Abandonei-vos ontem por volta das 18:00 Horas...

... quando fechei a janela do blog e desliguei o computador do trabalho. Era terça feira e eu estava feliz porque é o dia da semana em que troco o ginásio por um passeio de BTT. Saio do trabalho e vou com a lista de compras ao supermercado, trago tudo e mais uma embalagem com dois apetitosos pães com chouriço que me pareceram um óptimo jantar. Paro no sapateiro e deixo as minhas sandálias. Regresso ao meu local de trabalho e equipo-me a rigor. Pego no carro e vou ter à loja das bicicletas. A minha está lá guardada. Começa a chegar o pessoal, por vezes somos mais de vinte, mas ontem éramos apenas sete. Pouco depois das 19:30 já montados nas bicicletas começamos a decidir o trilho que vamos fazer. Eu digo que gostava de subir a serra, a serra, que ontem tratei pelo nome fica na cidade vizinha que é ligada à nossa cidade por uma pista de cicloturismo de 15 Km. O meu pensamento era fazer a pista, subir a serra, descer a serra, fazer a pista e por volta das 21:30 já estar em casa, como é habitual. Depois de dizer aquilo abstraí-me da conversa enquanto eles continuavam a planear o caminho. Começamos a pedalar, entramos no monte, já passei por aqueles trilhos, a minha memória é engraçada porque nunca sei como chegar ou sair de um trilho, mas reconheço sempre aqueles por onde já passei. Recordo que é um trilho praticamente só de subidas e sinto-me um pouco mais cansada do que é habitual. De facto são basicamente duas descidas e o resto do caminho a subir, vejo mais uma subida acentuada, um buraco do lado esquerdo, uma pedra enorme no lado direito, pedalo com força para conseguir subir a pedra, já estou a conseguir quando o pneu de trás derrapa e caio para o lado direito em cima do mato. "Já caí", aviso-os, depois de se certificarem que estão bem riem e informam que mais à frente mais alguém caiu, mas de rabo no mato. Continuamos a subir e passamos por a casa da senhora que cozinha bem, paramos como é habitual, ela reconhece-nos de lhe elogiar-mos o cheiro dos cozinhados e vem cá fora, "Hoje não há assado", informa-nos. A senhora não nos conhece, sabe que pedalamos e passamos lá às vezes, não sabe de onde vimos nem para onde vamos, mas já prometeu cozinhar para nós um dia. A noite começa a cair, começo a passar por um trilho que não reconheço, quando questiono onde estamos dizem-me que estamos a subir a serra, tal como eu queria. Nunca mais abro a minha boca para dizer nenhuma parvoíce, prometo a mim mesma. Quando pensei em subir a serra era pela estrada, os trilhos são complicados, subimos e subimos, o destino ainda estava tão longe. Eram 22:14 quando chegamos ao topo da serra, estava nevoeiro, parecia que conseguimos tocar o céu, tiramos fotos, estava cansada mas feliz, liguei a umas quantas pessoas que pelo convívio diário que têm comigo já sabem que sou tolinha, por isso não ficaram admiradas de eu lá estar. Procuramos um local para jantar, estava tudo fechado, só penso nos dois pães com chouriço que já não vou comer, vimos um restaurante aberto ao longe, descemos as escadas com a bicicleta, já sei descer escadas de bicicleta, estou ainda mais feliz. Para comer só havia pão e rissois, serve para quem tem fome, conversamos, ri-mos. Voltamos às bicicletas, 11:05, descemos a serra, estava frio, fizemos os 15 Km de pista, chegamos à loja, 00:02. Dirijo-me ao carro com um amigo, enquanto penso, que hoje vou sair do trabalho, sentar-me no sofá e não fazer absolutamente nada, o meu amigo abre a porta do carro dele, enquanto eu faço o mesmo e pergunta-me se me vê hoje na aula de cicling das 18:30, eu digo-lhe que sim, que vou, esqueço a parte em que ficava sentada no sofá. Chego a casa, tomo banho, mando uma mensagem a uma amiga a informá-la que não vou estar no msn, conforme tinhamos combinado, são 00:45, seco o cabelo, preparo um saco com roupa de cicling para hoje, vou dormir, ou tentar. Viro-me para a direita, para a esquerda, apago a televisão, ligo a televisão, olho o livro, esqueço o livro, olho o tecto, olho as horas no telemóvel, 01:47, 02:02, 02:36, 03:28, 04:03, 04:25 a última vez que olhei para o relógio. Culpo o café que tomei lá em cima, na serra, mas o café nunca me tirou o sono. 06:30, o despertador toca, de 5 em 5 minutos até às 07:00, levanto-me, tomo banho, preparo-me, reparo que além das pernas, tenho agora o braço direito todo rabunhado da queda em cima do mato, saio de casa, volto a entrar, quase que me esquecia da prenda de Daniela, que faz anos hoje, paro na pastelaria, compro o meu pãozinho e uma garrafa de água, chego ao trabalho, como o pão e bebo um iogurte líquido que trouxe de casa, abro o blog, fico admirada com o número de pessoas que vieram cá e comentaram desde ontem, vejo mais 2 seguidores, respondo a todos os comentários, escrevo um post que não tem interesse absolutamente nenhum, excessivamente longo e provavelmente com erros ortográficos e de pontuação, mas sinceramente não tenho capacidade para mais. E se chegaram a esta parte do post, há que dá valor não só à vossa paciência, mas também à vossa persistência. Agora vou publicar o post, encostar a cabeça delicadamente no teclado e fechar os olhos. Façam pouco barulho, por favor.