segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Segurem-me...


...que vou conquistar o mundo.

Loira, afinal o que tens andado a fazer?

A subir, a subir, a subir... e a subir mais um bocadinho. A subir tanto que fiquei com a impressão que isto é bem capaz de ter sido A subida da minha vida. A subir tanto que só de olhar para a altimetria até parece que me dá uma cãibra. 


Ah... quase me esquecia, consegui chegar lá em cima, que felicidade.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Lá haveria de chegar o dia de eu vos dar uma fantástica receita de um bolo mais que delicioso.

Quando quero fazer bolos compro os ingredientes no supermercado, nunca tinha ido a uma loja que só vende coisas de bolos, nem sei como se chama uma loja dessas, mas isso também não importa nada. A cozinhar sou um verdadeiro desastre, mas as minhas sobremesas são mesmo muito boas, isto que fique esclarecido desde já. Para os bolos de Natal queria aquelas figurinhas muito fofinhas, que servem precisamente para colocar nos bolos, queria o Pai Natal, uma árvore de Natal, azevinho e umas prendinhas, por isso dirigi-me a uma dessas lojas especializadas em bolos e pedi as tais figurinhas, o senhor mostrou-me tudo o que tinha, foi muito simpático e no final disse-me que como era a primeira vez que ia à loja me oferecia um bolo e enfiou-me dentro do saco das figurinhas um outro saco cheio de pó com uma etiqueta que dizia "Bolo de Noz". Eu, como o senhor foi tão simpático em oferecer-me um saco cheio de pó que eu não sabia exactamente para que servia olhei para o lado e disse que queria também uma forma em forma de coração. O senhor disse-me que quem compra uma forma tem oferta de um bolo e enfiou-me no saco da forma e das figurinhas mais um saco cheio de pó que eu não sabia para que servia e que dizia "Mix de Coco". Eu, não comprei mais nada, com medo de vir de lá carregada de sacos cheios de pó sem saber para que serviam. Enquanto pagava não aguentei, pedi desculpa pela minha ignorância e perguntei para que serve exactamente os tais sacos cheios de pó que o simpático senhor me ofereceu. Segundo ele é muito fácil, é só juntar a quantidade de água que manda a etiqueta ao pó, bater durante três minutos e está pronta a massa do bolo para colocar no forno. Ontem tinha visitas em casa, preparei um dos meus bolos, não vá os sacos cheios de pó darem para o torto e preparei um dos bolos que o senhor me ofereceu, toda a gente elogiou o meu bolo, isto que fique bem claro, mas tenho impressão que toda a gente elogiou mais o outro, aquele que foi feito do pó que o senhor me ofereceu. Eu mesma, quando o provei nem queria acreditar que tinha sido eu a fazer aquilo. Mas o melhor de tudo, é no final, a partir de agora posso fazer exactamente como a Clara, um ar importante seguido de um "eu não dou as minhas receitas a ninguém". Só a vocês, vocês merecem. 

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Nos últimos tempos:

Tinha chegado uma encomenda que fiz no site da Presença. Logo de seguida chegou O Perfume da Savana, o primeiro livro do Ludgero. Dias depois chegou A Mulher do Capitão, o segundo livro dele. Entretanto comprei o Caminho do Amor. O Ludgero enviou ainda mais dois livros em encomendas separadas, um deles já está na casa da Su, o outro na casa da Joaninha. E eu comprei mais dois livros Caminho do Amor para oferecer no Natal, chegaram também em encomendas separadas, um num dia, outro no dia seguinte. Quando terminei de ler o meu Caminho do Amor fiquei com vontade de ler mais sobre O Caminho e mandei vir O Segredo de Compostela e O Diário de um Mago, com eles vieram Alice no País das Maravilhas que eu já queria há muito e Os Miseráveis, que também não tinha. Semana passada telefonaram da recepção, era o carteiro, eu desci as escadas feliz da vida e quando cheguei lá era só um registo para assinar: "Oh... um registo, pensei que era a minha encomenda...", o carteiro olhou-me incrédulo e disse: "Mais livros?", esses chegaram no dia seguinte, com um sorriso amarelo e um "Aqui estão os seus livros desta semana". Esta semana estou ansiosa por ver a cara dele quando chegar mais uma encomenda, é que a Wook está a oferecer um livro por cada livro comprado e toda a gente sabe que não resisto a livros, principalmente o carteiro.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

São dias terríveis, estes.

Desde miúda que sou assim, quando tenho uma prenda para alguém fico numa excitação tão grande que não me calo com o raio da prenda que vou dar. Falo da prenda, dou pistas, digo que tenho uma prenda, ameaço que já não dou nada, volto a falar na prenda, dou mais umas pistas, falo outra na vez na prenda. Fico tão ansiosa por dar as prendas às pessoas que conto os dias até as poder dar. Já cheguei a acordar a minha mãe a meio da noite para lhe dar a prenda de aniversário, que não podia esperar até de manhã. Ser assim já é um bocado chato durante o resto do ano, mas nesta altura é um sofrimento enorme. Ter ali tantas prendas para dar e ter de esperar mais uma semana, são dias terríveis, estes, a sério, nunca mais chega o dia de dar as prendas. Já vos disse que tenho ali prendas para dar?

Oh... não... começaram a chegar as prendas de Natal...


Alguém me pode dizer o que se faz afinal com as tais das Bagas de Goji?

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Loiretes ao poder - 9 - Palmier anda cá ver isto...

Apresento-vos a Loirete n.º 7, uma fashionista de renome internacional. Tcharam... a Palmier Encoberto. Faltam-lhe as meias, mas o que fazer, as fashionistas são assim, sempre a querer inventar e a Palmier compensa pelas gargalhadas que já me fez dar, e foram muitas senhores, muitas mesmo. Palmier, love you. (Tens noção que a Pipinha te vai matar, não tens?)


Loiretes ao poder - 8

Apresento-vos a Loirete n.º 6, a gira da Gaja Maria. E não pensem que lhe chamo gira só por ser uma Loirete, é mesmo gira, já pude confirmar isso num NGPS em que nos cruzamos por breves instantes. A Gaja Maria tem um trabalho, uma casa, um marido, dois filhos, gatos, saídas de amigos, família, vai ao ginásio, roupa para passar a ferro, electrodomésticos que conspiram contra ela, um blog e ainda pedala que se farta. Um dia destes ainda volto a cruzar-me com ela numa montanha por aí e provamos à blogosfera que com as Loiretes os encontros de bloggers podem ser muito radicais.



