Passaram três meses desde que o meu telemóvel deu um triplo salto mortal encarpado e o ecrã se finou, estava eu de partida para uma viagem e o raio do telemóvel faz um bocado de falta nessas alturas, dois cliques de um amigo que sabe o que faz e o ecrã ficou a funcionar em miniatura, num cantinho do enorme telemóvel, o que é muito prático, como podem imaginar. Resolveria o problema no regresso, parti em viagem e não voltei sem antes mandar o meu telemóvel a um abismo, voltou a cair de tão alto que quase morreu de fome antes de se estatelar no chão. Pensei que tivesse partido deste mundo, mas afinal curou-se, o ecrã ficou a funcionar perfeitamente e eu estive quase para registar a patente. Quer curar o seu ecrã de uma queda? Pague-me cem euros que eu atiro-o ao chão e resolvo o problema.
Curou-se, portanto, o meu querido ecrã, até à semana passada, altura em que deixou de funcionar em determinadas zonas e por vezes piscava tanto que mais parecia uma árvore de Natal, voltei ao meu amigo que sabe o que faz e deixei-lhe o telemóvel para obter um diagnóstico ou trazer a certidão de óbito. Ainda tem salvação, em breve terá um ecrã novinho e pronto para dar mais meia dúzia de cambalhotas até ficar alcatroado novamente. Loira, a assassina de telemóveis. Como estava a dizer, deixei-lhe o telemóvel e fui às compras, dois supermercados, buscar a minha bicicleta à oficina e deixar a mesma em casa, ainda tive tempo de ligar a máquina da roupa e dar mimos às gatas. Fui buscar o telemóvel duas horas depois e SOLTEM OS FOGUETES, RUFEM OS TAMBORES, sobrevivi todo este tempo sem chamadas nem sms, sem câmara fotográfica, sem internet no geral e facebook, mail, instagram, messenger, whatapp, blogger, strava, garmin connect, meteorologia, netbank em particular, sobrevivi todo este tempo sem agenda, sem calendário, sem calculadora e não fosse o cardiofrequencímetro entretanto já ter braceletes de muitas e variadas cores até sem horas eu teria sobrevivido.
Sobrevivi portanto a duas horas sem redes sociais, sozinha no mundo, sem forma de seja quem for me contactar ou de eu contactar alguém, sem forma de obter ou dar notícias, em autonomia e liberdade total, não sofri de palpitações, nem de tremores, não tive suores frios e ainda concordei, de livre e espontânea vontade voltar a ficar sem o meu telemóvel novamente, por um período de tempo superior e sem entrar em pânico nem sequer pensar em suicídio.
Acreditemos então que ainda é possível salvar a humanidade, que ainda é possível sobreviver aos tempos modernos.
Curou-se, portanto, o meu querido ecrã, até à semana passada, altura em que deixou de funcionar em determinadas zonas e por vezes piscava tanto que mais parecia uma árvore de Natal, voltei ao meu amigo que sabe o que faz e deixei-lhe o telemóvel para obter um diagnóstico ou trazer a certidão de óbito. Ainda tem salvação, em breve terá um ecrã novinho e pronto para dar mais meia dúzia de cambalhotas até ficar alcatroado novamente. Loira, a assassina de telemóveis. Como estava a dizer, deixei-lhe o telemóvel e fui às compras, dois supermercados, buscar a minha bicicleta à oficina e deixar a mesma em casa, ainda tive tempo de ligar a máquina da roupa e dar mimos às gatas. Fui buscar o telemóvel duas horas depois e SOLTEM OS FOGUETES, RUFEM OS TAMBORES, sobrevivi todo este tempo sem chamadas nem sms, sem câmara fotográfica, sem internet no geral e facebook, mail, instagram, messenger, whatapp, blogger, strava, garmin connect, meteorologia, netbank em particular, sobrevivi todo este tempo sem agenda, sem calendário, sem calculadora e não fosse o cardiofrequencímetro entretanto já ter braceletes de muitas e variadas cores até sem horas eu teria sobrevivido.
Sobrevivi portanto a duas horas sem redes sociais, sozinha no mundo, sem forma de seja quem for me contactar ou de eu contactar alguém, sem forma de obter ou dar notícias, em autonomia e liberdade total, não sofri de palpitações, nem de tremores, não tive suores frios e ainda concordei, de livre e espontânea vontade voltar a ficar sem o meu telemóvel novamente, por um período de tempo superior e sem entrar em pânico nem sequer pensar em suicídio.
Acreditemos então que ainda é possível salvar a humanidade, que ainda é possível sobreviver aos tempos modernos.
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