terça-feira, 27 de outubro de 2015

Os meus livros #62 - Por aqui e por ali

Sinopse
Há muitos livros sobre exploradores destemidos que escalam montanhas, atravessam oceanos, enfrentam intempéries e sofrem experiências traumáticas. Mas neste livro existe outro tipo de herói: pessoas comuns que se esfalfam para subir um monte, que ficam histéricas com os animais selvagens... Isto para não falar do horror que têm aos insectos! Bill Bryson decide com o seu amigo Stephen Kaz fazer três mil quilómetros pela floresta durante vários meses, percorrendo a pé o mais longo trilho do mundo. Um esforço enorme para o autor que tem o hábito de estar sentado e um suplício para o amigo, ex-alcoólico, gordo e que adora fast-food. Com o seu estilo irreverente e inconfundível, Bryson conta casos inacreditáveis de destruição ecológica e descreve os estragos causados pelo turismo, o qual critica impiedosamente - incluindo-se a si e ao companheiro neste rol de destruidores. Um livro para quem ama a natureza selvagem, mas que ao mesmo tempo adora os prazeres da civilização.


Este foi daqueles livros que me prometia tudo e que não me deu grande coisa. Uma viagem a pé, uma grande aventura, descrições de dias passados nas montanhas em autonomia total, tudo aquilo que eu podia desejar. Infelizmente o autor falou muito pouco sobre esta grande aventura, que apesar de não ter ficado concluída não deixa de ser uma grande aventura, e focou-se muito em números e estatísticas. Ninguém compra um livro destes para saber quantos árvores de uma determinada espécie havia num local há cinquenta anos e quantas há agora, ninguém compra um livro destes para saber quantas espécies de pássaros, de plantas, de tudo e mais alguma coisa existem naqueles trilhos. Eu queria saber pormenores da caminhada, queria que me falasse dos medos, das dores, das alegrias, das paisagens, de tudo o que rodeava aquela aventura e sobre isso tive pouquíssimo. Este livro pareceu-me mais um trabalho de pesquisa do que uma caminhada rumo a uma grande aventura. Ainda assim chegou no momento certo porque só o facto de o receber naquele determinado dia, de uma forma tão especial, despertou em mim uma energia e uma sede de leitura das quais eu estava mesmo a precisar.

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