quarta-feira, 18 de junho de 2014

Devemos sempre voltar aos locais onde fomos infelizes

Em 2010 fim O Caminho de Santiago por Chaves, o mesmo que fiz há uns dias atrás, desta vez acrescentei-lhe ainda a última etapa até Finisterra. Em 2010 foi o terror, só via subidas impossíveis, estava cansada, os meus joelhos traíram-me, mal conseguia pedalar, por pouco não conseguia chegar a Santiago, fiz o primeiro dia debaixo de uma tempestade e o segundo e terceiro em sofrimento. É certo que em 2010 não tinha metade da preparação e da experiência que tenho agora, mas para os meus colegas de viagem aquilo também não foi nada fácil, tanto que a maioria jura que aquele Caminho é para nunca mais e ainda me chamaram de maluca por repetir. Desta vez as subidas eram técnicas e difíceis, mas possíveis, tanto que fiz a maior parte delas em cima da bicicleta, desta vez não havia dores, não havia sofrimento, só prazer em pedalar e diversão, desta vez, ainda com o acréscimo da última etapa cheguei ao meu destino bem e no dia seguinte poderia continuar a pedalar sem qualquer problema, caso o meu destino fosse ainda mais longe. Por isso digo que devemos sempre voltar aos locais onde fomos infelizes (no meu caso "infeliz" não no sentido literal da palavra, apesar do sofrimento fui muito feliz por lá, apesar de tudo consegui), só ao repetir experiências negativas é que podemos tirar partido delas e perceber a evolução que tivemos desde a última vez. Só ao repetir experiências podemos ver o mundo com outros olhos e perceber o quanto aprendemos desde a última vez. 

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