A montanha estava coberta de flores, enquanto subia já tinha perdido os meus pensamentos nelas, já me tinha sentido feliz só por poder estar ali, por ver aquele espectáculo da natureza, tão perto de nós mas só acessível a alguns. Ao meu lado comentaram sobre elas e eu recordei-me miúda, a passar de carro com o meu pai numa estrada no meio do nada e a obrigá-lo a parar para ir buscar daquelas mesmas flores, a entrar feliz, com um ramo enorme e lindo, que me oferecia pequenos bichinhos e alguns espirros e comichões, mas que eu levava religiosamente para casa, de sorriso no rosto.
Não sei quando deixei de apanhar flores, ao recordar-me miúda vejo-me a fazê-lo vezes sem conta, agora não gosto delas em jarras nem em ramos, prefiro-as no seu território natural, prefiro-as na terra, na natureza, nos jardins, nas montanhas, prefiro visitá-las a trazê-las comigo. As flores da minha infância ensinaram-me muito, mas o mais importante foi a saber respeitá-las.
Agora fiquei nostálgica....há anos que não apanho flores.
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