Loiretes ao Poder - 7

Apresento-vos a Loirete n.º 5. A Ana, que um dia destes me enviou um e-mail a dizer que o namorado foi a um passeio e que nesse mesmo passeio estava uma loira, com uma bicicleta cor-de-rosa, uma gatinha gaitinha e umas meias, em anexo trazia uma foto minha e dizia a Ana que aquela só podia ser eu, sim, era mesmo eu. A Ana é linda, é fashion, tem umas meias de Natal iguais às minhas e é para lá de estilosa. Ana, o teu namorado esteve a falar com o meu amigo Pedro e parece que um dia destes ainda pedalamos lado a lado.


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Loiretes ao poder - 6

Apresento-vos a Loirete n.º 4. Conheci a Joaninha em Março deste ano e desde aquele primeiro dia em que vi outra loira vestida de cor-de-rosa no meio do monte nunca mais deixamos de falar. A Loirete n.º 3, a Su, ajudou a isso, um dia conto aqui a história de nós as três, mas só quando conseguirmos juntar as meias todas iguais. A Joaninha foi também a primeira hóspede cá em casa, tadinha, teve de provar a minha falta de jeito para cozinhar, só por isso merece um prémio. A minha Joaninha é linda, é loira, pedala, gosta de livros, tem umas meias fantásticas, que por acaso também fui eu que lhe ofereci e tem também uma encomenda a chegar que a vai deixar uma Loirete ainda mais estilosa. Eu, a Loirete treinadora e a Joaninha vamos conquistar a Gralheira já no próximo dia 27 e eu estou ansiosa por rever a Joana. Adoro-te miúda.


Loiretes ao poder - 5

Apresento-vos a Loirete n.º 3, é a Susana. Há alguns anos atrás recebi o primeiro e-mail dela, queria pedalar até Santiago e tinha tantas dúvidas como eu tinha tido na minha primeira vez, por isso foi fácil falar, e falar, e falar. Depois das bicicletas descobrimos muitas outras coisas em comum, entre elas o estilo, os livros e a Loirete n.º 4, que é a senhora que se segue. A Su tem umas meias lindíssimas, que por acaso fui eu que lhe ofereci. Su, vai ao correio ver se já lá tens a encomenda que te enviei ontem, vais ser uma Loirete ainda mais estilosa quando a abrires. És linda.


Loiretes ao poder - 4

Apresento-vos a Loirete n.º 2, a filhota da Be, segundo a mãe é uma macaquita pirosa, tão pirosa, tão pirosa, tão pirosa que até gosta de vir ao meu blog ver as minhas meias. É uma Loirete cheia de estilo e linda, linda, linda. Be, continua a abrir a minha página para ela, por favor, vais ver que quando crescer ela vai ser muito feliz a pedalar com uma meias coloridas pelo mundo fora.


segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Loiretes ao poder - 3

Apresento-vos a Loirete n.º 1, é a Algures no Oeste, uma corajosa que se levantou rapidamente depois de uma queda que poderia fazer desistir muitas pessoas. Toda a gente vai cair um dia, a forma como nos levantamos é que mostra ao mundo daquilo que somos capazes.


Loiretes ao Poder - 2

Apresento-vos a Loirete treinadora, a minha amiga Lili que é a minha mamã das bicis, a minha companheira de viagens, a minha madrinha e muito mais, foi ela que me ofereceu as minhas primeiras meias. É linda, linda, linda e tem meias fantásticas que eu lhe ofereci para compensar aquelas primeiras. Adoro-a de todo o coração e por isso ela é e será para sempre a treinadora.


Loiretes ao poder - 1

Apresento-vos a Loirete fundadora, eu, claro.


Blog meu... blog meu... há em toda a blogosfera gaja mais lavadinha do que eu?

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Estive aqui a pensar numa coisa...

Vou criar as Loiretes BTT (uma ideia completamente inovadora na blogosfera) e vou reunir montes de mulheres que fazem parte do Também quero um Blog e pedalam (sim, vocês). Então é assim, se querem ser uma Loirete só têm de me enviar uma foto vossa com a vossa bicicleta e as vossas meias para eu espetar com ela (a foto) aqui no blog. Não precisam de ser seguidoras do blog, nem fazer gosto no facebook, nem precisam dizer que me amam enquanto fazem o pino em frente à Torre Eiffel, só quero mesmo a foto com a bicicleta e as meias. Quem alinha?

Blog meu... blog meu... há em toda a blogosfera gaja mais pirosa do que eu?

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Oh... vá lá... liguem-me, por favor...

Coloquei como toque do telemóvel o som das caixinhas de música que eu tanto adorava em miúda. É tão lindo, tão lindo, tão lindo que ligo de casa e do trabalho para mim só para o ouvir mais uma vez, é tão lindo que quando me ligam não me apetece atender, só para poder ouvir a música mais um bocadinho. É tão lindo que eu peço: vá lá... liguem-me, por favor. Só para eu poder não atender.

A publicidade à Labello fez tanto sucesso que agora também quero fazer ao Hotspot da Galp

Se quereis saber o que é frio ide andar um dia inteiro de bicicleta debaixo de chuva gelada. Se quereis saber o que é frio ide às oito e meia da manhã pedalar para o monte quando está uma camada de gelo tão grande que só se consegue ver branco. Frio não é isso que vocês pensam, frio é outra coisa.


(Sou mesmo gira, não sou?)

Publicidade da Labello feita por um Chinês:

Labello é tudo o que eu quelo.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Depois deste post a Labello devia pagar-me o dobro daquilo que paga às outras.

Não sei se já repararam, possivelmente não, vocês são todos muito distraídos, mas nos últimos dias os Labello invadiram, literalmente, a blogosfera. São Labellos por todo o lado e eu, como blogger de sucesso que sou, não podia deixar de dar o meu testemunho Labello, não podia deixar de vos contar uma história verdadeiramente feliz:

Era uma vez um amigo meu que pedalou tanto, mas tanto, mas tanto, que ficou com as partes que contactam com o selim todas fodidas. Ele não tinha creme, não tinha pomada, não tinha nada e tinha que continuar a sua viagem, sempre a pedalar pelo mundo fora. Um dia, estava tão triste, tão triste, tão triste, tinha tantas dores que pegou no Labello e colocou nas tais partes que estavam em contacto com o tal selim da bicicleta. Foi um autêntico milagre, as tais partes que estavam em contacto com o tal selim nunca mais lhe doeram e ele fez o resto da sua viagem, feliz com o seu Labello e com a merda do selim.
Anos depois um outro amigo que também andava em viagem confessou que também ele tinha as tais partes que estão em contacto com o tal selim todas fodidas e nada lhe resolvia o problema, o meu amigo (o primeiro) contou-lhe o milagre da Labello e o meu amigo (o segundo) foi a correr comprar para ele e para o meu outro amigo (o terceiro) meia dúzia de Labellos, depois desse dia, mais e mais pessoas ficaram a saber do milagre Labello e agora são todos muito mais felizes, não saindo para uma viagem de bicicleta sem pelo menos um Labello para os lábios e dois para o cu.


