenha engordado uns cinco kilos. Aquela que fazia gemada para mim e para o avô ao final do dia nas tardes quentes de verão. Aquela que cozia o melhor pão que já comi. Aquela que nunca ouvi a levantar a voz a ninguém. Aquela que não compreende como é que uma pessoa pode ser filho de um e chamar pai a outro numa telenovela. Aquela que acha que, se eu ando de bicicleta é melhor estar atenta não vá eu aparecer na volta a Portugal e até na volta á França, e fica tão atenta que me explica tudo o que aconteceu. Aquela que fugia de casa da filha quando o marido estava no hospital para ficar sempre com ele. Aquela que se mudou literalmente para a única divisão da casa que tinha visão para o cemitério quando teve de se separar do marido, do avô. Aquela que esteve hospitalizada durante vários dias e a sua única preocupação é que lhe tinham tirado a aliança. Aquela que agradece sempre as visitas, como se recebesse a maior prenda do mundo. Aquela que viu dois filhos sobreviver a um enfarte e ainda tem força para ajudar a cada dia uma filha a tentar ultrapassar um cancro nos pulmões. Aquela que chora, que chora sempre, não pelas dores dela, sempre pelas dores dos outros.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Eu...

Já fui um pássaro louco. Agora sou somente uma andorinha que voa atrás do sol aconchegante da Primavera.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Eu bem vos avisei que tinha apanhado sol a mais na moleirinha (como diz a minha avó)

Acabo de gastar para lá de um dinheirão no meu novo equipamento de BTT. Já não fico com bronzeado de trolha, de fácil lavagem, completamente anti lama, super fresco, última moda e giro que se farta.







Sou gaja para fazer um sucesso já na próxima maratona.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A resolução...

Depois de muito ponderar (ainda sobre o meu lindo estado, descrito no post anterior) resolvi fazer isto:







Créditos e um beijinho ao Lampâda Mervelha.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Estou linda, linda, linda... Juro-vos, estou tão linda que até doi.

Ontem de manhã lá fui eu para mais uma voltinha de bike, ainda ponderei alapar o cu na praia, mas não vem tempo de jeito para eu tratar do bronze. Depois de alguns Km lá me avisaram que dois dos meus colegas dos pedais tinham feito anos durante a semana , portanto trataram de comprar comida e bebidas para o pessoal festejar e estavam num parque à nossa espera. Chegamos ao parque ainda antes do meio dia e só chegamos a casa por volta das seis da tarde. Comemos, bebemos, rimos e conversamos, embora a conversa nunca saia muito do tema bicicletas é sempre muito divertido. O parque era lindo, tinha mesas de piquenique, relva, árvores, um rio e música animada que um pessoal que também parou por lá levou. Quando cheguei a casa e vi a minha linda figura quase me atirei nua pela janela e com as mãos atadas à cabeça, tenho os braços completamente queimados do sol, desde a manga curta do jersey de btt, um com a interrupção do relógio e o outro com a interrupção de uma tira de desporto que uso para limpar a monquice quando ando no monte e não posso perder tempo. Além disso tenho a cara toda vermelha, também queimada do sol, só com uma linda interrupção, dos óculos de sol. Agora estou a ponderar entre aquela cena de me atirar nua pela janela ou fechar-me em casa durante três meses e só sair para andar de bike. Não sei, tenho que pensar muito bem no assunto.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Lá havia de chegar o dia em que vos ía dar uma das minhas fantásticas receitas

Depois de triturar uma meia dúzia de delícias do mar, misturar com maionese e barrar no pão. Depois basta acrescentar uma fatia de fiambre, uma folha de alface e uma rodela de tomate. E já está... um manjar dos Deuses. Ainda melhor se acompanhado com um belo panaché bem fresquinho.



Se forem bons seguidores e se portarem bem um dia destes ainda vos digo como se faz a salada de atum e milho e quem sabe, na loucura ainda vos conto a receita de arroz de ervilhas com salsichas.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Não sei falar de amor

Apesar de não contar por aqui pormenores da minha vida privada (só porque se o fizesse entupia a caixa de seguidores) o blog acaba por retratar a minha personalidade, os meus gostos, os meus desejos, os meus sonhos, as minhas loucuras. Ao ler post's antigos vou relembrando momentos, pessoas, sentimentos. Em cada post, apesar de alguns já soarem estranhos na minha consciência consigo distinguir exactamente aquilo que estava a sentir no momento em que as teclas vão transformando as palavras em sentimentos. Fui dedicando post's a pessoas importantes, quase todas aquelas que me marcam de forma especial. No entanto há uma pessoa na minha vida que nunca teve direito a um post digno do lugar que ocupa, do sentimento e da importância que tem. Mas só por isso, só porque não sei falar de amor.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Mãe sofre...

