sábado, 31 de março de 2018

Os meus livros #17 - Marley & Eu (John Grogan)




SINOPSE


John Grogan compreende que a caminhada que as pessoas e os cães por vezes empreendem em conjunto são um reflexo de nós e do nosso mundo - da nossa própria humanidade, das alegrias e das tristezas e dos altos e baixos da vida.


Marley é um grande e notável cão e, pelas mãos de um escritor observador, racional e incisivo como Grogan, esta é uma jornada humano-canina que os apaixonados por cães vão querer percorrer. Espere rir, chorar e abanar a cabeça ao ler este livro.





Numa grande encomenda de livros entre os que afinal estavam esgotados e os que tinha de substituir e os que podiam fazer parte de promoções ou não Marley & Eu acabou por vir parar às minhas mãos e acabei por me deliciar com esta história do cão mais maluco do mundo.

sexta-feira, 30 de março de 2018

Os meus livros #16 - O Aroma da Goiaba (Gabriel García Márquez e Plinio Apuleyo Mendoza)




SINOPSE


Numa série de entrevistas concedidas ao amigo Plinio Apuleyo Mendoza, jornalista e escritor como ele, García Márquez traça a trajectória que o levou de menino pobre de Aracataca à condição de um dos autores mais respeitados do século XX - estatuto que o Prémio Nobel de 1982 só viria ratificar. Publicado pela primeira vez em 1982, "O Aroma da Goiaba" permite-nos acompanhar o escritor enquanto este discorre, por exemplo, sobre a origem de "Cem Anos de Solidão", as suas opções políticas ou a relação com as mulheres. 






Um livro que me veio parar às mãos completamente por acaso e há alguns anos atrás e que ficou nos "para ler a seguir" por tempo indeterminado. Não apostava muito nele, mas acabou por se tornar uma boa surpresa, ideal para os fãs de Gabriel García Márquez que queiram saber um pouco mais sobre ele, porque no fundo isto não passa de uma grande entrevista. 

quarta-feira, 28 de março de 2018

O Tempo

Ano após ano por esta altura sinto-me em liberdade, quando os dias ficam maiores, mais quentes e o sol ainda brilha ao fim da tarde, equipo-me rapidamente no final de mais um dia de trabalho e percorro a minha pista, que se estende até à cidade vizinha, eu, a minha energia, a minha música, o ar puro e o vento na cara. Quando comecei a pedalar, já lá vão uns anos, aprendi a aproveitar cada pedacinho desta liberdade e sabia que entre sair de casa, percorrer este trajecto e regressar tinha duas horas só minhas, para me inspirar, para sonhar, para ter ideias brilhantes, para pensar nas minhas viagens, nos trajectos que sonho percorrer, nos livros que quero ler, nos temas que quero escrever, nas meias e equipamentos que quero comprar, mudou muita coisa na minha vida desde essa altura, desde o início das minhas pedaladas, mas não mudou a essência, isso seria impossível, as viagens, os trajectos, os sonhos, as ideias brilhantes e os pensamentos só se intensificam em mim. O tempo é que diminuiu, por estes dias entre a saída de casa, o mesmo trajecto percorrido e o de regresso, em vez das duas horas é apenas uma que agora tenho só para mim, e isso, só por si, além de motivador é bem capaz de ser também inspirador.

terça-feira, 27 de março de 2018

Os Livros não se medem aos palmos

Olhei para a minha estante e decidi que é chegada a hora de ir relendo ao sabor da vontade e das recordações alguns daqueles que fizeram o meu coração bater mais forte. Depois de algum tempo a percorrer cada um deles como se de um tesouro se tratasse, porque é assim que os sinto, peguei em A Contadora de Filmes, A Metamorfose e A Casa de Papel, sorri, não consigo dar certezas mas sou bem capaz de ter dado um suspiro ao pensar que estes são os livros mais pequenos que já li e cada um deles capaz de mudar vidas. Decidi que eram estes, esta semana vai ser especial.