(A história original tinha batom do cieiro no local onde eu coloquei Labello, para fazer uma publicidade como deve de ser vale tudo)

Quem tem amigos não tem (quase) nada...

Na passada quinta-feira a Lili tocou à campainha para me trazer umas meias novas, de Natal. No dia seguinte, ao almoço, a Patrícia trouxe-me dois chocolates Milka, inteirinhos, só para mim. Fiquei tão feliz, tão feliz, tão feliz, que comi um imediatamente. Acho que a felicidade me dá fome porque no fim-de-semana não resisti e devorei o outro, quase todo, só me resta um bocadinho minúsculo que eu estou aqui a rezar para o Moreno não encontrar antes de eu chegar a casa mais logo. Quem tem amigos bem podia ter tudo, mas rapidamente fica sem nada. Ou quase nada, felizmente as meias continuam intactas, não as consegui mastigar.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Hoje, este blog faz 5 anos.

Continua a fazer-me sentido ter espaços em branco para preencher com bocados meus. Continuo a divertir-me com isto. Já passamos, eu e o blog, muitos e bons momentos juntos. Ainda não desisti de o manter vivo. 

Loira em mood Natal

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

A Filipa e a Sara resolveram meter-se com os ciclistas. E eu....

Bem... eu não sei por onde começar...

Os homens não percebem nada disto, pois não?

Estava aqui a fazer uma encomenda online e o meu colega de trabalho perguntou-me três vezes se era mesmo isto que eu queria. Perguntou-me outras tantas se por acaso eu não queria pensar melhor.


Juro que não entendo porquê...

Pergunto:

Porque é que está toda a gente a dar sugestões de presentes de Natal? Acham mesmo que as pessoas não sabem o que comprar?

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Blog meu... blog meu... alguém tem um outfit de Natal mais fashion do que eu? (Margaridaaaaa... oh Margaridaaaaa, anda cá ver isto)

Post escrito em parceria com a minha gula *

Se gostam de chocolates, se gostam de gomas, se gostam da vaca lilás e se gostam de surpresas não provem isto, a sério, isto é viciante. Depois não digam que não vos avisei.


* Milka, se quiseres mandar disto cá para casa estou disposta a receber meia dúzia de paletes (sim, toda a gente tem um preço).

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Por falar em palavrões...

Lembrei-me agora de uma expressão que o meu pai usou uma vez quando eu era miúda e que até hoje nos acompanha lá por casa. Eu, filha única, linda e loira, com cara de anjo e cabelos aos caracóis, passava a vida a dizer que gosto. Pai, gosto de gelados. Pai, gosto de gomas. Pai, gosto de bicicletas. Pai, gosto de comboios. Pai, gosto de cadernos. Pai, gosto de cães. Pai, gosto disto. Pai, gosto daquilo. Pai... Pai... Pai... Um dia, o meu pai, pobre homem, já devia estar farto de me ouvir, respondeu-me com um: Filha, mas tu gostas de toda a puta merda. Em vez de ficar com um trauma como acontece com as crianças dos tempos modernos achei tanta piada que até hoje ainda uso essa expressão. "Loira, gostas disto? Sim, claro, eu gosto de toda a puta merda". Claro que nos dias que correm eu já não digo tantas vezes que gosto, agora digo mais adoro, mas continuo a adorar toda a puta merda, se é que me entendem.

Pai Natal, olha eu aqui... (pensavam que só as outras é que tinham uma lista de desejos online?)

A sério, não insistam, não vale a pena, não mostro, não mostro, não mostro, parem com isso de uma vez por todas.

A sério, não peçam mais, já estou cansada dessa vossa insistência, não mostro. Até já ponderei mostrar mas as fotos ficam sempre horríveis e não conseguem transmitir a beleza que está. Com as luzes acesas as decorações parecem azuis, com as luzes apagadas as decorações parecem pretas, não mostro. Depois de tanto trabalho a arranjar decorações roxas, depois de tanto trabalho a convencer o Moreno de que precisávamos mesmo de quatro caixas cheias de decorações não vou agora mostrar uma foto que não destaca a verdadeira essência da minha árvore. A sério... não, não, não... já disse que não... não insistam... a sério, não vale a pena que eu não vou mostrar a minha árvore de Natal... parem com isso... não me cansem a beleza que eu quando digo não é não. Que chatos...

Informação

UM OLIMPO DIFERENTE é uma reportagem da TVI que todos deveriam ver. Clicai no link e envergonhai-vos ainda mais do vosso país. 

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Bloqueio de blogger*

Deve ser quando, apesar de haver mil e um assuntos sobre o que publicar, simplesmente não nos apetece escrever sobre nada.


* É óbvio que um blog relevante facilmente ultrapassa isto publicando uma foto dos sapatos ou do casaco que comprou nos últimos tempos.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Por falar em livros

Acaba de me chegar o livro que contém os relatos de um casal que percorreu a pé o mesmo Caminho que eu pedalei em 2014. Parece-me que cada página será um mundo de recordações e emoções para mim. 

Novembro / 2014

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Vou ficar tão gira com uns cornos...

Comprei uma bandolete com umas hastes enormes de rena, enormes e com uns guizos que lhe dão um efeito ainda mais giro. Fui buscar a bandolete para pedir ao Moreno que a prendesse no meu capacete. O Moreno diz que ainda é muito cedo para eu andar com aquilo. Eu digo que já é quase Natal e que quero levar aquilo para o monte. O Moreno diz que aquilo ainda fica preso numa árvore e ainda parto o pescoço. Eu digo que quero aquilo, e quero, e quero, e quero. Ele diz que me prende aquilo ao capacete mas só mais perto do Natal. Eu digo que era fixe levar aquilo ao passeio do dia 7. Ele diz que é melhor levar só ao passeio do dia 14. Eu digo que aquilo é tão fixe. Ele diz que sou tolinha. Eu vou atrás dele, sempre com a bandolete na cabeça. Ele vai a sair de casa e chama o elevador. Eu vou com ele para lhe dar um beijinho. A porta do elevador abre-se e sai de lá o meu vizinho da frente que se começa a rir, e a rir, e a rir, cada vez dá gargalhadas mais altas e coloca a mão na barriga. Eu fico a olhar para ele com cara de rena, entro em casa e penso: se o Moreno não me prende a merda dos cornos ao capacete vou pedir ao vizinho da frente, não é por nada, mas parece-me que ele adorou.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A lutadora

Hoje é o dia de aniversário de nascimento da minha avó Joana. Partiu há 11 anos, na semana anterior ao Natal, 12 anos depois dos médicos chamarem a família para lhes (nos) informar de que só viveria, no máximo, mais 6 meses.

