terça-feira, 10 de julho de 2018

Larouco

Venho de longe e o topo da montanha parece mais longe ainda, às vezes inalcançável aos olhos de quem, pequenino, o olha cá de baixo. Nos dias de maior cansaço, como era o caso, perguntamo-nos muitas vezes o que estamos ali a fazer, porque viemos, porque não desistimos afinal, mas as pernas continuam num movimento certo e ritmado, como se estivessem programadas para somente parar no topo da montanha, no topo do mundo. Devagar, muito devagar, lá vou conquistando uma montanha depois da outra e há cumes que me vão ficar para sempre na alma. Devagar, muito devagar, vou subindo os quilómetros necessários para chegar aos locais mais especiais de sempre. Devagar, muito devagar, esqueço tudo para aproveitar cada bocadinho de montanha e de mundo.


Cada um voa com as asas que tem, pedalar são as minhas.  

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