sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O problema das mulheres

Se estamos magras é porque estamos anorécticas, pobres de nós que sempre sofremos da cabeça com esta mania das dietas. Se estamos gordas é porque não temos cuidado nenhum, comemos tudo o que nos apetece, somos umas lontras. Se fazemos exercício é porque não temos mais nada para fazer, se fossemos passar a ferro é que éramos umas grandes mulheres. Se não fazemos exercício é porque somos umas preguiçosas, que só queremos estar alapadas em frente à televisão a comer bolachas. Se somos magras e vamos correr devíamos era ir comer um hambúrguer. Se somos gordas e vamos comer um hambúrguer somos umas nojentas, devíamos era comer duas folhas de alface. Se deixamos o cabelo crescer não tem jeito nenhum, está horrível e sem corte. Se cortamos o cabelo, que horror, onde estávamos com a cabeça para fazer uma coisa destas? Se vestimos bem queremos chamar a atenção. Se vestimos mal somos umas desleixadas. Se temos um namorado bonito, pobre homem, deve ter um grande defeito para estar connosco. Se temos um namorado feio é porque somos horríveis e não conseguimos arranjar melhor. Se elogiamos é porque queremos alguma coisa. Se criticamos é porque somos fracas, mesquinhas e invejosas. Se estamos caladas é porque somos umas sonsas. Se falamos demais é porque estamos com falta de sexo. Se gostamos de estar em casa somos umas anti-sociais. Se gostamos de sair e de nos divertir somos umas galdérias. Se passamos muito tempo sem um homem pobres de nós, devemos estar com uma grande depressão. Se pelo contrário acabamos uma relação e começamos outra somos umas vadias.

O problema das mulheres não é ser gorda, nem sem magra, não é ser alta ou baixa, bonita ou feia. O problema das mulheres é que são sempre criticadas. O problema das mulheres é que têm sempre dedos apontados. O problema das mulheres é que essas críticas e esses dedos apontados chegam sempre de outras mulheres. O problema das mulheres é que não gostam umas das outras. O problema das mulheres é que não nasceram para se unir, nasceram para competir. O problema das mulheres são as outras mulheres. E sim, há excepções, são as que as mulheres consideram que têm a puta da mania que são melhores que as outras.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Há quem adore cozinhas brancas


Eu adoro bicicletas.

Alguém conseguirá adivinhar qual é o livro?

Ler um bom livro pode ser arrebatador. Se por um lado queremos ler tudo de uma só vez, queremos absorver cada frase, cada parágrafo, cada ideia, por outro queremos ter o nosso tempo para saborear cada palavra, cada personagem, cada conjugação de sentimentos. Se por um lado temos o resto da vida para terminar o livro, por outro não podemos esperar para lhe dedicar horas e horas. As personagens, os locais, a história, os momentos, tudo nos absorve a imaginação, somos só nós e o livro. Mas depois acaba e fica um vazio, ficam as saudades das personagens, fica um sentimento de perda, a sensação de que nunca mais vamos encontrar um livro que nos preencha desta maneira. Ontem senti-me assim, depois daquela última frase que me deixou um sabor agridoce na alma. "Toda a vida", assim terminou o livro, já tenho saudades.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Post sem fins lucrativos

Quando estava a pagar os cafés vi uns ovos Kinder com mensagens muito fofinhas, decidi trazer um para dar ao Moreno mais logo. Acontece que estou aqui a tentar concentrar-me no trabalho e só penso no ovo, ali, sozinho, tão lindo, tão fofinho e tão apetitoso. Acontece que já me apeteceu comê-lo um milhão de vezes e ele ainda só está ali há uma hora. Acontece que não sei se lhe vou conseguir resistir.


Acham que o Moreno fica muito chateado se eu "descascar" o ovo, se eu comer o ovo e se eu deixar o invólucro do ovo intacto para lhe dar mais logo? Afinal, eu só comprei o ovo por causa da mensagem fofinha e a mensagem fofinha será entregue. Afinal, não dizem que o que importa é a intenção?