É a emancipação masculina, é a invasão dos rosinha, é a tragédia, o horror. Socorro!!!

Antes de começar a pedalar não gostava de cor-de-rosa, nunca gostei, até quando era miúda, não descansei enquanto não convenci a minha mãe a tirar tudo o que era cor-de-rosa do meu quarto e colocar tudo verde, antes de 2010 não havia uma única peça de roupa ou acessório cor-de-rosa no meio das minhas coisas. Depois de começar a pedalar no meio do monte e no meio dos homens quis marcar a diferença, se agora não há muitas mulheres a fazer BTT, quando eu comecei eram ainda mais raras, talvez por isso o meu lado feminino falou mais alto e comecei a achar graça aos equipamentos cor-de-rosa, apaixonei-me por uma bicicleta preta e cor-de-rosa, comprei um capacete com cor-de-rosa, acessórios cor-de-rosa, mais peças para a bicicleta em cor-de-rosa e meias, no meio das meias coloridas a maioria são cor-de-rosa. Além de fazer um enorme sucesso, de toda a gente comentar a loira de cor-de-rosa e de toda a gente me ficar a conhecer, o cor-de-rosa era óptimo quando ia a uma maratona para encontrar as minhas fotos, era só abrir os álbuns das fotos na versão mais minúscula e facilmente detectava uma pinta cor de rosa no meio do verde e do castanho das montanhas, era eu a tal pinta cor-de-rosa, nunca havia dúvidas. Depois começaram a chegar mais mulheres ao BTT e de tempos a tempos as pintas cor-de-rosa começaram a ser mais e eu comecei a abrir fotos de outras miúdas, lindas de morrer, situação que me deixava muito feliz, era só procurar mais um bocadinho por outra pinta, a minha. Mas agora??? Agora é impossível. Agora são homens e mais homens vestidos de cor-de-rosa no meio do monte. Agora são equipas inteiras vestidas de cor-de-rosa. Agora são pintas e mais pintas e mais pintas cor-de-rosa. A sério, façam-nos parar, eu não aguento isto, um dia destes abri uma foto a pensar que era eu e saiu-me um homem, gordo, com uma barriga enorme, o capacete de lado e ainda por cima com bigode, vestido de cor-de-rosa. O cor-de-rosa é meu. Socorro, querem tirar-me o protagonismo.

O carteiro toca sempre duas vezes

Depois de "O Perfume da Savana" recebi o segundo livro de Ludgero Nascimento dos Santos.


Fico com esperança de um dia destes poder ir ao lançamento de um terceiro livro seu, para o conhecer pessoalmente e lhe agradecer por tudo. Não foram simplesmente livros. 

terça-feira, 25 de novembro de 2014

(Re)post

Só quem desafia as montanhas é capaz de lhes ter o respeito que elas merecem. Só quem as percorre com sol, com chuva, com gelo, com neve, com calor, com frio, com humidade, com pó ou com lama tem a capacidade de perceber a sua grandeza. Só quem se sujeita às vontades da natureza percebe que pode ser derrotado a qualquer instante. Só quem vive as montanhas consegue perceber que por lá não somos nada nem ninguém. As montanhas têm a capacidade de nos mostrar que o topo é sempre mais longe do que o que conseguimos imaginar, que o topo pode ser sempre mais difícil, que o topo nunca é ali, porque no fim de uma subida as montanhas conseguem mostrar-nos que há sempre um outro topo a alcançar, que há sempre algo mais, que as subidas têm sempre continuação. As montanhas são poderosas, enquanto as percorremos somos muito pequeninos, quando as vencemos ficamos grandes, enormes, gigantes. Só quem desafia as montanhas é capaz de lhes ter o respeito que elas merecem, só quem as desafia consegue sentir o poder, o orgulho e a felicidade de as conquistar.

Vivo no mundo das montanhas

Às vezes só pensamos no prazer de subir uma montanha quando chegamos ao topo e olhamos cá para baixo, para a imensidão que nos rodeia. Só nesse momento é que respiramos fundo, apreciamos o mundo à nossa volta e nos sentimos grandes, enormes, por estarmos ali, por conseguirmos. Às vezes não temos essa possibilidade, de chegar lá em cima e olhar cá para baixo, tudo o que há está lá em cima, somos nós e alguns metros de terreno que nos rodeia, às vezes a natureza ensina a aproveitar e a aprender com a subida, o topo é só um dos objectivos, mas para lá chegar e de lá voltar temos de aproveitar cada momento da subida e da descida.


(No Domingo só via dois palmos à frente do nariz, mas a satisfação de estar lá em cima foi tão grande que nem consigo explicar)

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Se fosse a vocês não punha cá as teclas antes de 2015

Fui ontem comprar as decorações de Natal, assim que cheguei a casa tratei logo da minha árvore. Sempre adorei o Natal e o espírito natalício, as prendinhas, as cidades iluminadas, as músicas lamechas e depressivas a tocar enquanto caminhamos cheios de frio e com uma lista incompleta de coisas a comprar e a tratar, sempre adorei os doces e a noite com a família em frente à lareira a trocar embrulhos. Nos últimos anos o Natal não teve o sabor de que tanto gosto, passei os dias anteriores e seguintes a visitar o meu pai no hospital, fiz compras a correr e sem prazer, respirei fundo só quando o tive em casa e só me lembrei que era Natal porque, felizmente, terminou tudo bem. Este ano é Natal, há Natal cá em casa e eu vou ficar tão chata, tão lamechas e tão nhónhónhó que se fosse a vocês não punha cá as teclas antes de 2015.

Pergunto:

O "quando o José Sócrates foi detido eu estava a..." é o novo "no 25 de Abril eu..." e/ou "no 11 se Setembro eu estava a..." , não é?

sábado, 22 de novembro de 2014

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Por falar em ter um blog de sucesso


Acham que se eu lhe conseguir colocar um capacete, um jersey rosa e umas meias às riscas coloridas chego lá?

Como ter um Blog de sucesso - Aula para as pessoas do norte - grátis

Não escrevam palavrões no Blog. Não escrevam palavrões no Blog. Não escrevam palavrões no Blog.



