sexta-feira, 15 de julho de 2016

Loira, a bronzeada

Passo o verão inteiro a vestir calças e rezo para o inverno chegar depressa, com os calções, os vestidos e as mini saias acompanhadas das meias opacas que me tapam as marcas de guerra que trago na pele. Estar alapada na praia durante horas, sem fazer absolutamente nada a não ser esperar que o sol me ponha mais bonita não é para mim. Nos braços, num ano bom, lá vou conseguindo disfarçar as marcas do sol, nas pernas tenho, além dos arranhões do mato e das nódoas negras, uma marca a meio da coxa e outra logo acima do joelho, culpa dos calções de ciclismo e das meias altas que já são a minha imagem de marca e que insisto em usar de cada vez que saio para pedalar.
Uso às vezes, umas calças completamente rasgadas nos joelhos, que toda a gente que me rodeia detesta e faz questão de lembrar isso de cada vez que me avista com elas ao longe, e que até já me fizeram ouvir muitas bocas de desconhecidos na rua. As pessoas não sabem, ninguém percebe o verdadeiro motivo de eu amar as tais calças, ninguém é capaz de compreender que são as mais fantásticas de todo o sempre, as ideais, as que parece que foram feitas para mim. Nódoas negras e arranhões à parte, estas são só a única peça de roupa que mostra a única parte das pernas que tenho com um tom de bronze. 

3 comentários:

  1. Que macaquito não te veja assim, tinhas o diabo a ouvir ;)

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  2. Já eu abandono as calças no verão, nem vê-las. Que se lixem as imperfeições, faz um calor dos diabos!

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