terça-feira, 26 de julho de 2016

Alguém que me explique... mas assim... como se eu fosse mesmo muito Loira...

Devo começar por dizer que sou péssima para fixar rostos e que se vir uma pessoa hoje amanhã sou bem capaz de não a reconhecer. Assim como sou bem capaz de ir cheia de sorrisos e de simpatia perguntar pela irmã a alguém que é filho único e que nunca me viu na vida. Claro que andar rodeada de homens de capacete e de calções de licra não ajuda muito esta minha faceta, ainda na semana passada fui perseguida por alguém que se dizia meu amigo, eu não o reconheci, mas ele disse aquilo com tanta convicção que eu acreditei e se não éramos de facto amigos, passamos a ser.
Agora o Adriano. Eu não conhecia o Adriano, mas ele fez a última viagem comigo, porque é amigo de um amigo meu. Eu passei a conhecer o Adriano, ficamos amigos, passamos três dias juntos e vivemos uma grande aventura. Não o voltei a ver desde então, ou melhor, já o vi várias vezes, mas nunca o reconheço. Quando estou com o Moreno lá de casa ele lá me vai dizendo se eu não estou a ver o Adriano, e eu lá o cumprimento, de grande sorriso e com a cumplicidade que a nossa história exige. Quando estou sozinha o Adriano parece-me igual a todos os outros. Tal como acontece com os amigos do Moreno, que ele vai tentando explicar quem são e que para mim são mesmo todos iguais. Todos com uma barba horrorosa a tapar-lhe todo o rosto e a dificultar-me ainda mais a vida.
Um destes dias passei sozinha pelo Adriano, eu ia a pedalar e ele passou de carro, fez-me uma grande festa, eu disse-lhe adeus e mandei-lhe um beijinho, com todo o entusiasmo do mundo. Depois fui embora, sem saber muito bem se era o Adriano, um dos amigos do Moreno ou um parvalhão qualquer que só se quis meter comigo, sei lá, eu acho que vi o Adriano, mas... alguém que me explique... assim... como se eu fosse mesmo muito Loira... que caralho de ideia é esta dos homens agora serem todos iguais?

4 comentários:

  1. Tenho o mesmo problema, sou loura, péssima para fixar caras e, ainda por cima, míope... aquilo que se diz habitualmente de 'não vejo um boi ao longe'.
    Aí há uns anos, estava eu, logo de manhãzinha à espera da minha boleia para o trabalho, quando passa um carro, com um tipo lá dentro, que buzinou e disse adeus... na dúvida, e para evitar passar por mal educada, respondi com um enérgico adeus, cheia de sorrisos. O tipo abrandou e, quando vi as luzes de marcha atrás, corri para o café mais próximo, a 'morrer' de vergonha e com receio da ideia que podia ter dado ao atrasado mental...
    Nunca mais cumprimentei ninguém assim ao longe! Ou vejo e reconheço ou passo mesmo por malcriada!

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  2. Mas não foram sempre?
    Já a minha mãe dizia que a avó dela lhe dizia que os homens eram todos iguais...

    :)

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    1. Bem, nesse sentido eu acho que não, que não são todos iguais, felizmente.

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