(Sim, sim, eu sei que também escrevo palavrões no Blog, mas eu posso, estamos entendidos? Que caralho.)

Quando a esperança acaba

Não vão procurar mais o João. Acabou. Acabaram as buscas e acabaram as esperanças nos corações que estes dias o acompanharam. Tive que ler a notícia em três locais diferentes, hoje pela manhã, para conseguir acreditar. Estes dias não consegui dormir sem saber notícias dos que andavam por lá e ao acordar era a primeira coisa que ia ver, dizem que a esperança é a última a morrer por isso acho que como eu, todos os que se preocuparam com o João acreditaram até agora num milagre. Milagre que não vai acontecer.
O João era uma inspiração, pedalou, literalmente, pelos quatro cantos do mundo, pisou o chão mais inconstante e viu as montanhas mais altas, viveu intensamente e com paixão, como todos deveríamos viver. O João arriscou a vida dele no topo das montanhas,  nós arriscamos a nossa vida todos os dias, a fazer o que quer que seja. O João ficou por lá, nas montanhas, mas ficou por lá a fazer aquilo que realmente gostava, aquilo que realmente lhe dava prazer, o João viveu cada dia com a intensidade e a paixão que pouquíssimos de nós conseguirão um dia. O João continua a ser uma inspiração para mim.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Em minha casa ando quase sempre nua

Primeiro é só um sítio, secreto, único, vazio, cheio de espaços em branco para preencher com pedaços nossos, tal e qual como uma casa quando a vamos ver pela primeira vez, pronta para ser transformada até ser a nossa casa, o nosso sítio. Depois começam a chegar as pessoas, as visitas, inicialmente são poucas e não percebemos bem como chegaram até nós, depois chegam mais e mais. Também nós nos aventuramos a conhecer outras casas, outros mundos, pontos de vista opostos ao nosso. Não resistimos e contamos sobre este sítio a algumas das nossas pessoas, outras acabam por o descobrir sem a nossa ajuda. Não resistimos e trazemos pessoas deste nosso sítio, desta nossa casa para a outra, o nosso sítio e a nossa casa na vida. Continuamos a preencher os espaços em branco, continuam a chegar mais pessoas e a instalar-se confortavelmente enquanto nos conhecem melhor. Passamos por muitas fases, preenchemos os espaços com gargalhadas, com sorrisos, com aventuras, com opiniões, com pequenas coisas que não interessam a mais ninguém, com muitas coisas que podem interessar a muitos, com tristeza, com sentimentos escondidos nas entrelinhas, com lágrimas ou com sabedoria. Uns gostam de nós, voltam sempre, outros nem por isso e nunca mais cá põem as teclas, uns querem entrar para sujar, não devem estar habituados a limpar os pés à porta da casa deles. Às vezes passamos o dia inteiro a ter ideias para preencher este nosso espaço, outras vezes a inspiração desaparece por tempo indeterminado. Depois chega o dia em que queremos muito escrever um post e por qualquer motivo não podemos, o espaço que queremos muito preencher não pode ser lido, é nesse dia que isto deixa de ter piada. O meu sítio, a minha casa, continua a ter piada para mim, em minha casa ando quase sempre nua e não há nada nem ninguém que me obrigue a vestir. 

Histórias cozinhadas

Não há muito tempo atrás ia ao cinema todas as semanas, estava sempre atenta às novidades e não perdia uma estreia. Com o tempo comecei a ficar mais preguiçosa, a preferir ficar em casa, a deixar de lado o cheiro enjoativo a pipocas e o barulho que as pessoas que enchem a sala fazem a comer, por isso comecei a fazer uma lista dos livros que ainda me faltavam transformar em filme e dos filmes que queria realmente ver. A lista foi crescendo e crescendo e crescendo assim como as desculpas para deixar sempre a lista e os filmes para amanhã. Estes dias alguém me perguntava se o livro A rapariga que roubava livros era igual ao filme, agora já sei responder, vi o filme também por estes dias, muito tempo depois de o ter colocado na tal lista, não é igual, o livro é muito melhor, talvez por isso a minha lista continue a aumentar e eu deixe sempre o próximo filme para depois, porque para mim os livros são sempre melhores que os filmes. Porque, às vezes sabe bem comer uma refeição de fast food mas não há nada que se compare à comida tradicional, igual à que fazia a minha avó Joana. Porque os filmes são a fast food de quem não tem o tempo ou a paixão necessária de cozinhar uma história da forma tradicional e de a saber saborear e apreciar. 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

O Perfume da Savana de Ludgero Nascimento dos Santos

Foi o livro que me acompanhou nos últimos dias e que me foi enviado e oferecido pelo autor do mesmo. Deu-me a conhecer África, nos tempos em que ainda era uma colónia portuguesa, deu-me a conhecer a cultura, as paisagens, os segredos, as pessoas e tudo o que as envolve. A história decorre num local e numa época desconhecidos para mim mas fez-me viver esses momentos, fez-me ter a certeza de que se tivesse vivido num outro tempo seria muito parecida com a Isabel, a personagem principal do livro, se estivesse por lá com ela, ou como ela, também não aceitaria as regras que a sociedade impunha, também não aceitaria o papel que atribuíam às mulheres. Acima de tudo o livro fala de uma linda história de amor que me fez ficar muito triste, mas que me deixou com a esperança de que não seja só uma história que preenche as páginas de um livro e sim que seja uma história que tenha realmente acontecido naquela terra apaixonante e inebriante. 


O gesto de Ludgero Nascimento dos Santos ao oferecer-me este seu primeiro livro, que já não está à venda porque logo depois da primeira edição a sua editora fechou, foi muito importante para mim. Só entenderá quem é tão apaixonado por livros como eu. Brevemente vou ler o seu segundo livro, A Mulher do Capitão e fiquei com esperança de um dia destes poder ir ao lançamento do um terceiro livro seu. Quanto ao O Perfume da Savana, sinto-me especial por o possuir, já que é tão raro, e que o recebi de uma forma única para mim, pretendo guardá-lo para sempre com um carinho particular. 