Contar os dias

Uma das melhores coisas da vida é ter planos, preparar as coisas, pensar em todos os pormenores, preparar-nos. Gosto tanto de ter planos que por mim não cumpria nunca um objectivo sem ter outro no horizonte. Faço listas de sonhos para o futuro e não vejo a hora de começar a planear cada um deles. Uma das melhores coisas da vida é ter planos, olhar para o calendário e ter dias para contar. Faltam cerca de 60 dias agora, estou a respirar o intervalo entre o sonhar e o viver.

domingo, 25 de março de 2018

Os meus livros #15 - Uma questão de consciência (Ian Rankin)


SINOPSE

Ninguém gosta do departamento de assuntos internos da polícia - o «Lado Negro», como é conhecido no meio -, onde polícias investigam outros polícias. É aí que trabalha o inspetor Malcolm Fox, numa secção responsável pelos casos mais graves de racismo e corrupção. Enquanto a sua carreira vai de vento em popa, com mais uma investigação bem-sucedida e mais um polícia corrupto desmascarado, a sua vida pessoal deixa muito a desejar. Atormentado entre a culpa de ter internado o pai num lar e a impotência que sente face à situação da irmã, vítima de abusos constantes por parte do homem com quem vive, é-lhe atribuída uma nova missão: aproximar-se de Jamie Breck, um detetive suspeito de estar envolvido numa rede de pedofilia, sem que até agora tenha sido possível reunir provas para o acusar. Mas, à medida que Fox se envolve no caso, crescem as suspeitas de que as coisas não são tão lineares como o fizeram crer, e as dúvidas instalam-se, sobretudo quando um terrível homicídio ameaça destruir o frágil equilíbrio entre a sua vida profissional e familiar.




Depois de um livro muito duro nada como um bom policial para voltar à vida normal e esquecer um pouco o drama que alguns livros nos fazem sentir. 

sábado, 24 de março de 2018

Os meus livros #14 - Eu serei a última (Nadia Murad)

SINOPSE
Um testemunho íntimo de sobrevivência, uma história terrível e inspiradora.

A 15 de Agosto de 2014 a vida de Nadia Murad mudou para sempre. As tropas do Estado Islâmico invadiram a sua aldeia, onde a minoria yazidi levava uma vida tranquila, e levaram a cabo um massacre. Executaram homens e mulheres, entre eles a mãe e seis dos seus irmãos e amontoaram os corpos em valas comuns.

Nadia, que tinha então 21 anos, foi sequestrada e vendida como escrava sexual. Os soldados torturaram-na e violaram-na repetidamente até que, numa noite, conseguiu fugir pelas ruas de Mossul.

Para que não se esqueça, porque quer ser a última a vivê-la, Nadia conta a sua história.



O livro que todos deveriam ler, não aconteceu há 60 anos, não há nada de imaginário, é tudo tão verdadeiro, tão dramático, tão recente que este livro deveria ser de leitura obrigatória.

quinta-feira, 22 de março de 2018

Se esta rua fosse minha...

Olhando para trás vejo ainda uma rua muito engraçada e acolhedora, assim que abria a minha janela de manhã via na paisagem os meus vizinhos, aquele que se levantava religiosamente às oito para nos ensinar sempre qualquer coisa, a que nos fazia soltar sempre grandes gargalhadas, a que passeava o cão disfarçado de tema do dia e pelo qual todos estávamos apaixonados, via passar as que levavam os filhos ao infantário ou à escola, as que escolhiam correr logo cedo e as que se apresentavam já com sapatos novos, grandes saltos, roupa a condizer, tudo último moda. Havia as que cotovelavam a vizinha para comentar as roupas afinal não tão giras assim e aquela cor de verniz completamente inadequada, havia as que se sentavam na esplanada a tomar café e a escrever poesia, as que liam, as que ouviam música, as que nunca víamos porque andavam sempre a viajar, as das dietas e os que escreviam para nos fazer suspirar. São incontáveis histórias, sorrisos, gargalhadas, são até lágrimas por vezes de que me lembro, são letras, palavras, frases, parágrafos, textos, são memórias de vida nesta rua feliz, sempre que se abriam as janelas, dia após dia.
Andam todos perdidos nesta rua, agora, cada um na sua vida, dizem que são mais livres e que agora fazem exactamente aquilo que querem, será assim, mas a verdade é que esta rua perdeu o bairrismo, perdeu a convivência, perdeu uma espécie de irmandade que nos unia, uma espécie de amizade que nos fazia uma família. Talvez não andem todos perdidos, talvez seja só eu, não sei. Sei que já não vejo nada quando abro a janela logo pela manhã e que numa rua assim não dá vontade de escrever, não dá vontade de viver. Volto a fechar a janela e tento mais uma vez.
Se esta rua fosse minha... eu mandava inspirar.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Os meus livros #13 - As nossas almas na noite (Kent Haruf)

SINOPSE
As nossas almas na noite é uma pequena jóia literária: uma história breve, comovente, agridoce, mas inspiradora e bem-humorada, sobre as segundas oportunidades na vida, mesmo quando parece ser tarde demais. 


