segunda-feira, 30 de maio de 2016

Um dos meus sítios preferidos no mundo

Diz a wikipédia que o Monte Farinha é uma montanha do distrito de Vila Real, com uma altitude de 947 metros. No seu topo, conhecido como Alto da Senhora da Graça, localiza-se o Santuário de Nossa Senhora da Graça, e a vila de Mondim de Basto situa-se no seu sopé.
A ascensão ao Alto da Senhora da Graça, por uma estrada com inclinações até 12%, é famosa pela habitual presença na Volta a Portugal em Bicicleta.



Para mim está é a mítica, a grande, a verdadeira subida. A montanha que se mostra imponente, um cone que se destaca no meio da paisagem por muitos e muitos quilómetros. Quando estamos cá em baixo, na base, prontos para a subir, só nos conseguimos sentir muito pequeninos, minúsculos, insignificantes. Quando atingimos o topo a sensação muda por completo, lá em cima somos grandes, enormes, gigantes, lá em cima temos o mundo aos nossos pés e conseguir conquistar aquele cume é sempre uma vitória com um sabor muito intenso.
De minha casa até ao topo e regressar são quase 90 km com 2700 mt de acumulado de subida, já perdi a conta às vezes que lá fui, mas tento ir pelo menos uma vez por ano, às vezes com mais dificuldade, às vezes com menos, mas o dia de lá ir é sempre muito especial. Sábado choveu torrencialmente durante todo o dia, mas não deixei de cumprir a data para subir até a um dos meus sítios preferidos no mundo. Foi um grande dia. 

quarta-feira, 25 de maio de 2016

As coisas que eu leio #5

Acabaram de chegar mais alguns

Compro quase todos os meus livros através da Internet, aproveito as promoções, as ofertas, os pré-lançamentos, as sugestões e tudo aquilo que possam imaginar. Sou completamente viciada em livros. Tenho em casa sempre uns 50 para ler a seguir e ainda assim não consigo deixar de comprar mais e mais. Sinto uma necessidade quase física de os ter, é como se precisasse deles para sobreviver, não consigo resistir. Tenho um orgulho indescritível das minhas estantes e dou por mim plantada lá em frente várias vezes, a admirar os livros, completamente apaixonada. Não há prazer maior do que receber livros novos, acompanhar no site a encomenda, esperar ansiosamente pelo carteiro, abrir a caixa e olhar para cada um deles pela primeira vez, examinar cada bocadinho da capa e da contracapa, abrir e sentir a textura das páginas, cheirar cada um deles e sentir a diferença entre um cheiro e outro, cada livro é único. Não há prazer maior do que chegar a casa e acrescentar vida às minhas estantes, do que pensar onde fica melhor cada um deles, do que organizar uma e outra vez. Não há prazer maior do que já não ter estantes suficientes. Não há prazer maior do que ter livros para ler.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Claro que tinha de publicar algumas fotos da minha última viagem











Caminho de Santiago até Fátima

Sempre sonhei...

Dou por mim demasiadas vezes a dizer um sempre sonhei. Sempre sonhei fazer isto. Sempre sonhei vir aqui. Sempre sonhei percorrer este caminho. Sempre sonhei alcançar este cume. Sempre sonhei atingir este objectivo. Mas é mentira, nem sempre sonhei. Acontece que os sonhos nascem dentro de mim com tanta força que me parece que sempre ali estiveram, mesmo quando acabo de os descobrir. Os sonhos multiplicam-se em mim e não há como os fazer parar. Ainda não realizei um sonho de sempre e já me nasceu na alma e no coração um novo sonho, daqueles tão intensos que eu própria acredito que sempre os sonhei.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Dos fins de semana

Levanto-me sempre demasiado cedo porque vou pedalar. Deito-me sempre demasiado tarde porque quero ler. Dormir é uma perda de tempo nos dias de liberdade.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Os meus livros #34 - Teoria geral do esquecimento

SINOPSE

Luanda, 1975, véspera da Independência. Uma mulher portuguesa, aterrorizada com a evolução dos acontecimentos, ergue uma parede separando o seu apartamento do restante edifício - do resto do mundo. Durante quase trinta anos sobreviverá a custo, como uma náufraga numa ilha deserta, vendo, em redor, Luanda crescer, exultar, sofrer. Teoria Geral do Esquecimento é um romance sobre o medo do outro, o absurdo do racismo e da xenofobia, sobre o amor e a redenção.