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Loucas são as noites que passo a sonhar

Sonhei. Só isto já é suficientemente assustador porque é raro sonhar. Ainda bem, detesto sonhar. Sonhar, só é bom acordada. Sonhei e lembro-me do sonho. Que medo. Das pouquíssimas vezes em que me acontece sonhar nunca me lembro do sonho, consigo lembrar-me vagamente de que sonhei com uma pessoa, ou com um local e pouco mais. Não sei se já disse isto, detesto sonhar. Hoje sonhei e lembro-me do sonho. Estava num barco, estavam lá muitas pessoas, não me lembro se conhecia alguma, começou a entrar água para dentro do barco e eu queria salvar-me mas cada vez havia mais água, aparentemente só eu é que estava em perigo porque as outras pessoas estavam calmas e serenas, estendiam-me a mão para me ajudar mas eu não conseguia chegar a nenhuma delas. Detesto sonhar, fico sempre com uma sensação estranha. Detesto ainda mais lembrar-me das porcarias com que sonhei. Hoje dói-me o gémeo da perna esquerda e a minha tendinite do ombro direito voltou, acho que fiz demasiado esforço a tentar salvar-me, às vezes mais vale dormir afogada do que desesperada. Não sei se já disse isto, detesto sonhar. 

Caramba, consigo ser verdadeiramente inspiradora (tivesse eu uma cozinha toda branca e fazia disto um blog como deve de ser)

Sábado passeei-me entre a cama e o sofá, de pijama e pantufas, entre filmes e um livro, um cobertor e chá quente, fiz um bolo de chocolate e namorei, sempre com a casa a meia luz e a chuva a cair lá fora. Esteve um dia óptimo para a prática da modalidade.

Domingo levantei-me cedo e mesmo com chuva fui pedalar, entre a lama e o nevoeiro, o frio do vento e o calor das subidas, as montanhas imponentes e a vontade de sentir a liberdade que me provocam. Esteve um dia óptimo para a prática da modalidade.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Obrigada Zorro

Há muito tempo atrás, depois de uma troca de comentários, aconselhou-me a ler A Condessa de Rebecca Jonhs e A Rapariga que Roubava Livros de Markus Zusak. Eu não resisti e comprei ambos de imediato. Adorei ler o primeiro e a A Rapariga que Roubava Livros depressa se tornou num dos meus livros preferidos. Gosto de agradecer gestos bonitos e que me fazem feliz, ainda que seja muito tempo depois.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Loira, a coleccionadora de emoções

Mountain biker, trail runner & adventure sports addcit

É como se apresenta o João Marinho, o Português que está desaparecido nos picos da Europa desde semana passada. Eu não o conheço pessoalmente mas temos tantos amigos em comum que o meu Facebook foi invadido por fotos do João, pedidos para que regresse e até intimações para não faltar a compromissos que tinha com eles. Além dos amigos também temos muitas paixões em comum e não consigo ficar indiferente a esta procura. O João era acima de tudo um aventureiro, participava em todos os grandes desafios de BTT e de corrida, em Portugal e lá fora, organizava alguns deles e viajava muito de bicicleta, talvez o que mais me tenha marcado foi ler o pouco que escreveu sobre a travessia de bicicleta Mongólia - China, ver as fotos dele no Deserto do Gobi. O João, acima de tudo era inspirador. Sei que era a terceira vez este ano que o João partia para os picos da Europa, sei que se preparava para um ultra-trail nos Himalaias, sei que é difícil continuar a acreditar que o João possa sobreviver, não há como não pensar que por vezes a paixão nos leva a arriscar demais, não há como não achar a vida irónica, o João deixou esta foto e esta mensagem antes de desaparecer, espero que só por uns dias.


"Nothing is as important as passion. No matter what you want to do with your life, be passionate."


Quando o João voltar podem acompanhar as aventuras dele aqui:

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Muito pouco fashion (Post para encher, não chouriços, mas sacos)

Durante o resto do ano mudo de mala todos os dias, tenho malas amarelas, rosas, azuis, verdes, prateadas, douradas, brancas, pretas, castanhas, beges, roxas, vermelhas, pequenas, grandes, enormes, de tudo um pouco. Passo os dias a mudar tudo de uma mala para a outra, tralha e mais tralha, são horas de vida a escolher qual é o tom da mala que fica melhor com a roupa, ou se ao contrário, o melhor é levar uma que contraste. Quando chega o tempo frio as coisas mudam por completo, uso todos os dias a mesma mala, normalmente uma nova, linda e que me faça apaixonar. Quando chegam os dias cinzentos eu escolho "A" mala e é ela que me acompanha na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, pelo menos até à próxima estação. Isto tudo para dizer que está escolhida "A" mala do Inverno 2014/2015, é tão linda, tão linda, tão linda que só me apetece dar-lhe beijinhos, que seja eterno até que os raios de sol primaveris nos separem. 

Paixões materiais


A minha paixão pela leitura é exactamente igual, adoro ler e adoro livros. Não concebo a ideia de ler em digital, de vender livros depois de os ler, de não ficar com os livros em casa, para reler, para emprestar (a quem os devolva, obviamente), para recordar. A primeira coisa que faço quando tenho um livro novo é analisar cada bocadinho dele, a capa a contracapa, as folhas, folhear um livro pela primeira vez é um prazer, cheirar as páginas antes de as ler é um ritual. Cada livro é uma nova paixão. De vez em quando vejo-me parada em frente às estantes dos livros, feliz por os ter ali. Cada livro que compro são novos locais, novas histórias, novas aprendizagens, leio de tudo um pouco e nunca desisto de um livro. É orgulhosa que carrego sempre comigo o livro que ando a ler, nunca estou sozinha e é um peso que se transforma facilmente em satisfação, basta para isso ter tempo de ler um único parágrafo. Por isso ontem fiquei tão feliz, ter um livro enviado e oferecido pelo autor do mesmo, com dedicatória, assinado e ainda por cima um livro raro fez-me sentir muito especial.

Sobre o autor e sobre o livro escreverei mais tarde, depois de me deliciar a ler as páginas que ontem folheei e cheirei com um gosto singular.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Lembram-se daquela frase muito gira e muito romântica que eu costumo dizer?

Tenho uma pedaleira no lugar do coração.


Pois é, confirma-se.

O sítio onde moram as cores do arco-íris

O sítio onde moram as cores do arco-íris é um livro escrito e ilustrado por as crianças e os jovens que vivem numa instituição e todo o valor da venda do livro reverte a favor da casa deles. Ouvi falar do livro pela primeira vez há pouco tempo, pedi de imediato um para mim e quando soube que não estavam a conseguir vender o livro dispus-me a ajudar. Posso não conseguir vender nenhum livro, posso conseguir vender 1, 10 ou 100, mas sei que cada livro será uma vitória para mim e para a instituição por isso vou fazê-lo de coração cheio. As cores do arco-íris podem morar muito longe de nós e parecer inalcançáveis mas também podem morar na nossa casa.

Tá tudo fodido...

