sexta-feira, 9 de março de 2012

Do coração...

Penso que é a isto que chamam de maturidade já que foram os anos e as experiências de vida que mudaram em mim o coração. Sempre me apeguei demais às pessoas, aos momentos. Achava que entravam na minha vida para nunca mais sair, o meu coração era uma espécie de hotel onde só era permitido fazer o ckeck-in, depois de entrar tinham que viver lá para sempre. E era enorme este hotel, poderia viver cá o mundo inteiro, sem nunca precisar de fazer o check-out. Por causa disso, o coração ficou-me destroçado tantas e tantas vezes e o hotel quase desmoronou.  Demorei alguns anos, mas consegui construir cá dentro do peito uma espécie de chalé aconchegante onde habitam pessoas realmente importantes. Há sempre lugar para mais um aqui, os hóspedes são sempre muito bem recebidos, mas a gerência (ou o coração) tem a plena consciência que uns querem cá viver, outros alugam o espaço por tempo indeterminado e há aqueles que só querem lá passar férias. Por vezes ainda há algumas lágrimas na despedida, mas o melhor é fazer uma limpeza, preparar o quarto para os que chegam a seguir e manter sempre as portas abertas, para os que querem realmente viver por lá (ou por cá) para sempre.

13 comentários:

  1. Sabes uma coisa Loira? Tenho gostado particularmente dos teus posts enigmáticos. Talvez por gostar de ler nas entrelinhas... ;)
    Gostei bastante desta analogia.

    Kiss

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  2. Concordo com a Essência :)

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  3. Nao sei se es escritora, mas se nao es devias ser1 =)*

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  4. Sem dúvida, não devemos querer manter à força os hospedes que não querem ficar. Há que deixa-los ir e deixar espaço livre para os novos.

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  5. A escrita corre-te pelos corredores... perdão, pelas veias!! :)

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  6. Gostei do que li e concordo com a Sodona Essência!

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  7. Concordo plenamente.
    Tb sempre considerou o meu coração como um hotel com vários quartos sempre disposto a receber novos inquilinos e a manter os antigos sempre nas melhores condições.
    Mas este meu prédio tem suites, reservadas só p pessoas especiais.
    Nesses quartos só entram pessoas depois de bem seleccionadas pela gerência.
    E se for necessário despejar a suite porque esse inquilino não se porta bem ou não paga a renda atempadamente, tb o coloco na rua, limpo o quarto, coloco-o arejar e quando achar que esta perfeito, volto a aluga-lo.
    Bjs* minha querida, adorei o texto =D

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  8. Muito bom, claro já te disseram, mas é só para saberes que mais uma gostou particularmente deste texto.

    Bom fim de semna

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  9. Gosto de posts que nos fazem pensar... tu escreves com um motivo e nós fazemos a nossa interpretação

    1 beijinho

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  10. Eu aprendi essa lição cedo de mais com "pessoas" jamais pensar deixar fazer o check in... o meu hotel desmorou cedo demais... hoje então foi um dia não para mim... e não quero mais hoteis!

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  11. Pois... eu também sempre me apeguei demais às pessoas (ainda sou um bocadinho assim) mas sofro muito com isso porque sou péssima a dizer adeus.

    Mas a vida vai-nos ensinando... nós às vezes é que nos custa muito a aprender.

    Beijos no teu coração.

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  12. Lindo e sábio.
    "Penso que é a isto que chamam de maturidade já que foram os anos e as experiências de vida que mudaram em mim o coração. Sempre me apeguei demais às pessoas, aos momentos. Achava que entravam na minha vida para nunca mais sair, o meu coração era uma espécie de hotel onde só era permitido fazer o ckeck-in"
    no meu coração também só se faz check in.. N digo que seja muito grande. Talvez tenha sido sempre um pequeno chalé, mas gosto de ser assim*

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