quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Tempo de escrever

Ando, nos últimos tempos, mais inspirada do que nunca, ou para ser mais verdadeira, tão inspirada como há muito não me via. As ideias, as frases e os temas sobre os quais quero escrever surgem-me à velocidade da luz, aponto tudo no meu caderno da inspiração que está sempre por perto, para que não me falhe nada, para que não se perca nenhum pensamento, nenhuma ideia nova, luminosa, peregrina. O caderno tem infinitas reflexões, talvez nunca venha a escrever sobre grande parte delas, mas apontar cada uma delas é um exercício de paixão para mim. O caderno está cada vez mais rico, repleto, abundante, gordo, redondo, grávido, prenhe, farto, saturado de rascunhos que nunca vêem a luz do ecrã, que nunca sentem o som das teclas. Preciso de tempo. Tempo só nosso, meu e das letras. Tempo para riscar, escrever novamente, ler os pensamentos mais antigos, passar ideias para textos, tempo para escrever. Não chega a inspiração, não chegam os mil pensamentos e as ideias que nunca mais acabam, não chega olhar para o mundo com olhos de passar aquilo que vemos para palavras, frases, parágrafos, textos, escrever exige momentos só nossos, eu e as palavras. Exige uma concentração diferente, como se o mundo deixasse de existir por uns minutos e tudo fosse  descritível, conjugável, é desses minutos que preciso todos os dias, do meu tempo de escrever. 

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