Semana passada uma leitora veio cá contar-me que enquanto cozinhava alguém lhe perguntou "Esta não é a Loira, daquele blog?", sim, era eu, estava no Facebook do marido dela, nas fotos de um passeio de BTT em que tinha participado.
No início desta semana a Su mandou mensagem a dizer que um dos amigos dela, que por acaso já me tinha fotografado num NGPS, tinha encontrado o meu blog e me reconheceu de imediato.
Hoje tinha um e-mail de mais uma leitora a dizer que enquanto passeava pelo Facebook encontrou umas fotos e que só podia ser eu, mandou-me as fotos em anexo e sim, era eu, as fotos tirou-as o Pedro no passado fim-de-semana.
Antes disso, o meu blog já foi descoberto por pessoas da minha vida, já fui abordada na rua (quer dizer, no meio do monte) por alguém que lia o meu blog, também já recebi comentários de alguém que me viu e reconheceu numa maratona de BTT, um dia abri a página do blog e a minha prima estava na caixa de seguidores. 
Alguém que me explique como é que faço parar esta onda de reconhecimentos. Eu, que quando comecei a escrever achava que podia escrever num blog durante uma vida e nunca ser lida por ninguém. Alguém que me explique como é que os faço parar, é que as histórias que surgem de um "Tu não és a Loira?" são engraçadas e inesquecíveis, mas ainda assim gostava de manter a Vera e a Loira separadas, afinal, a vida é uma coisa e o blog é outra.

Além de que, com os sustos, um dia destes sou bem capaz de morrer do coração.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Estilo, digo eu.


Se uma Loira ao pedal com meias coloridas e bicicleta cor-de-rosa "incomoda" muita gente, duas Loiras ao pedal com meias coloridas e bicicletas cor-de-rosa "incomodam" muito mais. 

#gostocadavezmaisdisto

É um prazer conhecer tão bem uma pessoa ao ponto de lhe poder atribuir um livro, ou vários. É um prazer apreciar tanto um livro ao ponto de achar que é ideal para uma das nossas pessoas. "Vais gostar de ler isto" ou "Lembrei-me de ti enquanto o lia" é um dos grandes elogios que me podem e que posso fazer. É um prazer analisar as entrelinhas, das pessoas, e dos livros. 

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Piropo versus assédio

Fui educada para me defender. Com 6 anos fugi a correr para casa porque um rapazito estúpido e provavelmente piolhoso me tinha batido. A minha mãe agarrou-me na mão, levou-me à escola e disse-me que aquela era a primeira e a última vez que o fazia, disse-me que da próxima tinha que me defender. No dia seguinte o piolhoso rapazito voltou a meter-se comigo e atirei-o ao rio, ainda hoje me lembro de estar sentada na sala de aula e de ver os livros dele a secar ao sol lá fora. Assim continuei, o resto da minha vida, a defender-me.

Já fui elogiada e assediada na rua. Os elogios, ou os piropos que recebi aceitei-os e segui caminho. Ao assédio nunca fiquei sem dar uma resposta que envergonhasse mais o anormal em causa do que a mim, por isso nunca me incomodaram muito. Ainda assim, percebo perfeitamente que há quem se sinta incomodada, que há quem não queira passar por isso, mas pergunto: Acaso os cabrões que batem na mulher não sabem que não o podem fazer? E deixam de o fazer? Acaso os filhos da puta que violam miúdas não sabem que estão a cometer um crime? E é isso que os impede de o fazer? Exactamente, o que é que vão fazer quando um trolha vos mandar uma boca daquelas mesmo porcas?

Eu, se pudesse, mudava muito no mundo, mas começava por outras coisas.

Loira rende-se (finalmente) à moda dos mirtilos

Assassinei-os na massa de um bolo de iogurte que ficou lindo e delicioso. A sério, estava tão bom, tão bom, tão bom...


... que só podia ter ficado melhor se não lhe tivesse colocado lá no meio a porcaria dos mirtilos.

Outubro / 2014

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Nunca mais vou esquecer aqueles dois

Quando partimos para fazer O Caminho acompanharam-nos no último comboio um casal de brasileiros. Chegados a Saint-Jean-Pied-du-Port colocávamos os últimos alforges nas bicicletas quando eles vieram falar connosco, muito admirados porque éramos 4 e levávamos tão pouca bagagem. Quando os olhamos nem queríamos acreditar, para além do excesso de peso que tinham cada um deles transportava mais coisas que nós os quatro juntos, tinham alforges à frente, atrás,  no quadro da bicicleta, mochila e tudo o mais o que possam imaginar. Eles acharam que nós trazíamos pouquíssimas coisas, nós achamos que eles traziam demasiadas coisas, mas ela logo tratou de nos dizer que tinham tirado 1 mês para fazer O Caminho, que caminhar estava fora de questão e por isso escolheram a bicicleta, que vinha para pedalar mas também para se divertir, que trazia vestidinhos de noite, sandálias, secador de cabelo, que queria andar sempre bonita (com sotaque brasileiro foi melhor ainda ouvi-la). Nós desejamos um Bom Caminho e partimos a rir e a pensar quanto tempo demorariam eles a fazer O Caminho. À noite voltamos a cruzar-nos com eles, nós de chinelos, calções que nos dariam para todas as noites durante todo O Caminho e um polar, único na bagagem também, ela de saltos, vestido decotado, acessórios, maquilhada e linda. 

Eles partiram na manhã seguinte para O Caminho, nós ficamos por lá ainda 1 dia, queríamos conhecer melhor aquela zona dos Pirenéus. No dia seguinte fomos pedalar por lá e entre os outros locais fomos a Roscevalles pela estrada, passaríamos por lá no dia seguinte mas vindos do Caminho, voltamos a Saint-Jean e começamos o nosso caminho, conforme planeado, 1 dia depois. Chegamos o Roscevalles por volta das 2:00 H, os trilhos para subir os Pirenéus não eram nada fáceis mas chegados lá já conhecíamos o albergue, a catedral, o restaurante, só queríamos um carimbo na caderneta e comer qualquer coisa para partir até Zubiri, seria lá o destino do dia 1. Quando fomos carimbar a caderneta encontramos o tal casal brasileiro a separar roupas, ela quando nos viu lançou um sonoro "tou despachando tudo pr'a casa", depois de falarmos um pouco ficamos a saber que tinham vindo pela estrada e mesmo assim demoram 2 dias para lá chegar. Nós desejamos novamente um Bom Caminho e partimos, nunca mais os vimos mas pensamos neles várias vezes durante O nosso Caminho, não sei se chegaram a Santiago de Compostela, não sei o que O Caminho lhes mostrou, não sei quanto tempo andaram por aquele chão de que tanto gosto, mas tenho a certeza de que aprenderam a viver somente com o que é essencial. 