Tão bom, tão bom, tão bom.

Os meus livros #33 - As altas montanhas de Portugal

Sinopse

Trás-os-Montes segundo Yann Martel

Na Lisboa de 1904, um jovem chamado Tomás descobre um diário antigo onde é mencionado um artefacto extraordinário que poderá redefinir a história. Ao volante de um dos primeiros automóveis da Europa, Tomás aventura-se pelo país em busca deste objeto invulgar. Trinta e cinco anos depois, em Bragança, um patologista, leitor voraz dos romances de Agatha Christie, vê-se enredado num mistério que é consequência da demanda que Tomás levara a cabo. Décadas mais tarde, um senador canadiano refugia-se numa aldeia no Norte de Portugal após a morte da mulher. Com ele traz um companheiro invulgar: um chimpanzé. E eis que é desvendado por fim um mistério com cem anos. As Altas Montanhas de Portugal é um romance original e empolgante que explora com mestria questões prementes da condição humana. Cheio de humor e surpresas, leva-nos numa viagem pelo Portugal do século passado que é também uma viagem interior.

Do autor de A Vida de Pi, bestseller internacional vencedor do Man Booker Prize, estas 3 novelas interligadas que têm em comum o tema da perda, foram idealizadas pelo autor aos 20 anos.




Não há livro deste autor que não me faça apaixonar. Nunca vi ninguém escrever tão bem nas entrelinhas. 

Os meus livros #32 - O centenário que figiu pela janela e desapareceu

SINOPSE
Um romance hilariante e um fenómeno internacional de vendas a ler sem qualquer moderação!

No dia em que Allan Karlsson celebra 100 anos, toda a cidade o aguarda para uma grande festa em sua honra. Mas Allan tem outros planos… Morrer de velho? Sim, mas não ali! Munido de um par de chinelos gastos, joelhos empenados e uma ousadia tremenda, Allan lança-se numa extraordinária aventura, arrastado numa torrente de equívocos e golpes de sorte. E ao mesmo tempo que acompanhamos a sua última viagem (ou será que não?), conhecemos o seu passado, perdido entre guerras, explosões e mulheres fatais - qual delas a mais perigosa! Uma estreia literária impressionante que conquistou centenas de milhares de fãs.






Completamente absurdo e completamente hilariante. Muito bom. 

Os meus livros #31 - Carta à mulher do meu futuro

SINOPSE
Em Julho de 1945, depois de sobreviver ao campo de concentração de Bergen-Belsen, Miklós, um jovem húngaro de vinte e cinco anos, é enviado para um campo de refugiados na Suécia. Pele e osso, desdentado, doente, o médico dá-lhe poucos meses de vida. Mas morrer depois de sobreviver a uma guerra não está nos planos de Miklós. Ele não se sente sozinho. Sabe que há 117 mulheres da sua terra a viver em campos de refugiados na Suécia. Ignorando a sentença de morte da febre que o atormenta todas as manhãs, envia uma carta a cada uma delas. Alguma haverá de sucumbir à sua veia poética e sedutora caligrafia. A centena de quilómetros, Lili responde. Assim começa uma história de amor redentora e inesquecível entre dois sobreviventes que eram também sonhadores. Baseada na história real dos pais do autor e narrada a partir das cartas trocadas entre os dois, o romance de Péter Gárdos relembra-nos que o amor é uma força de vida, capaz de vencer a própria morte.




Não há como não gostar de ler sobre o amor e é sobre o amor todas as páginas deste livro. 

Os meus livros #30 - As cores de Branca

Sinopse
António Galvão, o homem mais importante de uma pequena vila do interior, decide dar o mesmo nome a todas as filhas. Elas eram apenas a espera, o desgosto, o antes, as vidas que apenas existiam para que o homem chegasse. Mas a natureza não colaborou com os seus planos e António viu nascer sete Brancas.

Uma macabra tragédia abate-se sobre a família Galvão e um inesperado fenómeno começa a ser construído naquela pequena localidade. Da palidez do nome daquelas meninas, da ferida de toda a insignificância daquelas irmãs nasce uma revolução sem precedentes que deixará Galvão, para sempre, na história dos homens.

Os galvenses olharam para o céu e o dia iluminou-se. Os galvenses olharam para a terra e as obras descobriram-se. Eram todas. Eram todos.