A minha por exemplo, mostrava uma preocupação excessiva em relação a esta cena de eu andar a fazer BTT. Eu não entendia muito bem esse pânico dela até que descobri recentemente que a pobrezinha pensa desde o ano passado que pratico downhill, altura em que a levei a ver um campeonato que decorria cá no norte.





Bem que eu gostava de ter tomates para isto mãezinha, até já me passou pela cabeça experimentar, mas tenho medo de partir alguma unha...

Precisa-se:

Preciso de um café forte. Preciso de um sol brilhante lá fora. Preciso de cerejas, gordas e maduras. Preciso de um campo de futebol plantado com túlipas amarelas. Preciso de areia e de mar, de cheiro a bronzeador e do sabor da água salgada no corpo. Preciso de um final de tarde com abraços e pôr-do-sol. Preciso do cheiro a bolo quente, acabado de sair do forno, do cheiro de chocolate derretido. Preciso de conduzir Km sem um destino traçado. Preciso de figos secos com amêndoa. Preciso de uma descida perigosa de bike. Preciso de vento na cara. Preciso de girassóis. Preciso de toneladas de gelado, para comer até doer o estômago. Preciso de um sofá, uma manta e um livro. Preciso de um dia a meia-luz. Preciso de tanta... tanta coisa...


Mas contentava-me somente com uma ideia luminosa para acabar a merda de trabalho que tenho pendente. Doi-me a cabeça e estou farta de analisar números. Que puto de trabalhinho de corno que eu fui arranjar...

segunda-feira, 11 de julho de 2011

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"Meu amigo verdadeiro, quem me vos levou tão longe?"


Bernardim Ribeiro, Menina e Moça.

Sobre escrever...

Gosto de post's com duplo sentido. Daqueles, que cada um entende exactamente o quer. Que deixam o mistério no ar. Eu dou-lhe o meu sentido em cada palavra e cada pessoa que o lê, mediante a sua própria imaginação, a sua experiência de vida e a sua personalidade entende-o à sua maneira. Por isso não gosto de dar explicações sobre aquilo que escrevo. As pessoas que passam cá e têm um blog sabem o que isso é, o verdadeiro sentido das palavras, o sentimento escondido nas entrelinhas. As que me conhecem e só passam cá para ler perguntam. Não perguntem, não vou responder. É só a minha vida...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Hoje vou... pelo sentido proibído...

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"Regressamos sempre aos velhos lugares aonde amámos a vida. E só então compreendemos que não voltarão jamais todas as coisas que nos foram queridas. O amor é simples, e o tempo devora as coisas simples."


José Eduardo Agualusa, O Ano em que Zumbi Tomou o Rio.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Para a Li e a Malena...

Por várias vezes me passou pela cabeça acabar com o blog, pela falta de tempo, pela falta de paciência. Depois de uns dias sem vir cá começo a sentir falta disto e lá se arranja tempo, lá se arranja paciência. Mas o motivo maior, pelo qual vou ficando por cá, não é só por ter o meu espaço, é porque me vou lembrando de vocês, vou pensando que depois deixo de ter notícias de um e de outro, vou pensando que terei de deixar de acompanhar-vos, ou pelo menos tão assiduamente. Estes dias, duas pessoas de cá, da blogosfera, daquelas que nunca me viram o rosto, mas concerteza já conseguiram ver-me a alma decidiram partilhar uma parte delas comigo. A Li, uma das melhores coisas, senão a melhor da vida dela. E a Malena, uma das piores coisas, senão a pior da vida dela. Por isso este post é para elas, para lhes agradecer a partilha, a confiança. Para lhes dizer, a ambas, que vai correr tudo bem. E para lhes dizer que por causa delas é que vale a pena andar por cá, mesmo quando o tempo é pouco e paciência ainda menos. Para lhes dizer "Obrigado".

sexta-feira, 1 de julho de 2011

No mundo real...

No mundo imaginário...

Pegava na bicicleta e numa mochila com um livro e M&M's, pedalava até ao cimo da montanha e depois de chegar lá em cima ficava na paz, no silêncio, encostada a uma árvore a ler e saborear os chocolates (daqueles que tem amendoim, os do saco amarelo). Depois, antes de vir embora apanhava amoras e figos.