Esqueço-me de deixar a carne ou o peixe a descongelar para o jantar. Distraio-me facilmente. Chego ao meu destino a conduzir, mas de forma automática, não me lembro por onde passei. Sigo as rotas erradas e só percebo a meio do caminho. Não me lembro daquilo que tenho para fazer. Funciono a listas. Tenho até uma para as pessoas que vão pedalar comigo amanhã, não vá esquecer-me de avisar a alguém o horário da partida. No trabalho ando meio perdida, anoto tudo para tentar não me esquecer de nada mas perco-me nas datas e confundo o nome dos clientes e dos fornecedores. Não me consigo concentrar em nada. O pior é com a leitura, não consigo perder-me num livro, não consigo perder a noção das horas e a vontade de comer ou de dormir, como sempre me aconteceu, quando chego ao final da página já não sei o que li e tenho de voltar ao início, quando volto a pegar no livro tenho de fazer um esforço enorme para me situar na história. Até as ideias inspiradoras para escrever no blog me fogem à velocidade da luz, ou vou apontar na minha agenda assim que se faz o clique no meu cérebro, ou as perco para todo o sempre. Já lá vai mais de um mês. O mundo da lua é espectacular, isto aqui é lindo e maravilhoso, mas o que eu queria mesmo era saber o caminho de regresso.
Sou igual. Por isso opto por não conduzir.
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