O meu local de trabalho tem iluminação a mais

Nos últimos dois dias arrumei os papéis num lote, desliguei o computador, verifiquei se estava tudo fechado, peguei na minha mala, na lancheira, coloquei os óculos de sol, apaguei as luzes, fechei a porta do escritório, desci as escadas, abri a porta que dá para a recepção e tive de tirar os óculos de sol porque já era noite.

Teste n.º 2 às vertigens: Superado com sucesso




terça-feira, 28 de outubro de 2014

Cair é uma merda

Quando sofremos uma queda aparatosa há uns segundos em que percebemos que vamos cair, passam muito rápido, porque batemos no chão imediatamente, não dá para fazer uma retrospectiva de nada, não dá para preparar uma defesa para a queda, não há melhor maneira de cair, mal percebemos que já fomos, já estamos a sentir o impacto do nosso corpo no chão. Depois ficamos ali um bocado sem conseguir perceber se nos magoamos ou não, sem conseguir perceber como é que caímos, o nosso cérebro demora mais uns segundos até voltar ao antes da queda. Já me aconteceu algumas vezes, felizmente poucas e felizmente nunca me magoei a sério, restou-me levantar, sacudir o pó, verificar se a bicicleta estava em tão boas condições como eu e seguir caminho.
Ver um dos nossos a cair é uma merda ainda maior. A impotência de ver cada pormenor da queda e não conseguir fazer nada, sentir o impacto deles no chão, tentar descobrir se se magoaram a sério ou não. Ao contrário das vezes em que fui eu a cair, desta vez não me apeteceu seguir caminho, foi a primeira vez em que fiz somente o trajecto necessário e me vim embora o mais depressa possível sem ficar triste por isso, foi a primeira vez em que simplesmente não me apeteceu pedalar mais.
Mimos, o meu Moreno precisa de muitos mimos, e de andar na minha roda, pelo menos assim se voltar a cair eu não o vejo. 

Teste n.º 1 às vertigens: Superado com sucesso




quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Loira, o que vês do teu selim?


O Outono.

O Pedro

Ainda me lembro da expressão que ele fez quando me viu entrar de saltos altos e bicicleta às costas pela primeira vez na loja, depois de eu lhe dizer que a bicicleta precisava de uma revisão porque eu ia com eles a Viana. "Vais onde?" O Pedro fez comigo as minhas primeiras grandes viagens, ficou sempre comigo quando eu precisei. O Pedro ofereceu-me o primeiro jersey do Caminho de Santiago e prometeu-me que o meu primeiro Caminho não passava daquele ano, cumpriu. O Pedro levou-me para o cimo da montanha e ensinou-me as melhores técnicas para descer, ficamos lá algumas, muitas horas, foi o Pedro que me ensinou a confiança. O Pedro ofereceu-me a roda dele muitas vezes e quando eu a aceitei chegou lá em baixo, levou as mãos à cabeça e perguntou se eu era maluca. O Pedro disse-me uma vez que eu não precisava de beber porque já tinha os sintomas, eu acho que são parecidos com os dele. O Pedro não é perfeito, como eu também não sou, como ninguém é, por isso já nos irritamos muitas vezes, aliás, eu já me irritei com o Pedro, porque para ele é tudo sem stress. Com as mudanças na vida do Pedro acabamos por nos afastar um pouco e pedalar um em cada montanha, mas no início deste ano, quando eu já não pedalava há 3 meses o Pedro percebeu, ligou-me e obrigou-me a ir morrer com ele nas subidas das montanhas de Vale de Cambra. Agradeço-lhe por isso, como por tudo. Esta semana já retribuí um pouquinho daquilo que o Pedro fez por mim, percebi que a vida dele não estava fácil e que ele já não pedalava há muito tempo, liguei-lhe, convidei-o para um café, chamei-lhe calaceiro e lá o convenci a vir connosco no domingo e a fazer um esforço para não deixar de ter tempo para aquilo que gosta. Agora só espero que morra nas subidas, como me aconteceu a mim, só para ele ver o que já me fez sofrer.

Digo eu...

Por cada porta que se fecha abrem-se um milhão de possibilidades.

Caminho mais leve estes dias

Deixei de carregar comigo durante o dia o livro que ando a ler. Desisti de o transportar comigo na mala, com esperança de 5 minutos livres. Ainda tenho a sensação de que me falta algo quando saio de casa e não trago o livro comigo, mas não posso, um livro de 900 páginas ou não cabe nas minhas malas, ou para caber teria que abdicar de toda a tralha que lá trago, incluindo a carteira e o telemóvel. Caminho mais leve estes dias, mas sinto-me mais vazia, quando me sento no café e tenho de esperar pela minha amiga 2 ou 3 minutos, quando chego mais cedo e tenho de esperar por algo ou alguém, ou quando me sobram cinco minutinhos que seriam tão bem aproveitados se trouxesse o meu livro comigo. Na maior parte dos dias carrego o livro e nem lhe toco, não tenho tempo, nem 1 minuto livre, mas andar com ele dá-me uma sensação de conforto. Caminho mais leve estes dias, mas falta-me algo.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Rochy, diz olá às pessoas.

No sábado pedalamos todo o dia, depois do almoço o cão que estava no exterior do restaurante e que nos encantou logo à chegada veio connosco, acompanhou-nos sempre, nas subidas, nas descidas, na lama, na água, nas pedras e no meio do mato. Corria enquanto pedalávamos e voltava para trás sempre que algum de nós se atrasava, para ter a certeza de que estava tudo bem. Acompanhou-nos mais de 25 km, inicialmente pensamos que voltava para trás rapidamente, depois começamos a tentar mandá-lo para casa, não adiantou nada, não nos largou. Eu já estava a ficar em pânico, não podia levar o cão para o apartamento, não sabia se um cão tão livre aceitaria que o metesse no carro para o levar ao dono, não o podia deixar sozinho, até que me lembrei que tinha o número de telemóvel do dono do restaurante e do cão. O Sr. Carlos deu uma gargalhada pela minha preocupação, explicou-me que o Rochy é mesmo assim, faz grandes viagens e volta sempre a casa, é livre para se aventurar e fiel para regressar. Eu apaixonei-me pelo Rochy, não é o meu cão mas é um cão que pretendo visitar algumas vezes. É o melhor amigo do Homem, dos malucos pelos pedais e das Loiras.


 Pessoas, digam olá ao Rochy, o melhor canito de sempre.