Este livro conta uma história completamente triste e completamente diferente de tudo o que já li. Prendeu-me a cada página e surpreendeu-me. 

Os meus livros #29 - As aventuras de Marina Pons

Sinopse
Marina é uma mulher inquieta: com a vida, com a descoberta dos outros e dela própria. Professora de biologia e órfã, desde cedo foi criada pelo muito extremoso tio Hilário, proprietário de um negócio de próteses, cadeiras de rodas e material sanitário. Marina, trintona habituada ao celibato e à solidão, encanta-se com José Serra, um exibicionista profissional com um sorriso tímido.

José Serra sempre achou melhor poupar Marina às imundícies da sua vida. A atração não foi coisa imediata: quando conheceu Marina, José pensou que com aquela rapariga poderia envolver-se por uns tempos. O que não imaginava era que ela viria a transformar a sua vida. Nem em sonhos teria conseguido imaginar.

José morre prematuramente e Marina, viúva e com o negócio do tio em mãos, nunca deixa de pensar no seu adorado marido: «se é certo que desde pouco tempo depois de enviuvar estive com muitos homens e, na maior parte desses encontros, não passei mal, ninguém mais do que o José, que descanse em paz, é capaz de fazer cócegas na minha imaginação e na minha memória.»




Adoro a forma como este livro está escrito, adoro esta escrita nua e crua. No início do livro achei que a vida de Marina pudesse ser mais interessante, não é, isso desiludiu-me um pouco, até perceber que o foco deste livro é a solidão. Gostei muito deste livro.

Os meus livros #28 - Três vezes nós

Sinopse
Há momentos que mudam tudo. Quando os seus caminhos se cruzam, em 1958, Eva e Jim são dois jovens estudantes de Cambridge. Jim passeia na rua quando Eva, que se aproxima de bicicleta, dá uma guinada para se desviar de um cão. O que acontece a seguir determinará as suas vidas. Seguimos três versões diferentes do seu futuro - juntos e separados -, à medida que a sua história de amor segue diferentes percursos e reviravoltas até chegar ao desfecho, em 2014. Três Vezes Nós é um romance notável sobre as decisões que tomamos e os diferentes caminhos que as nossas vidas podem seguir. E se uma pequena escolha pudesse alterar a sua vida para sempre?



Este foi um livro pelo qual me apaixonei à primeira vista. Comprei-o pela capa, que para mim representa a união das minhas duas grandes paixões. A forma como foi construído e as três versões de uma mesma história tinham tudo para me fazer vibrar, mas isso não aconteceu, acabei por não me conseguir ligar ao livro, às personagens e à historia, e acho que pelo menos o final deveria ter algum impacto, coisa que não aconteceu, demasiado previsível, demasiado insípido.  

terça-feira, 17 de maio de 2016

Olá, eu sou a Loira e vou contar-vos alguns pormenores

Tomo café sem açúcar. Faço colecção de meias até ao joelho e não saio para pedalar sem elas. Não resisto a comprar jerseys de BTT. Não ando sem um livro. Ainda não acabei de ler um livro e já tenho outro ao meu lado para começar imediatamente. Faço colecção de relógios com bicicletas no mostrador e uso no mínimo 3 relógios por dia. Não consigo sair à rua de dia sem óculos de sol, mesmo quando está a chover torrencialmente. Uso sempre salto alto. Gosto mais de salgado do que de doce. Não vejo televisão. Adoro cores. Ando sempre com creme para as mãos na mala e uso-o diversas vezes ao dia. Ando sempre com o meu bloco de notas onde anoto ideias, frases, pensamentos e tudo o que me vem à cabeça. Sou louca por gomas e por gelado. Não sou capaz de ter as unhas por arranjar. A base é a minha melhor amiga. Ler e pedalar são a minha terapia. 

Querido diário

Olhar para o espaço em branco que posso preencher com bocadinhos meus, através das palavras, depois de algum tempo sem o poder fazer é como reencontrar um amigo depois de uma longa ausência, tanto para dizer, tanto para abraçar, tanto para viver. 

terça-feira, 10 de maio de 2016

Sou movida a paixão

Apaixono-me todos os dias, uma vez por dia, várias vezes por dia, imensas vezes por dia. Apaixono-me pela mesma coisa diversas vezes. Apaixono-me por coisas novas a todo o instante. Apaixono-me a cada minuto. É à paixão que vou buscar toda a minha força, toda a minha energia, toda a minha alegria, toda a minha forma de ser. Sou movida a paixão. Sem paixão nada me faz sentido, nada me é possível. Não sei viver senão apaixonada. 