Bikipédia - 5

Loira, vou fazer uma maratona, ou um trail, ou uma caminhada, ou qualquer actividade ao ar livre que me vai demorar muitas horas, talvez o dia inteiro. O que devo levar para comer além de fruta, que nas actividades mais radicais rapidamente fica em mau estado e de barritas nutricionais desportivas que comidas em excesso não me fazem muito bem? 

Eu costumo levar frutos secos, marmelada e/ou ovos cozidos.

Socorro... façam-nas parar.

Esta semana a minha mãe mandou marmelada, a mãe do Moreno mandou marmelada e a mãe que arranjei ao pedal mandou marmelada. Se isto continua tenho de mudar de casa, por um lado já não tenho onde guardar tanta marmelada, por outro vou precisar de portas mais largas para poder deslocar-me depois de estar obesa de tanto comer marmelada. Espero sinceramente que parem com isto, ou então, que mandem queijo, só mesmo para acompanhar a marmelada. 

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Era uma casa muito engraçada... tinha a parede toda enfeitada...

Lá em casa já tinha uma árvore de magnólias e um destes dias fiz também uma plantação de margaridas. Por acaso ninguém me sabe dizer onde posso arranjar papel autocolante com cannabis? Estou a pensar rentabilizar a decoração. 

Como escandalizar as light com apenas 3 palavras

No ginásio, perguntaram-me o que tinha lanchado depois de eu ter comentado que fiquei enjoada no final da aula de resistência física. Respondi-lhes que "comi uma manga" e deram gritinhos histéricos, ficaram escandalizadas, chocadas, incomodadas. Como é possível? Uma manga? Então eu não sei que a manga é a fruta que mais engorda? Como é que eu fui capaz? Foi o pânico, o horror, a tragédia. Aparentemente comer uma manga é um dos novos 7 pecados mortais. Antes da próxima ida ao ginásio sou bem capaz de comer uma bola-de-berlim, só mesmo para ver se alguma das light desmaia. Estou convencida que se lhes dissesse o que normalmente como no final de uma pedalada faziam um Abaixo-assinado para me expulsar do ginásio.

Para quem não tiver nada para fazer durante 7 minutos


Como diz o Zé: Este gajo pedala quase tão bem como eu.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Loira dá dicas de beleza

Fazer uma descida de bicicleta a mais de 40 km por hora quando está a chover. Doloroso, mas muito mais eficaz que uma esfoliação. 

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Conclusão do dia: Ler envelhece

Tinha uma consulta médica marcada e levei o meu livro para o tempo de espera, cheguei mais cedo 5 minutos e comecei a ler, passado pouco tempo reparei que as outras pessoas se estavam a queixar do horário, que as consultas estavam a ficar muito atrasadas, eu pensei que possivelmente já seria a hora da minha consulta, olhei para o relógio e tinham passado 45 minutos. 45 minutos que só me souberam a 5. Ler envelhece, claro que envelhece, com as horas a voar desta forma vou ficar velhinha rapidamente.

Loira decide partilhar aquilo que verdadeiramente gosta de ver na televisão

Quem nunca viu Where the Trail Ends não sabe o que é um louco.


Eu adoro-os de paixão.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A importância do nome

Quando comecei este blog não percebia nada disto, dos blogs. Se tivesse feito pesquisas de mercado, se tivesse ponderado o assunto, se tivesse demorado mais de cinco minutos entre o pensamento de ter um blog e lhe dar existência nunca lhe chamaria Também quero um Blog. Deveria ter-lhe dado um nome marcante, sonante, um nome que despertasse as atenções de um público alvo. Se tivesse lido meia dúzia de blogs que fosse antes de fazer nascer o meu, saberia que o nome tem de dizer algo considerável sobre nós. Se tivesse passeado pela blogosfera antes de iniciar esta caminhada saberia a importância dos nomes, saberia a atenção que o nome pode despertar nos feeds, saberia as centenas de visitas e de visualizações de páginas que o nome nos pode oferecer. Imagino-me agora com um: A nacho picante com mais molho de queijo; Misturo tudo em gelado (excepto azeitonas); A pedalar se vai ao longe; Leituras a 50 páginas por hora; e agradeço ser impulsiva o suficiente para inventar um blog em cinco minutos, só porque sim, porque Também quero um blog.

Sabem...

