sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Os meus livros #40 - Até ao fim do Mundo (Amy Bloom)

Sinopse

No início do séc. XX, Lillian viaja para os Estados Unidos determinada a esquecer os horrores por que passou na Rússia, onde a filha e a família foram chacinadas num bárbaro massacre. Em Nova Iorque, instala-se num apartamento pago pelo amante onde vive um tempo de bonança que nunca tinha imaginado ser possível. Mas quando sabe que a filha pode estar viva algures na Sibéria, Lillian inicia uma longa e perigosa odisseia. Na infindável jornada que a leva de Nova Iorque até ao Alasca, Lillian conhece personagens que revelam os mais comoventes e repulsivos instintos do ser humano. Até ao Fim do Mundo é um romance de uma beleza descritiva invulgar, onde Amy Bloom revela um perspicaz conhecimento do que somos capazes de alcançar no limite da sobrevivência.

Excertos 

"Toda a gente tem duas memórias. Aquela de que consegue falar e a outra que está colada por baixo dessa, a marca, negra como alcatrão, daquilo que aconteceu."

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

O Natal multiplica

Embora eu saiba que isto é incompreensível para alguns, porque também eu já fui assim, a chegada da Julieta está na lista das melhores coisas que aconteceram este ano. Apaixono-me todos os dias mais um bocadinho por ela e até agora, na forma como acolheu a Alice me conseguiu surpreender. Pessoas, esta criatura minúscula ao lado da Julieta é a Alice. Alice, estas são as pessoas. A Alice apareceu à porta do meu apartamento a chorar, em circunstâncias muito tristes e estranhas, que não vale a pena perder tempo a mencionar e ficou, ficou para sempre porque agora é nossa. O Natal multiplica, aqui está a prova, a Alice foi a prenda que este Natal me deu.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Era uma vez uma casa...

Tenho espalhados pela casa, bolas, bolinhas e bolas com guizos dentro, que diga-se de passagem, foi tudo o que eu sonhei na vida, além dos meus vizinhos adorarem, com toda a certeza. Tenho ratos, ratinhos, ratões, de todas as cores e feitios, tenho até uma ratazana enorme e feia a qual carinhosamente apelidei de Rata. As tampas das loiças das casas de banho também são um brinquedo espectacular. Tenho espalhados pelo chão uma flor artesanal que comprei numa feirinha há muitos anos atrás, uma esponja de banho também em forma de flor, uma rena que a Su me ofereceu há uns anos e uma espécie de tubo em esferovite que vinha dentro da minha mala nova e que é o brinquedo mais fixe do mundo. Tenho espalhados pelo chão de toda a casa os enfeites da árvore de Natal, cá em casa pode cantar-se, literalmente, o... uma bola aqui, outra acolá. Tenho ratos voadores presos por ventosas que foi a prenda de Natal que escolhi para a Julieta. Desisti de passar a vida a arrumar tudo no devido sítio, desisti de ter a casa imaculadamente arrumada. Era uma vez uma casa, que já foi uma casa, agora é um parque de diversões para uma gata. E é uma casa muito mais feliz.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Os meus livros #39 - A Pérola que partir a Concha (Nadia Hashimi)

Sinopse

Cabul, 2007. com um pai toxicodependente e sem um único irmão, Rahima e as irmãs só podem frequentar a escola esporadicamente e mal lhes é permitido sair de casa.

A Rahima, resta a esperança proporcionada pela bacha posh, uma prática antiga através da qual as raparigas podem ser tratadas como rapazes, e adotar o seu comportamento, até terem idade para casar. Como filho, ela pode ir à escola, ao mercado e sair à rua para acompanhar as irmãs mais velhas. Rahima não é a primeira da família a seguir esta prática pouco comum.

Shekiba, sua trisavó, já o fizera um século antes para tentar salvar-se. Os destinos das duas cruzam-se numa história, ao mesmo tempo, bela e triste que nos fala da condição feminina num ambiente hostil. o que acontecerá a Rahima quando tiver idade para se casar? Como sobreviverá? e Shekiba, terá ela conseguido construir uma vida nova e mais digna?

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

A melhor, a verdadeira, a espectacular dieta deste Natal

Preocupadas com os 258 jantares de Natal? Com os lanches ou almoços porque já não dá para marcar jantar? Preocupadas com a noite da consoada, digo, da rabanada, e com as toneladas de açúcar e farinha que ficam alojados nas ancas? Preocupadas com a passagem de ano e com as horas passadas à mesa? Preocupadas com os restos que nunca mais acabam? Com as sobremesas, os chocolates, os queijos, o vinho? Preocupadas em chegar a 2018 com mais 15 quilos do que aquilo que tinham desejado há um ano atrás? É fácil, experimentem tirar 4 dentes numa semana e quatro dias depois colocar um aparelho dentário et voilá... esta é a melhor, a verdadeira, a espectacular dieta deste Natal. 