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Ontem

Saí de casa com ameaças de chuva e sozinha, coloquei a música nos ouvidos e pedalei. Pedalei, pedalei, pensei e sonhei. Quando começou a chover fiquei ainda mais feliz, pedalar à chuva lava-me a alma. Ao fundo, por baixo da minha música ouvia o som da trovoada. Foi um tempo só meu. Foi um tempo de calma, de felicidade, de liberdade, de reflexão, foi um tempo de paz. Foi um tempo que me é muito necessário, de tempos a tempos. Até à primeira pedalada ainda não tinha percebido a falta que isto me estava a fazer, o bem que estes quilómetros me fazem. As saudades que eu tinha de mim. 

Já me tinham chamado muitas coisas

Anjo da Guarda foi a primeira vez. E vou guardar esse momento para sempre no meu coração.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

O meu blog parece o Deserto do Saara

Talvez aproveite a solene ocasião para escrever sobre tudo o que andei durante anos a tentar esconder nas entrelinhas. Talvez não. Há entrelinhas que nunca devem ver a luz do dia. Nem num Blog, nem em nós. 

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Loira, o que vês do teu selim?


Enquadramentos perfeitos

No dia 04 de Maio de 2016

Assim que me viu fez um grande sorriso, abraçou-me e agradeceu por partilhar fotos das minhas viagens, abraçou-me novamente e disse: "As tuas viagens fazem-me sonhar"

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Horas de felicidade

Primeiro foram os últimos dias antes da viagem, os últimos pormenores, a ansiedade, os pensamentos entre o que falta fazer e o que é preciso levar, o frio na barriga, a falta de concentração. Depois foram três dias de viagem em autonomia total onde todas as gramas contam e onde um livro que sei que não vou ler não cabe no alforge. Por fim foi o regresso, o choque de realidade, a vida normal, a mente ainda na viagem, as saudades, a sensação de que foi tanto mas durou tão pouco.
Sentei-me no Domingo, depois de mais de uma semana sem ler, peguei num livro e comecei a ler, li, li, li. Não comi, não dormi, esqueci-me do mundo. O livro acabou, fechei-o depois de o ler ininterruptamente da primeira à última página. Só depois daquelas horas é que na minha vida se repôs a normalidade. 

O Meças de J. Rentes de Carvalho

A vida rouba-me demasiadas vezes a inspiração para escrever, as datas, os prazos, a pressa, os horários, os assuntos urgentes, a pressão do trabalho e as mil e uma coisas para fazer diariamente. A forma como a minha vida vai reflecte-se perfeitamente na forma como escrevo, na vontade, na paciência, nas entrelinhas, na inspiração. Mas ás vezes basta um pequeno gesto para que as coisas mudem, para que a vida nos pareça mais colorida, para que a inspiração nos sorria. Já voltei ao blog depois de muito tempo porque a Ana me mandou a mensagem a dizer simplesmente Loira, volta ao blog, já me inspirei a escrever porque a Su partilhou um texto meu, porque a Joana disse que a faço rir, porque alguém me disse que tinha de ler algo, porque me mandaram um mail com uma simples pergunta ou com uma história de vida, porque a Nêta me mandou pasteis de feijão, porque alguém me mencionou num blog, porque alguém leu um artigo ou viu umas imagens e lembrou-se de mim. Por isso é que estou sempre a dizer o mesmo, são as pessoas que contam, são as pessoas que me inspiram e que me fazem querer continuar.
Ontem recebi um livro em casa, da minha querida Gaja Maria, embora ela não saiba, aquele envelope na caixa do correio ao final do dia foi muito importante para mim, embora ela não saiba, aquele livro emocionou-me profundamente. Quando abri o livro e li aquela primeira frase, Alguém terá de lhe emprestar as palavras, não pude deixar de pensar que a Gaja Maria, que já tantas vezes me disse que eu sou inspiradora, desta vez me emprestou as suas palavras e tantas vezes me emprestou a sua inspiração. A vida rouba-me demasiadas vezes a inspiração para escrever, felizmente por muito pouco tempo, há sempre algo ou alguém que faz a vida inspirar-me. Obrigada Gaja Maria