segunda-feira, 27 de julho de 2015

Equipa


Terminou assim o Tour de France, com o vencedor Chris Froome e toda a equipa Sky a emocionar os mais sensíveis com esta chegada. Deixando de lado as técnicas de competição, que não me interessam para nada, eu só vejo emoção e noção de equipa, isso não posso deixar de lado, isso sei bem o que é.
Quando comecei a pedalar havia no máximo uma centena de pessoas, entre os de montanha e os de estrada, a pedalar na minha cidade, hoje podem contar-se milhares. Esta paixão pelos pedais multiplicou-se vezes sem conta nestes últimos anos, por isso não é difícil perceber que há demasiados tipos de pessoas e de espíritos ao pedal.
Os ciclistas de competição ficam de lado nesta minha análise, lutam por um lugar no pódio a título individual, mas sabem muito bem que a vitória deles depende quase sempre da ajuda e da união de toda a equipa.
Os amadores é que me espantam, os amadores que fazem tudo para chegar à meta primeiro que os amigos, os amadores que mentem em relação a treinos e a percursos que fazem, os amadores que só aparecem quando sabem que estão bem preparados, os amadores que tomam drogas para ficar à frente dos amigos numa prova, numa subida, num passeio, os amadores que preferem fazer um bom tempo a ficar com um amigo que precisa de ajuda, os amadores que acham glorioso fazer os km e o percurso pensado inicialmente a solo em vez de arranjar alternativa e chegar à meta do dia entre sorrisos e amigos.
Não tenho espírito competitivo, nunca terei, talvez por isso me surpreenda ainda com este tipo de atitudes. O que eu tenho é espírito de equipa, talvez por isso tenha sido uma emoção para mim ver ontem o final do Tour de France. Talvez por isso tenha sido uma emoção para mim relembrar que o ano passado chegamos exactamente nesta posição a Finisterra. Talvez por isso o meu coração ainda bata mais depressa quando penso na sensação da chegada a Fátima este ano, depois de três dias de amizade e companheirismo a pedalar. Talvez por isso chegar primeiro ou fazer um bom tempo nunca será mais importante do que pedalar lado a lado com um(a) amigo(a). Talvez por isso me queira distanciar das pessoas que querem competir comigo. Talvez por isso me sinta muito bem a pedalar, porque sou e faço as coisas de acordo com aquilo que sinto, e o que sinto é que as pessoas, as minhas pessoas, são o melhor que pedalar me trouxe. 


“Sozinhos vamos mais rápido, juntos vamos mais longe"

4 comentários:

  1. Subscrevo as tuas palavras... Também não tenho o espírito de competição muito 'desenvolvido' ainda que goste de ir a maratonas de BTT. Mas quando o faço, é tudo "ao natural", sem manhas ou supostas 'drogas', e quando feitas em boa companhia, correm ainda melhor. Tenho estado a aprender isso...
    O mesmo se passa nos passeios...
    Olha, disseste tudo...
    Um beijinho.

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    1. Eu também adoro ir a maratonas, é super divertido quando não vamos competir.

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  2. Adotei sua frase como minha nova filosofia de vida. Sózinho vamos mais rápido, juntos vamos mais longe. Genial.

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    1. A frase não é minha Aldemar, por isso está entre aspas, não sei quem é o autor, mas eu também a adoro.

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