#até2018ficomagra 
#socorrotenhofome 
#toufartadesopapassada 
#queroumcachorroespecialcombatatasfritas 
#senãoconseguircomermaisnadacomproumpãodelómolhadosóparamim 

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Foi no Porto, carago

Desta vez a aventura foi um nocturno pelo Porto e por Gaia, trilhos, calçadas, ruas e ruelas, monumentos, rio, pontes, luzinhas, natal, subidas, descidas, escadas, túneis e zonas completamente abandonadas que seriam para mim impossíveis de imaginar a sua existência numa das visitas normais e habituais. 
A determinada altura os GPS começaram a faralhar e andamos um pouco perdidos, no meio do nada, numa zona de uma antiga linha abandonada, coberta pela vegetação onde só existia um pequeno trilho para passar, lá em cima, onde se via a cidade ao longe. Enquanto os rapazes analisavam a track e tentavam perceber por onde devíamos seguir olhei para o lado e no meio das sombras e da escuridão vi por todo o lado pinturas de gente enforcada. Respirei fundo, pensei que aquele cenário era de facto animador e segui os rapazes pelo trilho certo até à civilização. Desta vez a aventura foi no Porto, carago. E foi uma grande aventura, amei pedalar por lá e descobrir recantos nunca antes imaginados.

sábado, 9 de dezembro de 2017

Hoje este Blog faz 8 anos

Está crescido, já foi popular e já foi esquecido, ofereceu-me muitas coisas em troca de nada, ofereci-lhe pedaços só meus, mostrei-me, escondi-me nas entrelinhas, mostrei-o, escondi-o, escrevi-lhe escrevendo-me, dei-lhe tempo, deu-me pessoas e momentos. Hoje este Blog faz 8 anos, ainda não sei se tem um prazo de validade definido, sei que este Blog é cada vez mais só meu e que a liberdade de escrever-lhe aumenta de dia para dia. Falta-me inspiração, estes dias, estes tempos, mas hoje este Blog faz 8 anos e como se fosse um presente ela mostrou um ar de sua graça, ela, a inspiração, porque foi ela que fez este Blog durante estes 8 anos. Este Blog é feito de inspiração, é feito de paixão. Hoje este Blog faz 8 anos.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Os meus livros #38 - Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa (Eric-Emmanuel Schmitt)




SINOPSE


Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa revela-nos a amizade entre uma criança com leucemia e uma voluntária na área da pediatria do Hospital que todos os dias o visita. Entre os dois decidem: «cada dia equivale a dez anos». O menino passa a brincar que avança no tempo e que aproveita a vida nas suas diferentes idades. Reinventa o Mundo sob a maravilhosa cor de fantasia e desafia a morte com um olhar divertido sobre o Universo dos adultos e das outras crianças doentes que o rodeiam no Hospital. A história de um menino de dez anos e as cartas que escreve a Deus.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Reler-me #54

Depois deste post a Labello devia pagar-me o dobro daquilo que paga às outras.

Não sei se já repararam, possivelmente não, vocês são todos muito distraídos, mas nos últimos dias os Labello invadiram, literalmente, a blogosfera. São Labellos por todo o lado e eu, como blogger de sucesso que sou, não podia deixar de dar o meu testemunho Labello, não podia deixar de vos contar uma história verdadeiramente feliz:

Era uma vez um amigo meu que pedalou tanto, mas tanto, mas tanto, que ficou com as partes que contactam com o selim todas fodidas. Ele não tinha creme, não tinha pomada, não tinha nada e tinha que continuar a sua viagem, sempre a pedalar pelo mundo fora. Um dia, estava tão triste, tão triste, tão triste, tinha tantas dores que pegou no Labello e colocou nas tais partes que estavam em contacto com o tal selim da bicicleta. Foi um autêntico milagre, as tais partes que estavam em contacto com o tal selim nunca mais lhe doeram e ele fez o resto da sua viagem, feliz com o seu Labello e com a merda do selim. Anos depois um outro amigo que também andava em viagem confessou que também ele tinha as tais partes que estão em contacto com o tal selim todas fodidas e nada lhe resolvia o problema, o meu amigo (o primeiro) contou-lhe o milagre da Labello e o meu amigo (o segundo) foi a correr comprar para ele e para o meu outro amigo (o terceiro) meia dúzia de Labellos, depois desse dia, mais e mais pessoas ficaram a saber do milagre Labello e agora são todos muito mais felizes, não saindo para uma viagem de bicicleta sem pelo menos um Labello para os lábios e dois para o cu.


(A história original tinha batom do cieiro no local onde eu coloquei Labello, para fazer uma publicidade como deve de ser vale tudo)

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Era uma vez o Natal

Este ano a minha árvore de Natal é especial, tem vida própria, mexe, abana, perde enfeites para a casa, estão espalhados por todo o lado, é escalada, faz barulhos, dança, começou a ser desfeita no exacto momento em que ficou pronta, a boa notícia é que em Janeiro terei muito menos trabalho, tudo graças a um enfeite especial que tem esta árvore de Natal. Esperem... estou enganada, isto não é uma árvore de Natal, isto é uma árvore repleta de brinquedos para gato. Feliz Natal pessoas, prefiro desejar-vos tudo de bom enquanto ainda tenho vestígios de árvore.