Aquelas pessoas que fazem um sorriso insosso quando vos vêem e se dizem muito felizes por finalmente vos encontrarem, por mero acaso? Aquelas pessoas que só se lembram do vosso aniversário se vocês tiverem a data no Facebook? Aquelas pessoas que só telefonam quando precisam de alguma coisa da vossa parte? Aquelas pessoas que só vos convidam quando precisam de companhia ou de boleia? Aquelas pessoas que se mostram muito preocupadas porque souberam de algo que vos aconteceu, por terceiros? Aquelas pessoas que se mostram muito interessadas na conversa quando o tema são elas? Aquelas pessoas que adoram receber mas nunca têm nada para dar (obviamente que não falo em coisas palpáveis)? Aquelas pessoas que apesar de tudo isso, e mais algumas coisas, vos chamam de amigas ou de amigos?


Digam-lhes que não. Deixem de lhes fazer fretes. Não se deixem usar. Amizade não é isto, amizade é outra coisa. Outra coisa completamente diferente.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Não deixem que o amor pelos animais vos roube o discernimento

Aqui há uns tempos estava a pedalar na pista quando me deparei com uma bicicleta no chão a ocupar praticamente as duas faixas, quando olhei melhor vi uma mulher de joelhos com um cão. Parei e encostei a minha bicicleta enquanto lhe perguntava se precisava de ajuda e ela me dizia em pânico, quase a chorar, que também estava a pedalar e viu ali o cão, estava muito preocupada porque não sabia como o podia ajudar, uma vez que não o podia transportar. Eu disse-lhe para ter calma, que ajudava, pedi licença para pegar na bicicleta dela e a tirar do meio da pista. Aquele local é uma subida no sentido em que eu ia e é uma descida no sentido contrário, logo depois de uma curva, eu passo ali numa BTT entre 35 a 40 km por hora o que quer dizer que uma bicicleta de estrada passa ali a pelo menos 50 km por hora, senão mais, com a curva não se tem visibilidade e do lado direito há uma ravina. A mulher começou aos berros, a dizer-me que eu só estava preocupada com a forma como ela tinha deixado a bicicleta, eu tentei acalmá-la e explicar-lhe que podíamos colocar em risco outras pessoas, tentei dizer que arranjava forma de transportar o cão e que caso não conseguíssemos ia a alguma casa perto pedir ajuda, o cão tinha uma pata magoada, nada mais, a mulher gritava cada vez mais e começou mesmo a insultar-me, como se eu tivesse parado, desviado a bicicleta e me tivesse ido embora sem sequer lhe falar. Conseguiu enervar-me de tal forma que me fui embora e deixei-a aos berros no meio da pista. Não fiquei de consciência tranquila por isso minutos depois voltei para trás, ela já lá não estava, nem o cão. Eu, arrependi-me profundamente de não lhe ter dado um murro no focinho, dela, obviamente, e de não ter trazido o cão comigo, nem um animal merecia estar com uma pessoa daquelas.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Loira, a medrosa

Não consigo descrever o que é uma descida de BTT. Dizer que somos nós em cima de uma bicicleta a uma velocidade significativa a passar pedras, lama, buracos, areia, paus, regos, vegetação e tudo mais o que possa aparecer pela frente é pouco, é muito pouco. Fazer uma descida de BTT pode ser uma autêntica loucura e sempre foram as descidas mais difíceis e mais técnicas que mais me apaixonaram, largar-me lá de cima sem pára-quedas capaz de suportar o peso da minha loucura. Ainda assim, com toda esta paixão pela imprudência de sentir o impacto da liberdade a bater-me no corpo há dias em que não consigo fazer nada, travo a fundo, bloqueio, desmonto ao mais pequeno obstáculo, tudo para mim é um perigo, tudo para mim é um não consigo, é um vou cair, tudo para mim é insegurança. E nesses dias, nos dias em que sou uma cobarde penso em tudo o que já fiz, em tudo o que já desci e sinto-me ainda pior, por parar naquele momento perante uma insignificância mental, porque até a Loira, a destemida, a corajosa, a louca, às vezes acorda medrosa, prova de que aquilo de que somos ou não capazes está sempre na nossa cabeça. 

Estou muito invejosa.

A aventura deles terminou. Eu também queria muito fazer algo assim.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014