Perguntou-me a pessoa que estava à minha frente na caixa multibanco e que já se encontrava a efectuar operações. Eu disse-lhe instintivamente que não, que não tinha pressa e fiquei ali à espera por tempo indeterminado que ele acabasse de fazer vários pagamentos e levantamentos. Fiquei ali a pensar. Porque raio lhe fui eu responder que não, que não tinha pressa se tinha de estar na empresa dentro de quinze a vinte minutos e se ainda tinha que fazer o levantamento do dinheiro e se ainda tinha que meter gasolina e se ainda tinha que passar no centro de saúde para entregar uns papéis da minha mãe. Que estupidez a minha. Se lhe tivesse dito que sim ele tinha-me deixado fazer o meu levantamento, em poucos segundos eu seguia caminho e ele continuava com a vida dele frente ao multibanco por tempo indeterminado. Que estupidez a minha, quem, no seu perfeito juízo, diria que não, que não tinha pressa quando na realidade o que não lhe falta é pressa? Ninguém. Foi isso que estive a pensar enquanto não chegava a minha vez, ninguém diria que não tinha pressa porque andam todos cheios de pressa, tal como eu, sempre a correr de um lado para o outro, sempre com hora marcada, sempre com algo muito importante para fazer. Eu tenho pressa, todos têm pressa, a vida é feita de pressa, infelizmente. Foi isso que eu fiquei a pensar. Depois ele foi embora, eu sorri, agradeci o gesto que poucos teriam e fiz o meu levantamento. Afinal valeu a pena esperar, vou tentar viver com menos pressa, pelo menos de vez em quando. Hoje cheguei atrasada, valeu a pena.
pressa pressa pressa, todos nos regulamos um bocado por aí. todos exepto um bocado eu, não gosto de pressão, gosto de calma, exceptuando em algumas situações e que sermos pressionados vale mais porque acabamos por fazer as coisas. estudo num cidade quase alentejana, e estou habituada a calma, a esperar pacificamente pelo autocarro, a entrar sem stress nas aulas, como todos os outros, e se for preciso levanto-me uma hora e meia mais cedo para ter todo o tempo do mundo para despachar de manhã e ainda ver alguma coisa na televisão e beber um café, e depois quando visito Lisboa morro, a corrida para o metro, a corrida no centro comercial, toda a gente a apitar assim que o sinal fica verde ODEIO ODEIO ODEIO, percebi que realmente nunca iria morar numa cidade grande como Lisboa se tudo correr bem. quero campo, quero paz, calma, quero não ter pressa.
ResponderEliminarMuitas vezes questiono-me... para quê tanta pressa? Até que ponto a humanidade quer chegar?
ResponderEliminarMoro numa aldeia e adoro, mas mesmo aqui há pressa e as pessoas dizem nunca ter tempo.
A humanidade ande cega... é a cegueira branca, não é loirinha linda?
Apesar de não me ter lembrado disso quando escrevi o post, de facto, tem tudo a ver com a cegueira branca que nós sabemos. Obrigada minha Joaninha.
EliminarPelo menos, teve a delicadeza de te perguntar se tinhas pressa!!!
ResponderEliminarBeijinhos.
Olha, bela conclusão a que chegaste, boa =)
ResponderEliminarBeijocas
Olha Loira não te aconteça como eu, o senhor do multibanco voltou-se e perguntou: está com pressa?, eu: Não. O senhor responde: ainda bem porque eu vou demorar muito! :@
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