Em Holt, uma pequena cidade do Colorado, Addie Moore faz uma visita inesperada a Louis Waters, seu vizinho. Viúvos, às portas da velhice, ambos tentam acomodar-se a uma vida diferente, nas casas agora vazias. O mais difícil de suportar são as longas noites solitárias. Addie não está disposta a aceitar uma vida tão cinzenta, e então propõe a Louis que ele passe a dormir em sua casa, para ambos terem alguém com quem conversar à noite. Perante tão inesperado convite, Louis não tem opção senão aceitar. Pouco a pouco, Louis e Addie vão despindo a alma nessas noites, revivendo os sonhos da juventude, as doçuras e amarguras do casamento, as esperanças do passado, os medos do presente. Noite após noite, os dois estão cada vez mais certos de querer passar juntos o resto dos seus dias. Neste aclamado romance, que terminou poucos dias antes de morrer, Kent Haruf retrata com ternura e delicadeza as segundas oportunidades e a emoção de redescobrir os pequenos prazeres da vida que podem ganhar um novo sentido mesmo quando parece ser tarde demais.



Tão bom, tão bom, tão bom que só posso dizer que devia ser obrigatório ler este livro. 

quarta-feira, 14 de março de 2018

O meu sorriso é Verde

Começou por um desejo que não consegui parar, não pensei muito sobre o assunto, há coisas que são inevitáveis, é como se já estivessem à nossa espera, à espera de acontecer finalmente, abriram-se fendas onde não existiam, abriram-se dores, abriram-se dúvidas mas nunca incertezas. Sigo confiante o caminho que escolhi para mim e sorrio, sorrio em verde, porque é verde o meu sorriso.

terça-feira, 13 de março de 2018

Os meus livros #12 - Morreste-me (José Luís Peixoto)



SINOPSE

Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura.


Morreste-me, texto que deu a conhecer o jovem escritor José Luís Peixoto, é uma obra intensa, avassaladora e comovente: é o relato da morte do pai, o relato do luto, e ao mesmo tempo uma homenagem, uma memória redentora.
Um livro de culto há muito tempo indisponível no mercado português.




Um livro pequeno demais para tudo aquilo que significa. Não aconselhado a pessoas mais sensíveis. 

segunda-feira, 12 de março de 2018

Uma cãopanhia muito especial

Saímos de casa para um voltinha soft e sem nada de especial planeado, o trajecto pensado foi subir os estradões das nossas serras e curtir uma tarde de sábado bem passada. Com poucos quilómetros no contador e logo no início da subida do troço encontramos um cãozinho que correu atrás das bicicletas, muito feliz. Confesso que por vezes sinto um pouco de medo dos cães, tanto de possíveis ataques como da possibilidade de provocarem uma queda, mas o, ou a, orelhas só queria brincar, e muito, muito mimo. Continuamos a nossa subida e o orelhas continuou atrás de nós, apesar de lhe tentarmos explicar que devia ir para casa, subiu connosco até ao topo da montanha, altura em que achamos que finalmente se tinha cansado e que voltaria a casa, estávamos muito enganados, assim que começamos a descer o orelhas ligou o turbo e fez a descida toda de gás colado e ao nosso lado, com as orelhas ao vento, a língua de fora e com uma alegria que é difícil explicar, já no fim da descida percebemos que era impossível o cãozinho voltar a casa sozinho e em vez de continuarmos pelo trajecto pensado seguimos pela estrada, pela alternativa mais perto e mais fácil da casa da nossa cãopanhia tão especial. Sempre ao nosso lado, sem querer beber a água que lhe dávamos e sempre de orelhas ao vento chegou a casa, depois de nos acompanhar por mais de 20 km e de ter uma tarde de sábado cheia de aventuras. Ele e nós, que adoramos a cãopanhia e a experiência.

sexta-feira, 9 de março de 2018

Os meus livros #11 - Sono (Haruki Murakami)





SINOPSE


«Há dezassete dias que não durmo.»


Assim tem início a história que Haruki Murakami imaginou e escreveu sobre uma mulher que, certo dia, deixou de conseguir dormir. Pela calada da noite, enquanto o marido e o filho dormem o sono dos justos, ela começa uma segunda vida. E, de um momento para o outro, as noites tornam-se de longe mais interessantes do que os dias... mas também, escusado será dizer, mais perigosas.







