Estou sempre com sede e tento matá-la com toda a ganância do mundo. Sinto uma secura indescritível, uma vontade incontrolável. Às vezes entorno a bebida, molho o que não devo, quase me afogo ao derramar o tão esperado líquido. Bebo como quem está perdido no deserto há dias e consegue água pela primeira vez. Bebo como quem se excedeu mortalmente no salgado. Absorvo, consumo, trago, engulo, sugo para dentro de mim como se estivesse prestes a ficar desidratada. Não sei beber de outra forma, não sei ser diferente. Bebo os bocados de vida com um desejo ardente que nunca consigo tranquilizar.
Março de 2016
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