sábado, 19 de abril de 2014

Recordações

Durante O Caminho levantei-me sempre muito cedo, quando ficava nos albergues acordava com os caminhantes, quando ficava em hotéis também tínhamos que partir bem cedo. Os caminhantes levantam-se ainda de madrugada, caminham na maioria das vezes só até meio do dia, depois ficam a descansar e voltam a começar na madrugada seguinte. Na noite em que pernoitei em Puente la Reina O Caminho ficava na rua do hotel, nunca mais esqueci essa manhã, acordei bem cedo sem despertador nem ajudas externas e fiquei ali a aproveitar uns momentos mais, na rua os caminhantes passavam silenciosos e eu ouvia-lhes somente os cajados, a bater na calçada, com a determinação e a coragem que são necessárias para partir em autonomia. Aquele som dos cajados naquela manhã nunca mais me saiu da cabeça, ainda acordo às vezes a pensar neles, para mim aquele será para sempre o som dO Caminho. 


Ainda não sei explicar o porquê, talvez seja necessário percorrer O Caminho mil vezes para saber, talvez nunca seja capaz, ainda que o percorra mil e uma vezes, mas ninguém termina O Caminho da mesma forma que começou, há naquele chão alguma coisa que nos muda para sempre.


(o meu colega imortalizou aquele momento com esta fota, tirada da janela do nosso quarto, agradeço-lhe eternamente)

6 comentários:

  1. Há experiências que nos fazem crescer a alma...

    Beijinho muito GRANDE

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  2. Ha momentos assim :) que nos ficam no coracao. Beijinho doce xx

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  3. Há momentos marcantes!

    A foto é fantástica! Ouve-se o silêncio apenas "cortado" pelo bater dos cajados!

    Beijinhos.

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  4. Adoro!!!! Um dia tb quero fazer o caminho. Terei de lutar nos treinos como tu fizeste. Adiro a tua determinação.

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