Tão pequeno e tão intenso que é fácil pegar nele e ler de uma assentada. Onde nos leva a loucura, ou o que nos leva à loucura é a frase que se impõe enquanto as poucas páginas passam e a grande história avança. 

quinta-feira, 8 de março de 2018

Pray for people

Depois da minha aula de cycling e do meu tão merecido banho preparava-me para ir para casa depois de um longo dia quando ouvi chorar, chorar com vontade, chorar do fundo da alma. Era a Leonor, uma miúda que estava sozinha a um canto e que tinha lágrimas sentidas. Fui ter com ela, tentei acalmá-la, tentei perceber o que se passava com ela, voltei a tentar que ficasse mais calma, tentei que se esquecesse um pouco do que me tinha dito, brinquei com ela e ajudei-a a vestir-se. Entretanto outra senhora juntou-se a nós e ficou lá por um bocadinho. Quando saí tentei confirmar e perceber um pouco melhor a história da Leonor, era tudo verdade o que a Leonor me tinha dito, fui para casa tristíssima e ainda me entristeço sempre que penso nisso, vai acontecer sempre, o nosso mundo é abalado quando percebemos que uma mãe às vezes pode não saber sê-lo, de uma forma tão intensa que é assustador. Eu e a Leonor ficamos amigas, espero poder vê-la muitas vezes, espero poder ver-lhe o sorriso e não aquele rosto triste e aquelas lágrimas de alma.
No meio de toda esta história vim embora a olhar para trás, o balneário do ginásio estava cheio quando a Leonor chorava sufocada, só eu e depois outra pessoa é que fomos ter com a Leonor, é que quisemos saber o que se passava, é que tentamos ajudar de alguma forma. As outras pessoas que estavam no balneário são as mesmas que por estes dias mudam as fotos de perfil no facebook, muito solidárias com a Síria, como se mudar uma foto de perfil no Facebook fosse mudar alguma merda no mundo. Estejamos solidários, estejamos revoltados, façamos o que pudermos, por favor, mas se queremos mesmo mudar alguma coisa no mundo, não é com fotos de perfil que vamos lá. Se queremos mesmo mudar alguma coisa no mundo, comecemos por olhar atentamente para o lado, por perguntar aos outros se está tudo bem, por perguntar aos outros se precisam de alguma coisa, às vezes apenas um abraço ajuda, ajuda muito, foi o que bastou à Leonor para um grande sorriso, um abraço e a promessa de que podemos ser amigas.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Os meus livros #10 - Os Meninos que enganavam os Nazis (Joseph Joffo)



Sinopse


A luta pela sobrevivência contada por um menino judeu na França ocupada pelos nazis. Uma história verídica. 1941, Paris é uma cidade ocupada pelos exércitos nazis. o poder de Hitler controla a França; as perseguições e o medo pairam por todo o país. Joffo, um respeitado barbeiro judeu, decide dispersar a sua família de forma a evitar o destino cruel que os espera a todos.

Depois da fuga dos filhos mais velhos, perante o perigo sempre à espreita, Joseph, de apenas dez anos, e Maurice, de doze, deixam também a capital, entregues a si próprios, para tentarem escapar à brutalidade e à morte. Uma impressionante história autobiográfica, narrada pelo irmão mais novo, cuja espontaneidade, ternura e humor comprovam o triunfo da amizade, da generosidade, do espírito de entreajuda.





Apesar da repetição do tema, o qual nunca me cansa, este livro é completamente diferente de tudo o que já li sobre o assunto. Uma história que se sabe triste, mas que não deixa de ser feliz. 

terça-feira, 6 de março de 2018

Este blog não é sobre livros

É sobre mim. Mas acontece que depois de um ano com uma espécie de bloqueio de leitora voltei a ser eu e a ler os meus livros como quem come melancia fresca num dia de calor infernal. Este blog não é sobre livros, é sobre mim, mas eu sou feita de páginas, de histórias, de personagens, de locais, de capas, de cheiros, de imaginação, de paixão e de sonhos. Este blog não é sobre livros, é sobre mim, mas eu sou feita de livros. 

segunda-feira, 5 de março de 2018

Os meus livros #9 - Destinos e Fúrias (Lauren Groff)





Sinopse



À primeira vista, Mathilde é a mulher perfeita. Porém, todos os casamentos têm dois lados. Leia o bestseller do New York Times que conquistou o mundo. Todas as histórias têm duas versões. Todas as relações têm dois pontos de vista. Contudo, às vezes, a chave para um bom casamento não está na honestidade mas nos seus segredos. Lotto e Mathilde, jovens altos e bonitos de 22 anos, estão perdidamente apaixonados e destinados aos maiores sucessos. Uma década mais tarde, o casamento ainda é alvo das invejas dos amigos, mas a realidade afigura-se mais complexa e extraordinária do que as aparências dão a entender.






O livro que demorei um ano a ler e que esperou por mim, pacientemente. Muito, muito bom.