terça-feira, 29 de setembro de 2015

Fui à Lello

A livraria, no Porto, considerada umas das mais bonitas a nível internacional e que há uns meses atrás começou a cobrar dinheiro à entrada. Os 3 € que se pagam para entrar na Lello são dedutíveis na compra de livros e segundo li na altura, com esta decisão a Lello pretendia voltar a ser reconhecida como livraria e não apenas como espaço turístico.
Comprei o bilhete e fiquei na fila à espera, para entrar. Já lá dentro não me conseguia deslocar e entre encontrões e minutos de espera para que os grupos acabassem de tirar as suas fotos lá percorri o espaço, sem espaço. Subir as escadas exigiu-me paciência e uns bons reflexos para me conseguir desviar de um e outro flash. Aproximar-me dos livros era praticamente impossível para mim. Sou suspeita, detesto multidões e sou completamente apaixonada por livros, queria estar na Lello em silêncio, queria poder percorrer os corredores, analisar os livros, cheirar a paz e apreciar as paredes repletas de páginas, de histórias e de vida. Queria poder viver o momento de estar ali, como quero sempre que entro num local de veneração. Sim, para mim uma livraria é tudo isso. Posso também ter entrado na Lello na hora errada, pode ter acontecido de toda a gente querer ir lá na mesma hora que eu, mas se a Lello é sempre aquilo que vi quando lá fui não quero lá voltar. Vim embora rapidamente com o primeiro livro da minha extensa lista que tive a sorte de deslumbrar e com a sensação de que os 3 € que cobram à entrada não chega, deviam cobrar mais, limitar a entrada a um número reduzido de pessoas, limitar o tempo para se poder estar lá, fazer qualquer coisa. Estar dentro de uma livraria como a Lello é algo único, não deveria ser, jamais, uma espécie de romaria. 

6 comentários:

  1. Olá :)
    Nunca visitei a Lello. Não preciso para saber, através da tua descrição, que também eu me sentiria incomodada com tanta gente em redor. Da mesma forma, também concordo que silêncio e livros são uma combinação perfeita. Há pouco tempo visitei o Palácio Nacional de Mafra, que possui uma biblioteca rara em imponência e beleza. Sorri de orelha a orelha. Acho que te faria sorrir também.

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    1. Desde que li O Memorial do Convento e que procurei saber um pouco mais sobre o Pallácio Nacional de Mafra que sonho visitar essa biblioteca. Obrigada Ana.

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  2. Sem dúvida .. e é pena que o estejam a fazer mas pronto, é ponto turístico !

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  3. Só lá fui uma vez, há muitos anos atrás, mas na altura não lhe dei a devida atenção...

    Em relação à imensa gente, sou como tu, prefiro tudo mais tranquilo e sossegado, enfim...

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  4. Sendo tripeira de gema, já entrei na Lello para cima de uma dezena de vezes, sempre antes de se cobrar bilhete....
    E nunca me deparei com esse cenário - terei lá ido à hora certa :)

    Martha

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