E ao fim de nove mil, trezentas e cinquenta e sete viagens e triliões de quilómetros depois consegui partir o meu suporte de alforge e ficar, literalmente de bagagem na mão. O Caminho dá-nos sempre o que nós precisamos e o que eu precisava mesmo era de um amigo com uma mochila que me pudesse emprestar, O Caminho deu-me o amigo e emprestou-me a mochila, que não sendo a adequada para suportar todo o peso das minhas coisas nem para encaixar perfeitamente nas minhas costas me ajudou a seguir Caminho e a chegar à minha meta com uma grande decisão de vida tomada: comprar uma mochila. Divorciei-me do meu alforge, nunca mais o quero ver, o traidor. Vou casar com a minha mochila, linda e cor de rosa, 30 litros, ideal para transportar o essencial para a minha sobrevivência em grandes viagens e aventuras, irei com ela pedalar pelo mundo fora, irei com ela caminhar por caminhos desconhecidos, irei com ela fazer viagens pela Europa e pelos Estados Unidos, irei com ela à Índia e à Patagónia, irei com ela à Conchinchina, irei com ela acampar, irei com ela para todo o lado, irei com ela até ao fim do mundo, seremos muito felizes, para todo o sempre, ámen. Eu e a minha mochila.
A minha mochila é melhor que a tua, que é como quem diz, a minha mochila será melhor que a tua, depois de casarmos, eu e ela, ou melhor, depois de eu finalmente investir numa mochila para a vida toda. Assim nasce uma relação. Há amor no ar.
A minha mochila é melhor que a tua, que é como quem diz, a minha mochila será melhor que a tua, depois de casarmos, eu e ela, ou melhor, depois de eu finalmente investir numa mochila para a vida toda. Assim nasce uma relação. Há amor no ar.
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