quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Maria Alice

Um dia escreverei sobre o pai da Alice, mas ainda não será hoje. Maria Alice chegou a minha casa e à minha vida no Natal passado, chorava e estava abandonada e sozinha no mundo dela, entrou, completamente selvagem, independente, com vários traumas e sem confiança para dar ou receber mimos e carinhos. Maria Alice era minúscula, completamente preta e vivia como se o mundo inteiro a quisesse magoar, mas eu acredito que desde o primeiro minuto Maria Alice sabia que ali estava segura. Foi difícil conquistar Maria Alice, mas se eu, que sou feita de mimo, não conseguisse, ninguém conseguiria. Maria Alice foi, lentamente pedindo e retribuindo mimos, até que agora os exige diariamente, foi aprendendo a interagir com as pessoas, apesar de ainda desconfiar do primeiro contacto, Maria Alice foi reclamando cada vez menos do colo, foi pedindo cada vez mais atenção, foi dormindo cada vez mais perto, até que agora acordo algumas noites com ela a dormir literalmente em cima de mim. Maria Alice foi aprendendo cada vez mais sobre o carinho, até que agora, depois de uma ausência minha de quase duas semanas Maria Alice aprendeu até a dar abraços, enrosca e agarra-me com as patinhas, encosta o focinho e aperta com todas as suas forças. Maria Alice chegou selvagem e independente, até aprender mais sobre o amor.

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