quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A companhia no Caminho

Vamos? Perguntei-lhe eu. Vamos. Respondeu-me ela. E foi assim que nos fizemos ao Caminho, sem pensar muito, porque se o fizéssemos desconfio que nunca tínhamos saído de casa. Mas porquê? Perguntava-me ela nos primeiros dias. Mas porque te foste lembrar de ir para Santiago a pé com estas grandes mochilas às costas? Já vais perceber. Garantia-lhe eu.
Caminhamos milhares e milhares de passos lado a lado, estivemos juntas nas subidas, nas descidas, nas histórias, nas conversas, na música, nas gargalhadas, na comida, no mimo, na dor, na recuperação, nas lágrimas, na emoção e nos sorrisos. Chegamos à Praça em paz, de mãos dadas e de alma lavada.
Eu sentia há muito tempo que precisava fazer isto e que ela precisava fazer algo diferente. Eu queria arranjar perguntas e sabia que ela precisava encontrar respostas. Foi por isso que lhe fiz a pergunta. Vamos? Vamos. Respondeu-me ela, que diz que comigo vai para todo o lado.
Foram dias muito intensos, foram dias de confissões, de recordações, de conversas, de conclusões, de descobertas, de paz, de uma amizade e compreensão inexplicáveis, de muito amor. Foram dias que nos mostraram aquilo que somos e que sentimos uma pela outra há 11 anos. 
No fim tudo fez sentido, tudo se encaixou, no fim ambas percebemos que O Caminho nos mudou e nos uniu ainda mais, no fim soubemos que O Caminho das nossas vidas só fazia sentido uma ao lado da outra e no fim, ambas ficamos com a certeza que ficaremos juntas para tudo e seremos inseparáveis. Há alturas em que podemos não ter mais ninguém, mas vamos ter-nos uma à outra para sempre. 

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