quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Preta mais Preta não há


Alice chegou-me à porta de casa a chorar, em circunstâncias muito tristes, no fim de semana natalício e não sairá mais, é nossa, minha e da Julieta que embora a tenha querido assassinar nos primeiros dias agora a adora de paixão e passa os dias a lamber, a dar mimos e a abraçar a companheira de traquinices. Alice era brava, era selvagem, comia como se não houvesse mais comida no mundo, reclamava dos mimos e do colo, mostrava as garras e os dentes a cada minuto e vivia independente, como se fosse sozinha no mundo. Uns dias connosco e já pede colo, já agradece com mimos, já brinca, já dorme profundamente abraçada à Julieta ou em cima do meu pescoço, já me espera à porta de casa e recebe com saudades, tal e qual a Julieta, já me olha com olhos meigos e o mais importante de tudo, já ronrona. Ronrona como nunca ouvi a Julieta, tão alto e durante tanto tempo que é difícil explicar e acreditar, às vezes acho que tem o motor da felicidade avariado esta pretinha, ela e nós, que nos apaixonamos perdidamente por ela. Preta mais Preta não há, e é minha.

3 comentários:

Aqui não há censura...