A Sandrina só fazia asneiras, contava todos os nossos segredos e de tempos a tempos punha-se a gritar que não era nada daquilo que queria, o que queria mesmo e a sério era ter uma pila. A Milene só nos fazia partidas estúpidas e perigosas, esperava que fizéssemos o pino para nos dar um pontapé no braço, ou empurrava uma de nós do muro alto. As outras lutavam pelo mesmo rapaz, o vizinho da frente, enquanto se sentavam na máquina de costura da minha tia a fazer roupas para as Barbies e ora discutiam por pedaços minúsculos de tecido, ora contavam como o David passou e olhou para uma delas de uma forma muito especial ou disse olá à outra e sorriu, que sorriso tinha o David, segundo elas. Eu sentava-me junto delas a ler o mesmo livro pela milésima vez ou a passar faturas no livro do meu pai. Ao final do dia elas pediam mais bocadinhos de tecidos e eu pedia um diário ou mais um caderno. Nunca tive uma Barbie, porque nunca quis uma.
Nem eu. Preferi uns patins e depois um carrinho de rolamentos.
ResponderEliminarAdorei loira :) também faço parte do grupo que nunca teve uma Barbie!
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ResponderEliminarQue coincidência!, eu também não.
ResponderEliminarVenho sentar-me aqui ao pé do Outro Ente, que me fez rir com o seu comentário, para dizer que eu também não tive barbies, porque quando elas apareceram, já eu ia na idade de só brincar com livros. :-)
EliminarBeijinho, Loira.
Tucha?
EliminarTucha podia ser, boa aposta. Mas eu preferia a Nancy, era maior, mais real. :-)
EliminarPois foi a pior prenda que recebi na minha vida. Tinha um ódio de estimação à dita...
ResponderEliminarBeijocas
Eu tive, havia sempre alguém que achava que me convenceria a gostar de bonecas. E de vestidos, falharam à grande.
ResponderEliminarMacaquita pediu-me para ir para o futebol, pela primeira vez pensei "sai a mim!".
A minha será sempre inesquecível. Foi a recompensa por 10 injeções de penicilina bem dolorosas. ;)
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